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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Curso de Museologia


Conheça o curso de Museologia

O lançamento

A Universidade de Brasília, por meio do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação (CID/FACE), lançou oficialmente o Bacharelado em Museologia, novo curso de graduação da UnB que está previsto para iniciar no segundo semestre de 2009, abrindo 30 vagas por semestre..

Concebido como um curso interdisciplinar, insere-se entre os novos cursos previstos no Plano REUNI da UnB a serem implantados no segundo semestre de 2009 no Campus Universitário Darcy Ribeiro. Funcionará na sede do CID, no período diurno (vespertino), terá 30 (trinta) vagas discentes por semestre e contará com a colaboração das seguintes unidades acadêmicas da UnB: Departamento de História do Instituto de Humanidades (HIS/IH), Departamento de Antropologia do Instituto de Ciências Sociais (DAN/ICS) e Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes (VIS/IdA).

Com a assinatura do Termo de Compromisso entre as Unidades Integrantes do "Consórcio de Museologia", os departamentos assumem a responsabilidade de colaborar no desenvolvimento das atividades pedagógicas do futuro curso, oferecendo disciplinas previstas na grade curricular como obrigatórias para a formação do aluno, dentro dos seguintes eixos temáticos: Teoria e Prática Museológica, Museologia e Informação, Museologia e Patrimônio Cultural, Preservação e Conservação de Bens Culturais.

Antecedentes

Há vinte anos o CID apresentou uma proposta de criar um curso de Museologia. A iniciativa foi da museóloga Lais Scuotto, diretora do Museu Postal e Telegráfico da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e do Professor Antonio Miranda, professor titular do CID. Em 1988 foi apresentado ao MEC, por meio do Departamento de Ciência da Informação e Documentação – CID, um projeto de criação de um Curso de Especialização em Museologia, formado por professores de várias cidades brasileiras, principalmente do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O projeto foi aprovado no MEC, mas o curso foi cancelado devido à inflação daqueles tempos que reduziu fatalmente o valor dos recursos.

Na mesma época, a UNESCO promoveu uma mesa redonda internacional, organizada pela IFLA (International Federation of Library Associations) e convidou o professor Miranda para apresentar em Londres uma pré-proposta de diretrizes para a Harmonização Curricular dos cursos de Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia no âmbito da Ciência da Informação. Tivemos também uma pesquisa que resultou na dissertação de mestrado de Eliana Mendes, intitulada "Tendências para a Harmonização de Programas de Ensino de Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia no Brasil: um Estudo Delfos", defendida no CID em 1992. A metodologia incluiu a consulta a uma ampla amostra de profissionais, pesquisadores e acadêmicos de todo o Brasil atuantes naquele período, visando à criação de uma base epistemológica e à formulação de uma proposta de um tronco comum envolvendo as áreas de Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e Ciência da Informação.

No início da década de 1990, o CID chegou a apresentar a proposta preliminar para a criação do curso de graduação em Museologia, em reunião de professores com a Reitoria, mas o grupo foi desestimulado porque não havia, então, condições para a contratação de novos professores.

ESTRUTURA GERAL DO CURSO

A estrutura geral do Curso de Bacharelado em Museologia compreenderá disciplinas obrigatórias e optativas organizadas em créditos semestrais (1 crédito correspondendo a 15 horas de atividades). O curso será constituído por um total mínimo de 169 créditos, sendo 118 obrigatórios e 51 optativos. Os conteúdos museológicos distribuídos ao longo do curso serão devidamente interligados e estudados numa abordagem unificadora. A estrutura curricular deverá respeitar os principais núcleos de conteúdos específicos de Museologia, das ciências afins – Biblioteconomia, Arquivologia, Ciência da Informação, História, Arte, Antropologia etc. – e dos conhecimentos sociais, políticos e culturais de modo a favorecer uma ampla e sólida formação.

CONTEÚDOS CURRICULARES

Os conteúdos curriculares obrigatórios de natureza científica terão um total de 169 créditos (2535 horas) e farão parte do Núcleo Básico do Curso de Bacharelado em Museologia. Destes, 8 créditos (120 horas) correspondem aos estágios supervisionados e 8 créditos (120 horas) à elaboração do trabalho de conclusão do curso.

Com o propósito de ampliar a flexibilidade e atender interesses e necessidades dos alunos, pelo menos 51 créditos (765 horas) serão compostos por disciplinas optativas. Além desse total estão previstos 24 créditos em Módulo Livre, correspondentes a atividades acadêmicas, científicas, culturais, atividades de extensão e complementares.

Os conteúdos curriculares abaixo relacionados são considerados básicos e englobam conhecimentos museológicos e das áreas de Biblioteconomia, Arquivologia, Ciência da Informação e Ciências Humanas. Terão como eixos integradores:


EIXO 1 – TEORIA E PRÁTICA MUSEOLÓGICA
Focaliza a formação específica compreendendo disciplinas de conteúdos teóricos e práticos voltados para a Museologia, a Teoria Museológica, a Pesquisa Museológica e a Museografia.


EIXO 2 — MUSEOLOGIA E INFORMAÇÃO
Congrega disciplinas partilhadas pelos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia, junto às quais se perfila uma nova disciplina centrada no processamento técnico de acervos realizado no campo da Museologia. Constitui um embrião do tronco comum aos três cursos do Departamento de Ciência da Informação e Documentação – Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia -, com perspectivas de amadurecimento e transformação objetivando configurar-se numa área de conhecimento comum.


EIXO 3 — MUSEOLOGIA E PATRIMÔNIO CULTURAL
O conteúdo curricular desse eixo é dirigido para a formação geral e compreende disciplinas básicas e ligadas a várias áreas de conhecimento. O objetivo é fundamentar e integrar o estudo da Museologia a um campo interdisciplinar, com o foco na Cultura, Memória e Patrimônio.


EIXO 4 — PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE BENS CULTURAIS
Conteúdo curricular teórico e prático voltado para o campo da preservação e segurança de bens culturais; para o planejamento, a montagem e a gestão de reserva técnica museológica e de laboratório de conservação; para os estudos dos procedimentos de manuseio, transporte e exibição.

Considerando os conceitos e os parâmetros profissionais expostos, sobressai o vasto campo de atuação, o nível de exigência de formação e de exercício profissional, e o amplo universo de ações possíveis, que se tornam incomensuráveis, na medida em que se introduz o conceito de Patrimônio Cultural e Natural, a "matéria-prima" básica do labor museológico. A Declaração de Caracas, de 1992, unificou os conceitos de Patrimônio Cultural e Patrimônio Natural na seguinte definição: "Entende-se por Patrimônio Cultural de uma nação, de uma região ou de uma comunidade, aquelas expressões materiais e espirituais que a caracterizam".

Correspondendo à ampliação conceitual e profissional, o mercado de trabalho para o bacharel em Museologia ampliou-se. Para além dos museus tradicionais, abriu-se um leque de opções de trabalho ligadas ao Patrimônio Cultural e Natural, que abrange desde os Museus de História e de Arte até Ecomuseus e Museus Comunitários, Museus de Ciência e de Tecnologia, Programas de Memória e Patrimônio, Parques, Monumentos e Reservas Naturais, Cidades-Monumento, Aquários, Zoológicos e Jardins Botânicos, Planetários, Arquivos e Bibliotecas, Teatros e Redes de Televisão etc.

Por conseguinte, com este amplo espectro de possibilidades profissionais, e de acordo com as Diretrizes Curriculares para o Curso de Museologia, o Curso de Graduação em Museologia do CID-FACE/UnB deverá formar bacharéis em Museologia capazes de “compreender o museu como um fenômeno que se expressa sob diferentes formas, consoante sistemas de pensamento e códigos sociais”. Ademais, os bacharéis em Museologia deverão ser capazes de "interpretar as relações entre Homem, Natureza e Cultura, tendo como base o seu contexto temporal e espacial".

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