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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Contos-de-fada



• Charles Perraut era uma figura literária menor na França do século 18. Em 1967 ele publicou Contes de la Mère l´Oie (Contos da Mamãe Ganso), que re-apresentava diversos contos populares como “A Bela Adormecida”, “Chapeuzinho Vermelho” e “Cinderela”. Na história original, o sapatinho de vidro estava cheio de sangue dos dedos e joanetes decepados das irmãs malvadas, e o rei eventualmente sentenciou a madrasta e suas filhas a dançarem até a morte, usando botas de ferro ferventes (uma forma de tortura popular na Idade Média).
• Existem cerca de 3000 versões do mito de Cinderela. Quase toda cultura ao redor do mundo tem uma: ela é conhecida como “Ye Shen” na China, “Tattercoats” na Inglaterra, e “Mareouckla” para os eslavos.
A história de Cinderela é um dos contos-de-fada mais antigos do mundo: versões diferentes aparecem ao redor do mundo, da Ásia às culturas Nativo Americanas. Quando os escritores da Disney se aproximaram dessa adorada história, eles mantiveram seus temas atemporais: uma jovem garota vestida em andrajos e forçada a trabalhar de servente por sua malvada madrasta; um baile; um príncipe encantado; uma fada madrinha. Eles então adicionaram ratos, pássaros e outros animais, cujas aventuras divertidas são incorporadas com talento à história principal. O resultado foi um dos maiores sucessos do estúdio.
• CINDERELA foi o primeiro filme Disney de seu tipo desde BAMBI (1942). Devido aos problemas financeiros relacionados à crise durante a Segunda Guerra, Walt se viu obrigado a produzir longas-metragens de forma mais rápida e econômica. Assim, filmes elaborados com apenas uma narrativa como BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (1937) e PINÓQUIO (1940) deram lugar a filmes de natureza fragmentada, ou seja, diversos curtas unidos formando um longa-metragem. Deste período saíram filmes como MÚSICA, MAESTRO! (1946), COMO É BOM SE DIVERTIR (1947) e TEMPO DE MELODIA (1948). Embora esses filmes não alcançassem o mesmo sucesso crítico e financeiro das elaboradas produções anteriores, eles mantinham a situação econômica do estúdio estáveis. Por volta de 1947, Walt Disney achou que havia chegado a época certa de se fazer um animado nos mesmos moldes daqueles que haviam lhe trazido a fama. Esse filme seria CINDERELA.
• Walt Disney teve seu primeiro contato com a história de Cinderela em 1922, quando sua pequena empresa de animação chamada Laugh-O-Grams produziu uma versão modernizada do conto na forma de um curta-metragem mudo. Em 1933, a história foi novamente considerada por Disney, dessa vez para ser produzida como um desenho da série Sinfonias Ingênuas (Silly Symphonies). Apesar de alguns desenhos conceituais terem sido produzidos, o curta-metragem não saiu das pranchetas. Após o lançamento de BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES em 1937, Walt tentou reviver o projeto, desta vez em forma de longa-metragem. Vários membros da equipe escreveram tratamentos começando no final dos anos 30 e, no final de 1943, Disney deu sua benção para um “plano de ação geral” para a produção do filme, com Dick Huemer e Joe Grant como supervisores de história (e um baixo orçamento de apenas um milhão de dólares). O trabalho que se seguiu não foi além da preparação dos storyboards.
• Walt achou que a história de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS seria um projeto melhor para representar a grande volta do seu estúdio aos longa-metragens, mas seu irmão Roy Disney achou que CINDERELA teria maior apelo com o grande público.
• Disney promoveu ao menos três encontros sobre CINDERELA em março e abril de 1946, mas não foi até o próximo ano que o filme começou a se fixar nos planos do estúdio. Ted Sears, Homer Brightman, e Harry Reeves escreveram um tratamento datando 24 de março de 1947, e por volta de maio, um primeiro rascunho dos storyboards estava em processo. No começo de 1948, CINDERELA tinha tomado o lugar de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS e estava firme na linha de produção para ser o primeiro novo longa-metragem Disney desde BAMBI.
• Um dos motivos da história de Cinderela ter sido escolhida para produção foi sua similaridade com a de Branca de Neve, uma fórmula que já havia provado ser de grande sucesso com o público anos antes. O retorno ao gênero do conto-de-fada também significaria um maior desafio para os artistas Disney inventarem novos ângulos para uma fábula conhecida.
• Sendo o primeiro longa-metragem verdadeiro do estúdio desde BAMBI (1942), Walt Disney acompanhou todos os estágios da produção de CINDERELA. O filme era um movimento arriscado para o estúdio, e isso significava que nenhum dinheiro poderia ser gasto em vão e que cada cena tinha que ser extremamente bem planejada antes de ser aprovada para a animação. Para evitar erros, todo o filme foi desenhado em storyboards e depois filmado com atores reais para que os artistas pudessem inspirar seu trabalho nessas gravações. Frank Thomas disse que essas filmagens “ajudavam Walt a ver o que ele estava obtendo antes de gastar seu dinheiro no filme”.
• Começando na primavera de 1948, atores eram filmados trabalhando com um playback da trilha dos diálogos, e esse filme era exibido para Disney, Wilfred Jackson disse, para “dar a ele uma noção da personalidade que nós estávamos tentando atingir nos personagens”. Essa referência em live-action se diferenciava do live-action filmado antes da guerra; seu propósito não era melhorar a animação, mas apenas controla-la e, acima de tudo, diminuir seus custos. Os animadores se sentiram altamente restritos pelos ampliados quadros fotostáticos que eles tinham que usar como guia. “Não havia nada imaginativo, nenhuma cena que começava dentro de você,” disse o animador Frank Thomas, “porque Walt tinha que encontrar um modo mais barato de fazer o filme”.
• De acordo com Marc Daves, um dos supervisores de animação do filme, cerca de 90% do filme foi filmado com atores reais antes de ser animado. Apenas as cenas com os animais não foram filmadas previamente.
• CINDERELA foi o filme mais planejado que o estúdio já havia feito. A história estava escrita em detalhes, os personagens foram desenvolvidos cuidadosamente, todos baseados na estrutura da história, e o relacionamento vilão-vítima era um dos melhores a aparecer em um filme Disney.

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