quarta-feira, 30 de abril de 2008
domingo, 27 de abril de 2008
Os sistemas de notação musical
Os sistemas de notação musical existem há milhares de anos. Foram encontradas evidências arqueológicas de escrita musical praticada no Egito e Mesopotâmia por volta do terceiro milênio a.C.. Outros povos também desenvolveram sistemas de notação musical em épocas mais recentes. Os gregos utilizavam um sistema que consistia de símbolos e letras que representavam as notas, sobre o texto de uma canção. Um dos exemplos mais antigos deste tipo é o epitáfio de Seikilos, encontrado em uma tumba na Turquia. Os Gregos tinham pelo menos quatro sistemas derivados das letras do alfabeto;
O conhecimento deste tipo de notação foi perdido juntamente com grande parte da cultura grega após a invasão romana.
O sistema moderno teve suas origens nas neumas(do latim: sinal ou curvado), símbolos que representavam as notas musicais em peças vocais do canto gregoriano, por volta do século VIII. Inicialmente, as neumas , pontos e traços que representavam intervalos e regras de expressão, eram posicionadas sobre as sílabas do texto e serviam como um lembrete da forma de execução para os que já conheciam a música. No entanto este sistema não permitia que pessoas que nunca a tivessem ouvido pudessem cantá-la, pois não era possível representar com precisão as alturas e durações das notas.
Para resolver este problema as notas passaram a ser representadas com distâncias variáveis em relação a uma linha horizontal. Isto permitia representar as alturas. Este sistema evoluiu até uma pauta de quatro linhas, com a utilização de claves que permitiam alterar a extensão das alturas representadas. Inicialmente o sistema não continha símbolos de durações das notas pois elas eram facilmente inferidas pelo texto a ser cantado. Por volta do século X, quatro figuras diferentes foram introduzidas para representar durações relativas entre as notas.
Grande parte do que desenvolvimento da notação musical deriva do trabalho do monge beneditino Guido d'Arezzo (aprox. 992 - aprox. 1050). Entre suas contribuições estão o desenvolvimento da notação absoluta das alturas (onde cada nota ocupa uma posição na pauta de acordo com a nota desejada). Além disso foi o idealizador do solfejo, sistema de ensino musical que permite ao estudante cantar os nomes das notas. Com essa finalidade criou os nomes pelos quais as notas são conhecidas atualmente (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si) em substituição ao sistema de letras de A a G que eram usadas anteriormente. Os nomes foram retirados das sílabas iniciais de um Hino a São João Batista, chamado Ut queant Laxis. Como Guido d'Arezzo utilizou a italiano em seu tratado, seus termos se popularizaram e é essa a principal razão para que a notação moderna utilize termos em italiano.
Nesta época o sistema tonal já estava desenvolvido e o sistema de notação com pautas de cinco linhas tornou-se o padrão para toda a música ocidental, mantendo-se assim até os dias de hoje. O sistema padrão pode ser utilizado para representar música vocal ou instrumental, desde que seja utilizada a escala cromática de 12 semitons ou qualquer de seus subconjuntos, como as escalas diatônicas e pentatônicas. Com a utilização de alguns acidentes adicionais, notas em afinações microtonais também podem ser utilizadas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nota%C3%A7%C3%A3o_musical
O conhecimento deste tipo de notação foi perdido juntamente com grande parte da cultura grega após a invasão romana.
O sistema moderno teve suas origens nas neumas(do latim: sinal ou curvado), símbolos que representavam as notas musicais em peças vocais do canto gregoriano, por volta do século VIII. Inicialmente, as neumas , pontos e traços que representavam intervalos e regras de expressão, eram posicionadas sobre as sílabas do texto e serviam como um lembrete da forma de execução para os que já conheciam a música. No entanto este sistema não permitia que pessoas que nunca a tivessem ouvido pudessem cantá-la, pois não era possível representar com precisão as alturas e durações das notas.
Para resolver este problema as notas passaram a ser representadas com distâncias variáveis em relação a uma linha horizontal. Isto permitia representar as alturas. Este sistema evoluiu até uma pauta de quatro linhas, com a utilização de claves que permitiam alterar a extensão das alturas representadas. Inicialmente o sistema não continha símbolos de durações das notas pois elas eram facilmente inferidas pelo texto a ser cantado. Por volta do século X, quatro figuras diferentes foram introduzidas para representar durações relativas entre as notas.
Grande parte do que desenvolvimento da notação musical deriva do trabalho do monge beneditino Guido d'Arezzo (aprox. 992 - aprox. 1050). Entre suas contribuições estão o desenvolvimento da notação absoluta das alturas (onde cada nota ocupa uma posição na pauta de acordo com a nota desejada). Além disso foi o idealizador do solfejo, sistema de ensino musical que permite ao estudante cantar os nomes das notas. Com essa finalidade criou os nomes pelos quais as notas são conhecidas atualmente (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si) em substituição ao sistema de letras de A a G que eram usadas anteriormente. Os nomes foram retirados das sílabas iniciais de um Hino a São João Batista, chamado Ut queant Laxis. Como Guido d'Arezzo utilizou a italiano em seu tratado, seus termos se popularizaram e é essa a principal razão para que a notação moderna utilize termos em italiano.
Nesta época o sistema tonal já estava desenvolvido e o sistema de notação com pautas de cinco linhas tornou-se o padrão para toda a música ocidental, mantendo-se assim até os dias de hoje. O sistema padrão pode ser utilizado para representar música vocal ou instrumental, desde que seja utilizada a escala cromática de 12 semitons ou qualquer de seus subconjuntos, como as escalas diatônicas e pentatônicas. Com a utilização de alguns acidentes adicionais, notas em afinações microtonais também podem ser utilizadas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nota%C3%A7%C3%A3o_musical
Aula de Música
Para uma memorização mais rápida, veja o gráfico abaixo:
http://www.violaomandriao.mus.br/popaula17.htm
TOM
Como cada um destes sons possuem uma altura determinada, existe uma distância sonora entre eles. Esta distância é denominada de TOM. Este tom pode ser dividido em 2 partes iguais denominadas de semitom ou meio tom. Sua distribuição na escala natural é da seguinte forma:
As Notas Musicais e seus Intervalos
As Notas Musicais e seus Intervalos
Os sons que habitualmente utilizamos nas músicas são denominados de notas musicais. Estes sons possuem altura determinada e são organizados em ordem crescente ou decrescente. Esta organização é chamada de Escala Musical. Esta escala é chamada de natural quando, em sua organização, possui somente notas naturais, ou seja, sem alterações. Sua apresentação é:
Como cada um destes sons possuem uma altura determinada, existe uma distância sonora entre eles. Esta distância é denominada de TOM. Este tom pode ser dividido em 2 partes iguais denominadas de semitom ou meio tom. Sua distribuição na escala natural é da seguinte forma:
Para uma memorização mais rápida, veja o gráfico acima.
O Sistema Braile Louis Braille
O Sistema Braile Louis Braille nasceu na França, em 4 de janeiro de 1809 - data em que, hoje, comemora-se o Dia Mundial do Braile. Aos três anos, feriu-se com um instrumento da oficina de seu pai, que era seleiro, e ficou completamente cego. Louis criou seu sistema inspirado nos relevos que enfeitavam as selas e eram feitos exatamente com o mesmo instrumento que o cegou: a ponta de uma sovela. Em 1829, Braille publicou a primeira edição do seu trabalho, intitulado "Processo para escrever as palavras, a música e o canto-chão, por meio de pontos, para uso dos cegos e dispostos para eles".O sistema braile é um conjunto de pequenos pontos em alto-relevo por meio dos quais o deficiente passa os dedos e consegue identificar a letra correspondente. São seis pontos básicos, que permitem 63 combinações diferentes. É um modelo de lógica e de simplicidade, que se adapta a todas as necessidades dos utilizadores, em todas as línguas, grafias e ciências: na música, matemática, física.Em braile, as letras não possuem tamanhos variados, cores, diferenças de traçados ou tipos. Para se escrever uma letra maiúscula em braile, por exemplo, usa-se o "sinal de maiúscula" antes da palavra. O mesmo vale para grifar os vocábulos.No Brasil, a técnica começou a ser adotada em 1856. A fim de uniformizar a escrita braile em todo o mundo, a Unesco criou, em 1951, seu código internacional oficial da escrita braile e fundou o Conselho Mundial Braile.
O método Braile - SUPERINTERESSANTE
O método Braile
O alfabeto Braile contribuiu efetivamente para a comunicação entre cegos, pois aplica-se a qualquer língua, à estenografia e à música.
Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma pequena aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis brilhavam de admiração ao vê-lo cortar, com extrema perícia, selas e arreios. Uma tarde, pouco depois de completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de couro. De repente, uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.
A tragédia não o impediu, porém, de freqüentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos do Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além do currículo normal, Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de fôrma impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso, Baile destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de la Serre, oficial do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a idéia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava. O de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande número de sinais ser usado para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.
Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para evitar erros de leitura; em seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. A posição dos pontos na célula é esta ao lado.
As primeiras dez letras do alfabeto (de a a j) são formadas com os pontos 1,2,4 e 5. Precedidos de um sinal específico para indicar algarismos, os pontos adquirem valores numéricos, de 1 a 10 (veja ilustração). As letras de k a f resultam da adição do ponto 3 aos sinais das dez primeiras letras. Quando os pontos 3 e 6 são adicionados simultaneamente às cinco primeiras letras, surgem os símbolos das letras u,v,x,y,z; o w é representado pelos pontos 2,4,5 e 6. Com as combinações restantes, de acordo com o idioma, surgem os sinais de acentuação e pontuação. Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo se transformou numa segunda sala de aula. A primeira edição do método foi publicada em 1829. No prefácio do livro, ele reconheceu que tinha se baseado nas idéias de Barbier.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais em relevo. Normalmente usa-se a mão direita, com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto a mão esquerda pocura o início da outra linha. O braile é subdividido em três graus: o grau 1 é a forma mais simples, em que se escreve letra por letra; o grau 2 é a forma abreviada, empregada para conjunções, preposições e pronomes mais comumente usados, como, por exemplo, mas, de, você e por que; abreviaturas ainda mais complexas, como para -ista, -mente e -da-de, formam o grau 3, que exige ótima memória e tato muito desenvolvido.
Essas abreviações são necessárias para reduzir o tamanho dos livros e permitir maior rapidez na leitura. Mesmo assim, os livros são bastante volumosos: o Novo dicionário da língua portuguesa, edição reduzida, de Aurélio Buarque de Holanda, tem 35 tomos; o romance Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, nove. O braile aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia, à música - Braille, por sinal, era ainda exímio pianista - e às notações científicas em geral. Isso resulta do aproveitamento das 63 combinações em códigos especiais, que multiplicam as suas possibilidades. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma régua especial, de duas linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às células braile.
A régua desliza sobre uma prancheta onde está o papel, que é pressionado para formar os pontos em relevo com o punção - uma espécie de estilete. Com a reglete, escreve-se da direita para a esquerda, com os símbolos invertidos - algo mais fácil para os deficientes visuais do que se pode imaginar. A leitura é feita normalmente, da esquerda para a direita, no verso da folha. Além da reglete, o braile pode ser escrito com uma máquina especial, de sete teclas - seis para os pontos e uma para o espacejamento. A máquina foi inventada pelo americano Frank H. Hall, em 1892. Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo francês.
No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou ainda uma série de concertos de piano com ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão sepultados os heróis nacionais.
No Brasil, o método começou a ser adotado em 1856, e as duas únicas instituições que imprimem em braile são a Fundação para o Livro do Cego, de São Paulo, e o Instituto Benjamin Constant, do Rio de Janeiro: juntas editam cerca de 25 títulos por mês, num total de 4 mil volumes - aquém das necessidades. Por lei, são obrigadas a distribuí-los gratuitamente aos 750 mil cegos que se estima existirem no país.
Silvio Atanes
O alfabeto Braile contribuiu efetivamente para a comunicação entre cegos, pois aplica-se a qualquer língua, à estenografia e à música.
Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas foi exatamente a isso que um francês chamado Louis Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma pequena aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos azuis brilhavam de admiração ao vê-lo cortar, com extrema perícia, selas e arreios. Uma tarde, pouco depois de completar 3 anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cortando pequenas tiras de couro. De repente, uma sovela, instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma infecção que, seis meses depois, afetaria também o olho direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego.
A tragédia não o impediu, porém, de freqüentar a escola por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos do Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além do currículo normal, Haüy introduzira um sistema especial de alfabetização, no qual letras de fôrma impressas em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contornos. Desde o início do curso, Baile destacou-se como o melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os colegas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inventado pouco antes por Charles Barbier de la Serre, oficial do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era um código de pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a mensagem até no escuro. Mas, como a idéia não pegou na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava. O de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Dessa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além disso, o fato de um grande número de sinais ser usado para uma única palavra tornava o sistema muito complicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como método auxiliar por Haüy.
Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para evitar erros de leitura; em seguida, criou uma célula de seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. A posição dos pontos na célula é esta ao lado.
As primeiras dez letras do alfabeto (de a a j) são formadas com os pontos 1,2,4 e 5. Precedidos de um sinal específico para indicar algarismos, os pontos adquirem valores numéricos, de 1 a 10 (veja ilustração). As letras de k a f resultam da adição do ponto 3 aos sinais das dez primeiras letras. Quando os pontos 3 e 6 são adicionados simultaneamente às cinco primeiras letras, surgem os símbolos das letras u,v,x,y,z; o w é representado pelos pontos 2,4,5 e 6. Com as combinações restantes, de acordo com o idioma, surgem os sinais de acentuação e pontuação. Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que logo se transformou numa segunda sala de aula. A primeira edição do método foi publicada em 1829. No prefácio do livro, ele reconheceu que tinha se baseado nas idéias de Barbier.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os sinais em relevo. Normalmente usa-se a mão direita, com um ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto a mão esquerda pocura o início da outra linha. O braile é subdividido em três graus: o grau 1 é a forma mais simples, em que se escreve letra por letra; o grau 2 é a forma abreviada, empregada para conjunções, preposições e pronomes mais comumente usados, como, por exemplo, mas, de, você e por que; abreviaturas ainda mais complexas, como para -ista, -mente e -da-de, formam o grau 3, que exige ótima memória e tato muito desenvolvido.
Essas abreviações são necessárias para reduzir o tamanho dos livros e permitir maior rapidez na leitura. Mesmo assim, os livros são bastante volumosos: o Novo dicionário da língua portuguesa, edição reduzida, de Aurélio Buarque de Holanda, tem 35 tomos; o romance Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, nove. O braile aplica-se a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia, à música - Braille, por sinal, era ainda exímio pianista - e às notações científicas em geral. Isso resulta do aproveitamento das 63 combinações em códigos especiais, que multiplicam as suas possibilidades. A escrita é feita mediante o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de uma régua especial, de duas linhas, com uma série de janelas de seis furos cada, correspondentes às células braile.
A régua desliza sobre uma prancheta onde está o papel, que é pressionado para formar os pontos em relevo com o punção - uma espécie de estilete. Com a reglete, escreve-se da direita para a esquerda, com os símbolos invertidos - algo mais fácil para os deficientes visuais do que se pode imaginar. A leitura é feita normalmente, da esquerda para a direita, no verso da folha. Além da reglete, o braile pode ser escrito com uma máquina especial, de sete teclas - seis para os pontos e uma para o espacejamento. A máquina foi inventada pelo americano Frank H. Hall, em 1892. Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com apenas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo governo francês.
No ano seguinte, foi apresentado ao mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou ainda uma série de concertos de piano com ex-alunos de Braille. O sucesso foi imediato e o sistema se espalhou pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde estão sepultados os heróis nacionais.
No Brasil, o método começou a ser adotado em 1856, e as duas únicas instituições que imprimem em braile são a Fundação para o Livro do Cego, de São Paulo, e o Instituto Benjamin Constant, do Rio de Janeiro: juntas editam cerca de 25 títulos por mês, num total de 4 mil volumes - aquém das necessidades. Por lei, são obrigadas a distribuí-los gratuitamente aos 750 mil cegos que se estima existirem no país.
Silvio Atanes
sábado, 26 de abril de 2008
Língua Brasileira de Sinais
A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.
A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte:
"O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".
A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte:
"O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".
Classificação Decimal do Direito - Classificação de Dóris
Esta classificação surgiu por iniciativa e obra de Doris de Queiroz Carvalho, bibliotecária e bacharel em direito brasileira que concluiu pela necessidade de se expandir e aprofundar a "Classe 340" (Direito) na Classificação Decimal de Dewey que é universal e serviu de base para a Classificação Decimal Universal que é utilizada na maioria das bibliotecas multidisciplinares.
O trabalho foi realizado pela bibliotecária primeiramente para uso interno da Biblioteca do Ministério da Fazenda. A sua primeira edição foi publicada em 1948, mais tarde, em 1953, nova edição seria lançada. E muitos anos depois, em 1977, saiu a terceira edição.
A Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, em 2000, tendo necessidade de catalogar o acervo legislativo do país optou por utilizar a "Classificação de Doris" para esta finalidade, para isto solicitou a autora autorização para atualizar a sua obra, o que foi feito em conjunto com ela. Concluído o trabalho em 2002 a autora permitiu fosse exposta na rede mundial de computadores, na página da Presidência da República, para livre acesso por qualquer interessado.
A quarta edição traz, entre outras novidades, a transposição do Direito do Trabalho para a categoria de Direito Privado, ampliação do Direito Previdenciário, o engrandecimento da parte de Direito Internacional Público, especialmente quanto aos organismos internacionais e atualização do Direito Canônico. Foram acrescentadas, ou receberam maior desenvolvimento, as classes de Direito Ambiental, Direito Econômico, Direito Agrário e Direito do Consumidor.
Especificamente para a área de Direito a "Classificação Decimal de Dóris" é mais abrangente e mais profunda nas subclassificações do que qualquer outro sistema ou metodologia existente em biblioteconomia em língua portuguesa dirigida aos sistemas jurídicos de origem Romano-germânica.
As principais bibliotecas jurídicas especializadas de órgãos federais brasileiros utiliza a "Classificação de Dóris". Não é incompatível o uso desta classificação com a "Classificação Universal" ou de "Dewey", simultaneamente, por bibliotecas multidisciplinares desde que para a área de Direito (Classe 340) se faça uso apenas da "Classificação de Dóris" e de outra para as demais disciplinas ou campos do conhecimento.
No Distrito Federal, algumas bibliotecas da administração pública utilizam esta classificação decimal, dentre elas pode-se citar: Presidência da República, Advocacia Geral da União, Ministério da Justiça, Ministério do Trabalho, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Federal - 1ª Região, Procuradoria-Geral da República e Procuradoria Regional da República - 1ª Região.
O trabalho foi realizado pela bibliotecária primeiramente para uso interno da Biblioteca do Ministério da Fazenda. A sua primeira edição foi publicada em 1948, mais tarde, em 1953, nova edição seria lançada. E muitos anos depois, em 1977, saiu a terceira edição.
A Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, em 2000, tendo necessidade de catalogar o acervo legislativo do país optou por utilizar a "Classificação de Doris" para esta finalidade, para isto solicitou a autora autorização para atualizar a sua obra, o que foi feito em conjunto com ela. Concluído o trabalho em 2002 a autora permitiu fosse exposta na rede mundial de computadores, na página da Presidência da República, para livre acesso por qualquer interessado.
A quarta edição traz, entre outras novidades, a transposição do Direito do Trabalho para a categoria de Direito Privado, ampliação do Direito Previdenciário, o engrandecimento da parte de Direito Internacional Público, especialmente quanto aos organismos internacionais e atualização do Direito Canônico. Foram acrescentadas, ou receberam maior desenvolvimento, as classes de Direito Ambiental, Direito Econômico, Direito Agrário e Direito do Consumidor.
Especificamente para a área de Direito a "Classificação Decimal de Dóris" é mais abrangente e mais profunda nas subclassificações do que qualquer outro sistema ou metodologia existente em biblioteconomia em língua portuguesa dirigida aos sistemas jurídicos de origem Romano-germânica.
As principais bibliotecas jurídicas especializadas de órgãos federais brasileiros utiliza a "Classificação de Dóris". Não é incompatível o uso desta classificação com a "Classificação Universal" ou de "Dewey", simultaneamente, por bibliotecas multidisciplinares desde que para a área de Direito (Classe 340) se faça uso apenas da "Classificação de Dóris" e de outra para as demais disciplinas ou campos do conhecimento.
No Distrito Federal, algumas bibliotecas da administração pública utilizam esta classificação decimal, dentre elas pode-se citar: Presidência da República, Advocacia Geral da União, Ministério da Justiça, Ministério do Trabalho, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Federal - 1ª Região, Procuradoria-Geral da República e Procuradoria Regional da República - 1ª Região.
Classificação Decimal do Direito - Classificação de Dóris
Esta classificação surgiu por iniciativa e obra de Doris de Queiroz Carvalho, bibliotecária e bacharel em direito brasileira que concluiu pela necessidade de se expandir e aprofundar a "Classe 340" (Direito) na Classificação Decimal de Dewey que é universal e serviu de base para a Classificação Decimal Universal que é utilizada na maioria das bibliotecas multidisciplinares.
O trabalho foi realizado pela bibliotecária primeiramente para uso interno da Biblioteca do Ministério da Fazenda. A sua primeira edição foi publicada em 1948, mais tarde, em 1953, nova edição seria lançada. E muitos anos depois, em 1977, saiu a terceira edição.
A Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, em 2000, tendo necessidade de catalogar o acervo legislativo do país optou por utilizar a "Classificação de Doris" para esta finalidade, para isto solicitou a autora autorização para atualizar a sua obra, o que foi feito em conjunto com ela. Concluído o trabalho em 2002 a autora permitiu fosse exposta na rede mundial de computadores, na página da Presidência da República, para livre acesso por qualquer interessado.
A quarta edição traz, entre outras novidades, a transposição do Direito do Trabalho para a categoria de Direito Privado, ampliação do Direito Previdenciário, o engrandecimento da parte de Direito Internacional Público, especialmente quanto aos organismos internacionais e atualização do Direito Canônico. Foram acrescentadas, ou receberam maior desenvolvimento, as classes de Direito Ambiental, Direito Econômico, Direito Agrário e Direito do Consumidor.
Especificamente para a área de Direito a "Classificação Decimal de Dóris" é mais abrangente e mais profunda nas subclassificações do que qualquer outro sistema ou metodologia existente em biblioteconomia em língua portuguesa dirigida aos sistemas jurídicos de origem Romano-germânica.
As principais bibliotecas jurídicas especializadas de órgãos federais brasileiros utiliza a "Classificação de Dóris". Não é incompatível o uso desta classificação com a "Classificação Universal" ou de "Dewey", simultaneamente, por bibliotecas multidisciplinares desde que para a área de Direito (Classe 340) se faça uso apenas da "Classificação de Dóris" e de outra para as demais disciplinas ou campos do conhecimento.
No Distrito Federal, algumas bibliotecas da administração pública utilizam esta classificação decimal, dentre elas pode-se citar: Presidência da República, Advocacia Geral da União, Ministério da Justiça, Ministério do Trabalho, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Federal - 1ª Região, Procuradoria-Geral da República e Procuradoria Regional da República - 1ª Região.
O trabalho foi realizado pela bibliotecária primeiramente para uso interno da Biblioteca do Ministério da Fazenda. A sua primeira edição foi publicada em 1948, mais tarde, em 1953, nova edição seria lançada. E muitos anos depois, em 1977, saiu a terceira edição.
A Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, em 2000, tendo necessidade de catalogar o acervo legislativo do país optou por utilizar a "Classificação de Doris" para esta finalidade, para isto solicitou a autora autorização para atualizar a sua obra, o que foi feito em conjunto com ela. Concluído o trabalho em 2002 a autora permitiu fosse exposta na rede mundial de computadores, na página da Presidência da República, para livre acesso por qualquer interessado.
A quarta edição traz, entre outras novidades, a transposição do Direito do Trabalho para a categoria de Direito Privado, ampliação do Direito Previdenciário, o engrandecimento da parte de Direito Internacional Público, especialmente quanto aos organismos internacionais e atualização do Direito Canônico. Foram acrescentadas, ou receberam maior desenvolvimento, as classes de Direito Ambiental, Direito Econômico, Direito Agrário e Direito do Consumidor.
Especificamente para a área de Direito a "Classificação Decimal de Dóris" é mais abrangente e mais profunda nas subclassificações do que qualquer outro sistema ou metodologia existente em biblioteconomia em língua portuguesa dirigida aos sistemas jurídicos de origem Romano-germânica.
As principais bibliotecas jurídicas especializadas de órgãos federais brasileiros utiliza a "Classificação de Dóris". Não é incompatível o uso desta classificação com a "Classificação Universal" ou de "Dewey", simultaneamente, por bibliotecas multidisciplinares desde que para a área de Direito (Classe 340) se faça uso apenas da "Classificação de Dóris" e de outra para as demais disciplinas ou campos do conhecimento.
No Distrito Federal, algumas bibliotecas da administração pública utilizam esta classificação decimal, dentre elas pode-se citar: Presidência da República, Advocacia Geral da União, Ministério da Justiça, Ministério do Trabalho, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal, Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Federal - 1ª Região, Procuradoria-Geral da República e Procuradoria Regional da República - 1ª Região.
Classificação Decimal de Dewey - CDD
A CDD organiza todo o conhecimento em dez classes principais que, excluindo a primeira (000 Computadores, informação e referência geral), prosseguem do metafísico (filosofia e religião) ao mundano (história e geografia). A inteligência da CDD está na escolha de números decimais para suas categorias; isto permite que o sistema seja ao mesmo tempo puramente numérico e infinitamente hierárquico. Utiliza alguns mecanismos de uma classificação facetada, combinando elementos de diferentes partes da estrutura para construir um número representando o assunto do conteúdo (frequentemente combinando dois elementos de assuntos juntando números que representam áreas geográficas ou épocas) e sua forma, em vez de extrair a representação de uma única lista contendo cada classe e seu significado.
Exceto por obras gerais e ficção, as obras são classificadas principalmente por assunto, com extensões para relações entre assuntos, local, época ou tipo do material, produzindo números de classificação de no mínimo três digitos mas de tamanho máximo indeterminado, com um ponto decimal antes do quarto dígito, quando presente (ex.: 330 para economia + 94 para Europa = 330.94 Economia européia; 973 para Estados Unidos + 005 que é a divisão para periódicos resulta em 973.005 para designar periódicos sobre os Estados Unidos de uma forma geral. Indicadores de classes devem ser lidas e ordenadas como números, ou seja: 050, 220, 330.973, 331 etc. Qualquer letra deve ser ordenada antes de qualquer dígito que ocupe a mesma posição, portanto "330.94 A" vem antes de 330.943. O sistema utiliza dez classes principais, que são então subdivididas. Cada classe principal tem dez divisões e cada divisão tem dez seções. Assim o sistema pode ser elegantemente resumido em 10 classes principais, 100 divisões e 1000 seções. É um equívoco comum pensar que todos os livros na CDD sejam não-ficção. No entanto, a CDD propõe um número para cada livro, incluindo aqueles que se tornam a sua própria seção de ficção. Se as regras da CDD fossem seguidas estritamente, toda a ficção estadunidense estaria na classe 813. A maior parte das bibliotecas cria uma seção especial de ficção por causa do espaço excessivo que seria ocupado na classe 800.
Exceto por obras gerais e ficção, as obras são classificadas principalmente por assunto, com extensões para relações entre assuntos, local, época ou tipo do material, produzindo números de classificação de no mínimo três digitos mas de tamanho máximo indeterminado, com um ponto decimal antes do quarto dígito, quando presente (ex.: 330 para economia + 94 para Europa = 330.94 Economia européia; 973 para Estados Unidos + 005 que é a divisão para periódicos resulta em 973.005 para designar periódicos sobre os Estados Unidos de uma forma geral. Indicadores de classes devem ser lidas e ordenadas como números, ou seja: 050, 220, 330.973, 331 etc. Qualquer letra deve ser ordenada antes de qualquer dígito que ocupe a mesma posição, portanto "330.94 A" vem antes de 330.943. O sistema utiliza dez classes principais, que são então subdivididas. Cada classe principal tem dez divisões e cada divisão tem dez seções. Assim o sistema pode ser elegantemente resumido em 10 classes principais, 100 divisões e 1000 seções. É um equívoco comum pensar que todos os livros na CDD sejam não-ficção. No entanto, a CDD propõe um número para cada livro, incluindo aqueles que se tornam a sua própria seção de ficção. Se as regras da CDD fossem seguidas estritamente, toda a ficção estadunidense estaria na classe 813. A maior parte das bibliotecas cria uma seção especial de ficção por causa do espaço excessivo que seria ocupado na classe 800.
Classificação Decimal Universal - CDU
A Classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema internacional de classificação de documentos. Baseia-se no conceito de que todo o conhecimento pode ser dividido em 10 classes principais, e estas podem ser infinitamente divididas numa hierarquia decimal. É o esquema de classificação utilizado na nossa biblioteca, enquadrado numa divisão física por áreas departamentais (Engenharias Alimentar, Civil, Mecânica e Electrónica) e por áreas comuns (Informática, Metodologia, Ciências Sociais e Matemática). As principais divisões da CDU são:
0 Generalidades. Informação. Organização.
1 Filosofia. Psicologia.
3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação.
4 Classe vaga.
5 Matemática e Ciências Naturais.
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Desportos.
8 Linguagem. Linguística. Literatura.
9 Geografia. Biografia. Historia. A Classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema internacional de classificação de documentos. Baseia-se no conceito de que todo o conhecimento pode ser dividido em 10 classes principais, e estas podem ser infinitamente divididas numa hierarquia decimal. É o esquema de classificação utilizado na nossa biblioteca, enquadrado numa divisão física por áreas departamentais (Engenharias Alimentar, Civil, Mecânica e Electrónica) e por áreas comuns (Informática, Metodologia, Ciências Sociais e Matemática). As principais divisões da CDU são:
0 Generalidades. Informação. Organização.
1 Filosofia. Psicologia.
3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação.
4 Classe vaga.
5 Matemática e Ciências Naturais.
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Desportos.
8 Linguagem. Linguística. Literatura.
9 Geografia. Biografia. Historia. v
0 Generalidades. Informação. Organização.
1 Filosofia. Psicologia.
3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação.
4 Classe vaga.
5 Matemática e Ciências Naturais.
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Desportos.
8 Linguagem. Linguística. Literatura.
9 Geografia. Biografia. Historia. A Classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema internacional de classificação de documentos. Baseia-se no conceito de que todo o conhecimento pode ser dividido em 10 classes principais, e estas podem ser infinitamente divididas numa hierarquia decimal. É o esquema de classificação utilizado na nossa biblioteca, enquadrado numa divisão física por áreas departamentais (Engenharias Alimentar, Civil, Mecânica e Electrónica) e por áreas comuns (Informática, Metodologia, Ciências Sociais e Matemática). As principais divisões da CDU são:
0 Generalidades. Informação. Organização.
1 Filosofia. Psicologia.
3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação.
4 Classe vaga.
5 Matemática e Ciências Naturais.
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.
7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Desportos.
8 Linguagem. Linguística. Literatura.
9 Geografia. Biografia. Historia. v
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Traduzir-se - Ferreira Gullar
Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém
Fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim, pesa
Pondera
Outra parte, delira
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte, linguagem
Traduzir uma parte noutra parte
Que é uma questão de vida ou morte
Será arte?
Será arte?
Outra parte é ninguém
Fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim, pesa
Pondera
Outra parte, delira
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte, linguagem
Traduzir uma parte noutra parte
Que é uma questão de vida ou morte
Será arte?
Será arte?
Ferreira Gullar
Biografia
Ferreira Gullar
Criador da poesia socialmente engajada
LAURIBERTO BRAGAColaboração para Folha Online
O crítico de arte, memorialista, poeta, biógrafo e ensaísta José Ribamar Ferreira desde cedo adotou o pseudônimo de Ferreira Gullar. Nasceu em São Luís, capital do Maranhão, no dia 10 de setembro de 1930. Era o quarto dos 11 filhos do comerciante Newton Ferreira com Alzira Ribeiro Goulart.
Começou a escrever poesia ainda muito jovem. Publicou o primeiro livro aos 19 anos, "Um pouco acima do chão" (1949). Aos 21, foi morar no Rio de Janeiro. Como a maioria dos poetas da época, contraiu tuberculose. Mas conseguiu curar-se.
Ferreira Gullar fez parte do grupo que iniciou o concretismo. Discordou dos rumos que o movimento tomou e se desligou, fundando o neoconcretismo. A partir dos anos 1960 iniciou sua produção de poesia engajada voltada às causas sociais.
Passou a escrever, então, sobre os problemas sociais brasileiros. Em 1968, sua peça "Dr. Getúlio, sua vida e sua glória", escrita em parceria com Dias Gomes, foi montada, no Rio. Também fez teatro em parceria com Oduvaldo Viana Filho (1936-1974). A peça "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" (1966) foi escrita por eles.
Suas idéias o levaram a prisão em 1969 e depois ao exílio, em 1971. Morou em Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires. Do exílio, colaborava com "O Pasquim" e outros jornais brasileiros, adotando o pseudônimo Frederico Marques.
Voltou para o Brasil em 1977 e acabou sendo preso. Com a ajuda de amigos, foi solto.
Ferreira Gullar também escreveu poemas em forma de cordel. Seu primeiro livro de crônicas, "A estranha vida banal", foi publicado em 1989. Em 2004, ele passou a assinar uma coluna semanal de crônicas no caderno Ilustrada, da Folha. Ano passado, ele ganhou o Prêmio Jabuti de literatura, na categoria ficção, com o livro "Resmungos", que reúne as crônicas publicadas na Folha.
Ferreira Gullar
Criador da poesia socialmente engajada
LAURIBERTO BRAGAColaboração para Folha Online
O crítico de arte, memorialista, poeta, biógrafo e ensaísta José Ribamar Ferreira desde cedo adotou o pseudônimo de Ferreira Gullar. Nasceu em São Luís, capital do Maranhão, no dia 10 de setembro de 1930. Era o quarto dos 11 filhos do comerciante Newton Ferreira com Alzira Ribeiro Goulart.
Começou a escrever poesia ainda muito jovem. Publicou o primeiro livro aos 19 anos, "Um pouco acima do chão" (1949). Aos 21, foi morar no Rio de Janeiro. Como a maioria dos poetas da época, contraiu tuberculose. Mas conseguiu curar-se.
Ferreira Gullar fez parte do grupo que iniciou o concretismo. Discordou dos rumos que o movimento tomou e se desligou, fundando o neoconcretismo. A partir dos anos 1960 iniciou sua produção de poesia engajada voltada às causas sociais.
Passou a escrever, então, sobre os problemas sociais brasileiros. Em 1968, sua peça "Dr. Getúlio, sua vida e sua glória", escrita em parceria com Dias Gomes, foi montada, no Rio. Também fez teatro em parceria com Oduvaldo Viana Filho (1936-1974). A peça "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" (1966) foi escrita por eles.
Suas idéias o levaram a prisão em 1969 e depois ao exílio, em 1971. Morou em Moscou, Santiago, Lima e Buenos Aires. Do exílio, colaborava com "O Pasquim" e outros jornais brasileiros, adotando o pseudônimo Frederico Marques.
Voltou para o Brasil em 1977 e acabou sendo preso. Com a ajuda de amigos, foi solto.
Ferreira Gullar também escreveu poemas em forma de cordel. Seu primeiro livro de crônicas, "A estranha vida banal", foi publicado em 1989. Em 2004, ele passou a assinar uma coluna semanal de crônicas no caderno Ilustrada, da Folha. Ano passado, ele ganhou o Prêmio Jabuti de literatura, na categoria ficção, com o livro "Resmungos", que reúne as crônicas publicadas na Folha.
Mario Quintana
Biografia
Mario Quintana
Quintana, o "Príncipe dos Poetas"
LAURIBERTO BRAGAColaboração para Folha Online
Mario de Miranda Quintana nasceu no dia 30 de julho de 1906, em Alegrete (RS). O termômetro marcava 1º C. Era o quarto filho do casal Celso de Oliveira Quintana e Virgínia de Miranda Quintana. Nasceu prematuro.
Mario Quintana, segundo Mario Quintana, era assim: "Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, instrospectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?". O texto foi escrito pelo próprio Mario para a revista "Isto É", em 1984.
Tinha um senso de humor! Ao ver perdida a terceira indicação para a ABL (Academia Brasileira de Letras), compôs: "Todos esses que aí estão / Atravancando o meu caminho/Eles passarão... / Eu passarinho". Não foi aceito na ABL, mas, em 1989, foi eleito o "Príncipe dos Poetas Brasileiros", entre escritores de todo o Brasil.
O garoto Mario estudou em regime de internato no Colégio Militar de Porto Alegre. O talento para a literatura se manifestou cedo. Aos 20 anos, venceu um concurso promovido pelo jornal gaúcho "Diário de Notícias" com o conto "A Sétima Personagem".
Em 1929, começou na redação do diário "O Estado do Rio Grande". Mais tarde, em 1934, virou tradutor de diversos escritores estrangeiros. E, em 1936, foi trabalhar com Erico Verissimo na livraria do Globo.
O primeiro livro do autor, só foi publicado em 1940: "A Rua dos Cataventos". Teve uma repercussão tão boa que vários de seus sonetos foram transcritos em antologias de livros escolares. Depois deste, seguiram-se muitos outros.
Mario Quintana morreu no dia cinco de maio de 1994, em Porto Alegre, não sem antes brincar com a morte: "A morte é a libertação total: a morte é quando a gente pode, afinal, estar dormindo de sapato".
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Ariano Suassuna
Biografia
Ariano Suassuna
Defensor da cultura brasileira
LAURIBERTO BRAGAColaboração para Folha Online
O dramaturgo, poeta e romancista Ariano Villar Suassuna nasceu em João Pessoa, no dia 16 de junho de 1927. Filho do ex-governador da Paraíba João Suassuna (1924-1928) e Cássia Villar, os primeiros anos da infância foram vividos na Fazenda Acauham, no sertão paraibano. Por motivos políticos, o pai foi assassinado quando Ariano tinha apenas três anos, durante a Revolução de 1930, no Rio de Janeiro. O que acabou motivando a mudança da família para Taperoá, no cariri paraibano.
Depois de completar 15 anos, Ariano Suassuna foi morar no Recife, onde fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Escreveu sua primeira peça em 1947: "Uma mulher vestida de Sol". Formou-se em Direito em 1950, quando passou a conciliar o trabalho de advogado com o de escritor. Também se formou em Filosofia (!964).
Escreveu em 1955 a peça "Auto da Compadecida", que o projetou nacionalmente. Tanto que, em 1962, Sábato Magaldi disse tratar-se do "texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
Com o sucesso da peça, deixou a advocacia de lado e foi ser professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco, aposentando-se em 1994.
No alto dos seus 80 anos mostrou-se um dramaturgo que retratou como ninguém o tipo brasileiro. Trouxe inovações na técnica de representação, ampliando o cenário e focalizando a vivência popular do Nordeste.
É o grande nome do teatro de inspiração popular. Deixou-se influenciar pelo teatro medieval português. Embora voltado para o povo, o teatro de Suassuna não questiona diretamente a desigualdade social ou a má distribuição de riquezas.
É membro da ABL (Academia Brasileira de Letras) desde 1990. Eleito em 1989, na sucessão de Genolino Amado, ocupa a cadeira de número 32.
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Mario de Andrade
Biografia
Mario de Andrade
O desvairado Mario de Andrade
Colaboração para a Folha Online
Mário Raul Morais Andrade foi um revolucionário das artes. Poeta, romancista, crítico de arte, folclorista, musicólogo e ensaísta, ele nasceu, viveu e morreu em São Paulo. Ajudou a fundar o movimento modernista brasileiro. Participou da famosa Semana de Arte Moderna de 1922. Chocou a burguesia paulistana do início do século passado. E teve em vida todo o reconhecimento merecido.
Mario de Andrade nasceu no dia nove de outubro de 1893, filho de Carlos Augusto de Morais e Maria Luiza Leite Morais Andrade. Estreou no mundo literário, em 1917, com “Há uma gota de sangue em cada poema”, feito sob o impacto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mas que trouxe poucas novidades em termos de estilo.
Mas foi nesse mesmo ano (1917), que ele teve seu primeiro contato com a modernidade, visitando a exposição de Anita Malfatti. Empolgado, se juntou, em 1920, ao grupo modernista que nascia em São Paulo. No ano seguinte, esteve presente no lançamento do movimento no banquete realizado no Trianon. E, em 1922, participou ativamente da Semana de Arte Moderna.
Com “Paulicéia desvairada”, lançado em 1922, dá largada aos poemas modernistas no Brasil. Nele, faz uma análise da cidade de São Paulo e seu provincianismo. Deixou a elite paulistana de cabelo em pé com “Amar verbo intransitivo” (1927), que conta a história de Carlos um adolescente de família tradicional iniciado no sexo por uma alemã contratada por seu pai, um rico industrial, para essa tarefa.
Sua obra mais marcante, porém, foi “Macunaíma” (1928). De fundo romanesco e satírico, o livro foi escrito durante umas férias em Araraquara (SP). Nele, Mario de Andrade retrata, segundo ele próprio, o brasileiro comum. Trata-se de uma epopéia cheia de lirismo, onde são misturados o folclore e a mitologia, a história e o linguajar popular.
Depois de romper com Oswald de Andrade, em 1930, Mário apoiou a “Revolução de 1930”, movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e que culminou com a deposição do presidente paulista Washington Luís.
Morreu de enfarte, no dia 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo.
Mario de Andrade
O desvairado Mario de Andrade
Colaboração para a Folha Online
Mário Raul Morais Andrade foi um revolucionário das artes. Poeta, romancista, crítico de arte, folclorista, musicólogo e ensaísta, ele nasceu, viveu e morreu em São Paulo. Ajudou a fundar o movimento modernista brasileiro. Participou da famosa Semana de Arte Moderna de 1922. Chocou a burguesia paulistana do início do século passado. E teve em vida todo o reconhecimento merecido.
Mario de Andrade nasceu no dia nove de outubro de 1893, filho de Carlos Augusto de Morais e Maria Luiza Leite Morais Andrade. Estreou no mundo literário, em 1917, com “Há uma gota de sangue em cada poema”, feito sob o impacto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), mas que trouxe poucas novidades em termos de estilo.
Mas foi nesse mesmo ano (1917), que ele teve seu primeiro contato com a modernidade, visitando a exposição de Anita Malfatti. Empolgado, se juntou, em 1920, ao grupo modernista que nascia em São Paulo. No ano seguinte, esteve presente no lançamento do movimento no banquete realizado no Trianon. E, em 1922, participou ativamente da Semana de Arte Moderna.
Com “Paulicéia desvairada”, lançado em 1922, dá largada aos poemas modernistas no Brasil. Nele, faz uma análise da cidade de São Paulo e seu provincianismo. Deixou a elite paulistana de cabelo em pé com “Amar verbo intransitivo” (1927), que conta a história de Carlos um adolescente de família tradicional iniciado no sexo por uma alemã contratada por seu pai, um rico industrial, para essa tarefa.
Sua obra mais marcante, porém, foi “Macunaíma” (1928). De fundo romanesco e satírico, o livro foi escrito durante umas férias em Araraquara (SP). Nele, Mario de Andrade retrata, segundo ele próprio, o brasileiro comum. Trata-se de uma epopéia cheia de lirismo, onde são misturados o folclore e a mitologia, a história e o linguajar popular.
Depois de romper com Oswald de Andrade, em 1930, Mário apoiou a “Revolução de 1930”, movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, e que culminou com a deposição do presidente paulista Washington Luís.
Morreu de enfarte, no dia 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo.
Graciliano Ramos
Biografia
Graciliano Ramos
Primogênito dos 16 filhos que teve o casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, Graciliano Ramos nasceu em 27 de outubro de 1892 em Quebrangulo, no sertão alagoano. Morreu em 1953, no Rio de Janeiro. Escritor, jornalista e político. Publicou romances de cunho social, onde a paisagem e o homem nordestino são destaques.
Chegou a dirigir a Imprensa Oficial de Alagoas. Morou no Rio de Janeiro, onde trabalhou como revisor e redator nos jornais "Correio da Manhã" e "A Tarde". Casou-se duas vezes e teve oito filhos.
Em 1928, voltou para o Nordeste, se elegendo prefeito na cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Por causa de suas idéias políticas, sempre preocupadas com o social, o governo de Getúlio Vargas mandou prendê-lo em 1936. A experiência vivida na prisão foi registrada em "Memórias do Cárcere" (1953).
Em 1939 foi nomeado inspetor federal de ensino secundário, no Rio de Janeiro. Sua principal incursão no mundo das letras foi com um mini-conto chamado de "Pequeno Mendigo", que publicou no jornalzinho "Dilúculo", em 1902, quando tinha 12 anos de idade.
Uma parte de sua obra só foi publicada depois de sua morte, em 1953. Como "Memórias do Cárcere", que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final. Também merecem destaque "Linhas Tortas" (1962) e "Cartas" (1980). Com "Vidas Secas" (1938) chegou a receber o prêmio "Fundação William Faulkner", na Virgínia (EUA).
Em um auto-retrato bem humorado, escrito na terceira pessoa, Graciliano Ramos revelou ser ateu, ao mesmo tempo em que põe como leitura predileta a "Bíblia". Dizia que odiava a burguesia, pregava a morte do capitalismo, e que adorava crianças. Gostava de palavrões "escritos e falados".
Fumava cigarros: três maços por dia. Era-lhe indiferente estar preso ou solto. Escrevia à mão. Tinha poucas dívidas e, quando prefeito, mandava soltar os presos para construírem estradas. Encerra afirmando que desejava morrer aos 57 anos. Morreu com 60 anos, vítima de câncer.
Graciliano Ramos
Primogênito dos 16 filhos que teve o casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, Graciliano Ramos nasceu em 27 de outubro de 1892 em Quebrangulo, no sertão alagoano. Morreu em 1953, no Rio de Janeiro. Escritor, jornalista e político. Publicou romances de cunho social, onde a paisagem e o homem nordestino são destaques.
Chegou a dirigir a Imprensa Oficial de Alagoas. Morou no Rio de Janeiro, onde trabalhou como revisor e redator nos jornais "Correio da Manhã" e "A Tarde". Casou-se duas vezes e teve oito filhos.
Em 1928, voltou para o Nordeste, se elegendo prefeito na cidade de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Por causa de suas idéias políticas, sempre preocupadas com o social, o governo de Getúlio Vargas mandou prendê-lo em 1936. A experiência vivida na prisão foi registrada em "Memórias do Cárcere" (1953).
Em 1939 foi nomeado inspetor federal de ensino secundário, no Rio de Janeiro. Sua principal incursão no mundo das letras foi com um mini-conto chamado de "Pequeno Mendigo", que publicou no jornalzinho "Dilúculo", em 1902, quando tinha 12 anos de idade.
Uma parte de sua obra só foi publicada depois de sua morte, em 1953. Como "Memórias do Cárcere", que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final. Também merecem destaque "Linhas Tortas" (1962) e "Cartas" (1980). Com "Vidas Secas" (1938) chegou a receber o prêmio "Fundação William Faulkner", na Virgínia (EUA).
Em um auto-retrato bem humorado, escrito na terceira pessoa, Graciliano Ramos revelou ser ateu, ao mesmo tempo em que põe como leitura predileta a "Bíblia". Dizia que odiava a burguesia, pregava a morte do capitalismo, e que adorava crianças. Gostava de palavrões "escritos e falados".
Fumava cigarros: três maços por dia. Era-lhe indiferente estar preso ou solto. Escrevia à mão. Tinha poucas dívidas e, quando prefeito, mandava soltar os presos para construírem estradas. Encerra afirmando que desejava morrer aos 57 anos. Morreu com 60 anos, vítima de câncer.
Antonio Callado
Biografia
Antonio Callado
Jornalista e romancista engajado
Colaboração para Folha Online
Antônio Carlos Callado não separava o jornalismo da literatura. Fazia questão de dizer que o escritor tinha a função de informar. Por isso, em seus romances ia direto ao assunto. E nas reportagens, deixava clara a sua opinião. "Mesmo quando fazia jornalismo estava fazendo literatura", afirmou certa vez a jornalista Ana Arruda Callado, sua segunda esposa com quem dividiu duas décadas de vida.
Jornalista, romancista, biógrafo e teatrólogo, Antônio Callado nasceu no dia 26 de janeiro de 1917, em Niterói (RJ). De família classe média alta, o pai era médico, poeta e também jornalista. A mãe, professora.
Começou a trabalhar nas redações aos 20 anos. Formou-se em Direito, mas nunca seguiu a carreira jurídica. Em 1941, foi para Londres trabalhar como correspondente de guerra para a BBC. Lá conheceu a inglesa, Jean Maxine, funcionária da BBC, sua primeira mulher, com quem teve três filhos.
Voltou para o Brasil em 1947. Como repórter, viajou para muitos lugares dentro e fora do País: Nordeste, Xingu, Cuba e Vietnã. Experiências estas transformadas em reportagens de grande repercussão, e que depois viraram livros. Misturava a linguagem ficcional com a jornalística, criando, desta forma, a "literatura verdade".
De cunho religioso, seus primeiros romances, publicados na década de 50, não fizeram tanto sucesso. A carreira literária só passou a ter destaque com Quarup, em 1967.
Ganhou notoriedade como intelectual de esquerda. Crítico do regime militar, ele foi preso duas vezes. A primeira em 1964, logo após o golpe. E a outra prisão aconteceu, em 1968, após o fechamento do Congresso Nacional, com o Ato Institucional n° 5 (AI-5).
Em 1975, aposentou-se das redações e passou a se dedicar apenas à literatura. Ganhou muitos prêmios. Colaborou com uma coluna na Folha. Foi admitido na ABL (Academia Brasileira de Letras), em 1994. Morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de janeiro de 1997.
Antonio Callado
Jornalista e romancista engajado
Colaboração para Folha Online
Antônio Carlos Callado não separava o jornalismo da literatura. Fazia questão de dizer que o escritor tinha a função de informar. Por isso, em seus romances ia direto ao assunto. E nas reportagens, deixava clara a sua opinião. "Mesmo quando fazia jornalismo estava fazendo literatura", afirmou certa vez a jornalista Ana Arruda Callado, sua segunda esposa com quem dividiu duas décadas de vida.
Jornalista, romancista, biógrafo e teatrólogo, Antônio Callado nasceu no dia 26 de janeiro de 1917, em Niterói (RJ). De família classe média alta, o pai era médico, poeta e também jornalista. A mãe, professora.
Começou a trabalhar nas redações aos 20 anos. Formou-se em Direito, mas nunca seguiu a carreira jurídica. Em 1941, foi para Londres trabalhar como correspondente de guerra para a BBC. Lá conheceu a inglesa, Jean Maxine, funcionária da BBC, sua primeira mulher, com quem teve três filhos.
Voltou para o Brasil em 1947. Como repórter, viajou para muitos lugares dentro e fora do País: Nordeste, Xingu, Cuba e Vietnã. Experiências estas transformadas em reportagens de grande repercussão, e que depois viraram livros. Misturava a linguagem ficcional com a jornalística, criando, desta forma, a "literatura verdade".
De cunho religioso, seus primeiros romances, publicados na década de 50, não fizeram tanto sucesso. A carreira literária só passou a ter destaque com Quarup, em 1967.
Ganhou notoriedade como intelectual de esquerda. Crítico do regime militar, ele foi preso duas vezes. A primeira em 1964, logo após o golpe. E a outra prisão aconteceu, em 1968, após o fechamento do Congresso Nacional, com o Ato Institucional n° 5 (AI-5).
Em 1975, aposentou-se das redações e passou a se dedicar apenas à literatura. Ganhou muitos prêmios. Colaborou com uma coluna na Folha. Foi admitido na ABL (Academia Brasileira de Letras), em 1994. Morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de janeiro de 1997.
Nelson Rodrigues
Biografia
Nelson Rodrigues
O "anjo pornográfico" da dramaturgia brasileira
LAURIBERTO BRAGA
Nelson Rodrigues
O "anjo pornográfico" da dramaturgia brasileira
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para Folha Online
O cronista e dramaturgo Nelson Rodrigues sempre foi, por auto-retrato, um "anjo pornográfico". Era "um menino que via o amor pelo buraco da fechadura". Seu caráter mórbido foi moldado pelas brigas dos pais, presenciadas por ele desde criança, e pelos crimes violentos, que acompanhou desde os 13 anos de idade, quando começou no jornalismo como repórter policial.
Nasceu na cidade do Recife, em 23 de agosto de 1912. Era o quinto dos 14 filhos do jornalista Mário Rodrigues e da dona-de-casa Maria Ester Falcão. Morou desde os quatro anos de idade na cidade do Rio de Janeiro. No subúrbio carioca, onde viveu até os dez anos, encontrou muitos de seus personagens: viúvas tristes, solteironas ressentidas, vizinhas fofoqueiras.
Mas seu pessimismo diante da vida e da alma humana, presença marcante em sua obra, era herança de suas próprias experiências. Perdeu um irmão assassinado, outro em um desabamento de um prédio e um outro de tuberculose. Teve uma filha cega, surda e muda. E viu o filho mais velho, Nelsinho, ser perseguido e preso durante a Ditadura de 1964.
Nelson Rodrigues começou os estudos aos sete anos, em 1919, na escola pública Prudente de Morais. Tinha a leitura como principal passatempo. Também vem desde esse período a paixão pelo Fluminense.
Em 1922, a família melhorou de situação financeira e mudou-se para o bairro da Tijuca. Em 1926, Nelson foi expulso do Colégio Batista por "rebeldia". Começou no batente jornalístico, aos 13 anos e meio, no jornal "A Manhã", fundado pelo pai. Tinha uma capacidade impressionante de dramatizar pequenos acontecimentos policiais.
Mas a pior cena de violência foi presenciada aos 17 anos: viu um de seus irmãos, Roberto, um tiro em plena redação e morrer.
A tragédia abalou toda a família. Menos de três meses depois, o pai morreu de derrame cerebral. Em dificuldade financeira, eles perdem o jornal. Nelson e os irmãos foram, então, trabalhar em outros periódicos. Em 1934, pegou tuberculose. Foi para Campos do Jordão se tratar. Dois anos depois, perdeu mais um irmão, Joffre, de 21 anos, vítima da doença que Nelson acreditava ter sido o transmissor.
Como jornalista, também trabalhou como cronista esportivo. Autor de frases do tipo "Nem toda mulher gosta de apanhar, só as normais", era considerado um machista-reacionário. Escreveu 17 peças de teatro, nove romances e centenas de contos. Morreu na manhã do dia 21 de dezembro de 1980, aos 68 anos, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo dia, havia acertado os 13 pontos na Loteria Esportiva, num bolão com os colegas de "O Globo".
O cronista e dramaturgo Nelson Rodrigues sempre foi, por auto-retrato, um "anjo pornográfico". Era "um menino que via o amor pelo buraco da fechadura". Seu caráter mórbido foi moldado pelas brigas dos pais, presenciadas por ele desde criança, e pelos crimes violentos, que acompanhou desde os 13 anos de idade, quando começou no jornalismo como repórter policial.
Nasceu na cidade do Recife, em 23 de agosto de 1912. Era o quinto dos 14 filhos do jornalista Mário Rodrigues e da dona-de-casa Maria Ester Falcão. Morou desde os quatro anos de idade na cidade do Rio de Janeiro. No subúrbio carioca, onde viveu até os dez anos, encontrou muitos de seus personagens: viúvas tristes, solteironas ressentidas, vizinhas fofoqueiras.
Mas seu pessimismo diante da vida e da alma humana, presença marcante em sua obra, era herança de suas próprias experiências. Perdeu um irmão assassinado, outro em um desabamento de um prédio e um outro de tuberculose. Teve uma filha cega, surda e muda. E viu o filho mais velho, Nelsinho, ser perseguido e preso durante a Ditadura de 1964.
Nelson Rodrigues começou os estudos aos sete anos, em 1919, na escola pública Prudente de Morais. Tinha a leitura como principal passatempo. Também vem desde esse período a paixão pelo Fluminense.
Em 1922, a família melhorou de situação financeira e mudou-se para o bairro da Tijuca. Em 1926, Nelson foi expulso do Colégio Batista por "rebeldia". Começou no batente jornalístico, aos 13 anos e meio, no jornal "A Manhã", fundado pelo pai. Tinha uma capacidade impressionante de dramatizar pequenos acontecimentos policiais.
Mas a pior cena de violência foi presenciada aos 17 anos: viu um de seus irmãos, Roberto, um tiro em plena redação e morrer.
A tragédia abalou toda a família. Menos de três meses depois, o pai morreu de derrame cerebral. Em dificuldade financeira, eles perdem o jornal. Nelson e os irmãos foram, então, trabalhar em outros periódicos. Em 1934, pegou tuberculose. Foi para Campos do Jordão se tratar. Dois anos depois, perdeu mais um irmão, Joffre, de 21 anos, vítima da doença que Nelson acreditava ter sido o transmissor.
Como jornalista, também trabalhou como cronista esportivo. Autor de frases do tipo "Nem toda mulher gosta de apanhar, só as normais", era considerado um machista-reacionário. Escreveu 17 peças de teatro, nove romances e centenas de contos. Morreu na manhã do dia 21 de dezembro de 1980, aos 68 anos, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo dia, havia acertado os 13 pontos na Loteria Esportiva, num bolão com os colegas de "O Globo".
Rubem Fonseca
Biografia
Rubem Fonseca
Rubem Fonseca é um escritor "brutalista"
Considerado um dos maiores ficcionistas em atividade no Brasil, José Rubem Fonseca estampa nas páginas de seus livros o mundo violento das cidades. Ele inaugurou uma nova corrente literária definida por Alfredo Bosi em "O conto brasileiro contemporâneo" (1975), como "brutalista". Nela, a violência é o tema principal.
Ele nasceu no dia 11 de maio de 1925, em Juiz de Fora (MG). Formado em Direito, começou sua carreira como comissário no 16° distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Atuou pouco tempo nas ruas. Era um "policial de gabinete", cuidava dos serviços de relações públicas da corporação.
Por seu brilhantismo, acabou sendo escolhido para se aperfeiçoar em Comunicações, nos Estados Unidos, entre setembro de 1953 e março de 1954. Foi exonerado da Polícia em 1958, indo trabalhar para a Light.
Depois, optou por se dedicar integralmente à literatura, tornando-se desde a década de 1970 uma figura fundamental para a literatura brasileira. Muitos dos seus livros foram inspirados na experiência de Rubem Fonseca na polícia carioca.
Com um estilo contundente e agressivo, sua obra reflete a seriedade urbana carioca de classe média com sua violência, crise existencial, hipocrisia, falência e ideologia.
Ele não persegue o documento, ainda que trabalhe, com certa fidelidade, situações e personagens da vida real. No conto "A Coleira do Cão" (1965), faz um aproveitamento quase direto da crônica policial. Mas nele também pulsam o humor e a ironia, que são notas pessoais do autor.
Um de seus personagens, Mandrake, uma espécie de Don Juan carioca foi transformado em série para a rede de televisão HBO.
Em 2003, Rubem Fonseca ganhou o Prêmio Camões, uma espécie de Nobel para escritores de língua portuguesa.
Viúvo de Théa Maud, ele tem três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e José Henrique Fonseca. Mora no Rio de Janeiro desde os oito anos de idade. Discreto, costuma sair pouco e também evita ser fotografado. Acredita, como Joseph Brodsky, que a verdadeira biografia de um escritor está nos seus livros.
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Cecília Meireles
Biografia
Cecília Meireles
A educadora e poeta Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de novembro de 1901. Era filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles e Matilde Benevides. O pai morreu antes de seu nascimento, e ela perdeu a mãe aos três anos. Os três irmãos também não sobreviveram. Talvez venham dessas perdas prematuras os versos modernistas focados na passagem do tempo e na falta de sentido na vida.
Criada pela avó portuguesa Jacinta Garcia Benevides, concluiu o primário na Escola Estácio de Sá, recebendo em 1910 a medalha de ouro de Olavo Bilac. Diplomou-se aos 16 anos professora pela Escola Normal do Instituto de Educação do Rio, em 1917.
Em 1919, aos 18 anos, ela publicou a primeira obra, "Espectros", de tendência parnasiana. Casou-se, em 1922, com o artista plástico português Fernando Correia Dias com quem teve três filhas: Maria Elvira, Matilde e Fernanda. Em 1929, candidatou-se à cátedra de Literatura da Escola Normal com a tese "O Espírito Vitorioso". Não foi aceita.
Começou então a colaborar com jornais brasileiros. Passou a escrever diariamente uma secção de ensino no "Diário de Notícias", do Rio de Janeiro. Depois escreveu para os jornais "A Nação" e "A Manhã", do Rio de Janeiro; e o "Correio Paulistano", de São Paulo.
Em 1934, fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil, no pavilhão Mourisco, em Botafogo (RJ). Começou a fazer palestras no Exterior sobre literatura brasileira. Esteve em 1940 em pelo menos nove países: Estados Unidos, Porto Rico, Israel, Itália, Bélgica, Argentina, México, Índia e Holanda.
Cecília Meireles morreu nodia 9 de novembro de 1964, no Rio de Janeiro. Um ano depois, em 1965, a ABL (Academia Brasileira de Letras) conferiu o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Guimarães Rosa
Biografia
Guimarães Rosa
Um regionalista de caráter universal
Colaboração para a Folha Online
João Guimarães Rosa foi médico por formação; um estudioso de idiomas por curiosidade; e diplomata por concurso. Mas ele gostava mesmo era de escrever, e entrou para a história como o maior escritor brasileiro de ficção da segunda metade do século 20. Em sua obra, deu uma nova roupagem ao regionalismo, tornando-o universal. Criativo, inventava palavras novas e usava outras antigas, que poucas pessoas conheciam.
Nasceu no dia 27 de junho de 1908, em Codisburgo (MG). Era o primogênito dos seis filhos do casal Floduardo Pinto Rosa e Francisca Guimarães Rosa. O pai era comerciante, juiz de paz, caçador de onças e contador de estórias.
Menino tímido, calado, mas muito observador, cedo manifestou sua curiosidade pela formação das palavras e seus significados. Aos sete anos, começou a estudar sozinho francês. Também aprendeu holandês com frei Canísio Zoetmulder, franciscano de origem holandesa que morou lá por Minas Gerais.
Matriculou-se na Faculdade de Medicina, em Belo Horizonte, aos 16 anos. Casou-se pela primeira vez, em 1930, com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas (Vilma e Agmes), mas logo veio a se separar.
Atuou como médico voluntário da Força Pública, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Acabou se engajando como médico no Exército. Anos mais tarde, estimulado por um amigo, prestou concurso para o ministério do exterior. Obteve segundo lugar.
Em 1938, foi nomeado cônsul adjunto em Hamburgo, na Europa, onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho, sua segunda esposa.
Começou a carreira literária em 1946, quando publicou seu primeiro livro: "Sagarana". Uma coletânea de contos, que resgata termos arcaicos e regionais da linguagem literária brasileira, escritos enquanto trabalhava como diplomata na França. Mas, Guimarães Rosa só ficou conhecido como escritor dez anos depois, em 1956, quando publicou "Corpo de Baile" e "Grande Sertão: Veredas". Este último lhe rendeu o Prêmio Machado de Assis, da ABL (Academia Brasileira de Letras).
Guimarães Rosa candidatou-se duas vezes à ABL. Foi eleito em 1963. Mas, como que alertado por um mau pressentimento, adiou a posse por quatro anos. Morreu no dia 19 de novembro de 1967, três dias depois de tomar posse na ABL.
Guimarães Rosa
Um regionalista de caráter universal
Colaboração para a Folha Online
João Guimarães Rosa foi médico por formação; um estudioso de idiomas por curiosidade; e diplomata por concurso. Mas ele gostava mesmo era de escrever, e entrou para a história como o maior escritor brasileiro de ficção da segunda metade do século 20. Em sua obra, deu uma nova roupagem ao regionalismo, tornando-o universal. Criativo, inventava palavras novas e usava outras antigas, que poucas pessoas conheciam.
Nasceu no dia 27 de junho de 1908, em Codisburgo (MG). Era o primogênito dos seis filhos do casal Floduardo Pinto Rosa e Francisca Guimarães Rosa. O pai era comerciante, juiz de paz, caçador de onças e contador de estórias.
Menino tímido, calado, mas muito observador, cedo manifestou sua curiosidade pela formação das palavras e seus significados. Aos sete anos, começou a estudar sozinho francês. Também aprendeu holandês com frei Canísio Zoetmulder, franciscano de origem holandesa que morou lá por Minas Gerais.
Matriculou-se na Faculdade de Medicina, em Belo Horizonte, aos 16 anos. Casou-se pela primeira vez, em 1930, com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas (Vilma e Agmes), mas logo veio a se separar.
Atuou como médico voluntário da Força Pública, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Acabou se engajando como médico no Exército. Anos mais tarde, estimulado por um amigo, prestou concurso para o ministério do exterior. Obteve segundo lugar.
Em 1938, foi nomeado cônsul adjunto em Hamburgo, na Europa, onde conheceu Aracy Moebius de Carvalho, sua segunda esposa.
Começou a carreira literária em 1946, quando publicou seu primeiro livro: "Sagarana". Uma coletânea de contos, que resgata termos arcaicos e regionais da linguagem literária brasileira, escritos enquanto trabalhava como diplomata na França. Mas, Guimarães Rosa só ficou conhecido como escritor dez anos depois, em 1956, quando publicou "Corpo de Baile" e "Grande Sertão: Veredas". Este último lhe rendeu o Prêmio Machado de Assis, da ABL (Academia Brasileira de Letras).
Guimarães Rosa candidatou-se duas vezes à ABL. Foi eleito em 1963. Mas, como que alertado por um mau pressentimento, adiou a posse por quatro anos. Morreu no dia 19 de novembro de 1967, três dias depois de tomar posse na ABL.
Oswald de Andrade
Biografia
Oswald de Andrade
De burguês a intelectual de esquerda
Ele era o mais extrovertido e provocante dos modernistas. O escritor José Oswald de Sousa de Andrade nasceu, no dia 11 de janeiro de 1890, em São Paulo. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e de Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Encarnou o estilo irreverente e anárquico na primeira fase do modernismo.
De família rica, começou no jornalismo em 1909, como redator e crítico teatral do "Diário Popular". No ano seguinte, com a ajuda financeira da mãe, fundou o jornal "O Pirralho". Em 1912, fez uma viagem pela Europa, da qual voltou cheio de idéias novas e revolucionárias. Conheceu Mario de Andrade em 1919 e, com ele, ajudou a implantar o modernismo no Brasil.
Na década de 1920, Oswald de Andrade voltou-se contra as formas cultas e convencionais da arte. Tentou fundir os elementos da cultura popular com os da erudita. Em seu manifesto "Poesia Pau Brasil", defendeu uma poesia ingênua, no sentido de não contaminada por formas preestabelecidas de pensar e fazer arte.
Fez poema-piada e paródia. Foi influenciado pelos ideais surrealistas como de Mario de Andrade, Murilo Mendes e Jorge de Lima. Exerceu importante papel na Semana de Arte Moderna de 1922.
Em 1928, ele lançou outro famoso manifesto, o "Antropófago", inspirado em Marx, Freud, Breton, Montaigne e Rousseau. Nele, Oswald atacava explicitamente a herança portuguesa e Goethe, que simbolizava a cultura clássica européia.
A amizade com Mário durou até 1930, quando Oswald rompeu com ele, separou-se da pintora Tarsila do Amaral e casou-se, no dia 1° de abril, com a escritora comunista Patrícia Galvão, "Pagu", numa cerimônia simbólica realizada no Cemitério da Consolação.
Um ano depois, encontrou-se com Luis Carlos Prestes em Montevidéu. Influenciado pelo comunista, Oswald começou, então, a escrever ensaios políticos sobre a situação e os problemas do operariado. Acabou sendo fichado, em 1935, na polícia civil sob o número 70 como "subversivo".
Rompeu com Prestes e o Partido Comunista em 1945. Candidatou-se a uma vaga na ABL (Academia Brasileira de Letras) duas vezes. Também tentou eleger-se deputado federal pelo PRT, com o slogan "Pão-Teto-Roupa-Saúde-Instrução".
No final da vida, passou por dificuldades financeiras. Morreu no dia 22 de outubro de 1954, em São Paulo.
Oswald de Andrade
De burguês a intelectual de esquerda
Ele era o mais extrovertido e provocante dos modernistas. O escritor José Oswald de Sousa de Andrade nasceu, no dia 11 de janeiro de 1890, em São Paulo. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e de Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Encarnou o estilo irreverente e anárquico na primeira fase do modernismo.
De família rica, começou no jornalismo em 1909, como redator e crítico teatral do "Diário Popular". No ano seguinte, com a ajuda financeira da mãe, fundou o jornal "O Pirralho". Em 1912, fez uma viagem pela Europa, da qual voltou cheio de idéias novas e revolucionárias. Conheceu Mario de Andrade em 1919 e, com ele, ajudou a implantar o modernismo no Brasil.
Na década de 1920, Oswald de Andrade voltou-se contra as formas cultas e convencionais da arte. Tentou fundir os elementos da cultura popular com os da erudita. Em seu manifesto "Poesia Pau Brasil", defendeu uma poesia ingênua, no sentido de não contaminada por formas preestabelecidas de pensar e fazer arte.
Fez poema-piada e paródia. Foi influenciado pelos ideais surrealistas como de Mario de Andrade, Murilo Mendes e Jorge de Lima. Exerceu importante papel na Semana de Arte Moderna de 1922.
Em 1928, ele lançou outro famoso manifesto, o "Antropófago", inspirado em Marx, Freud, Breton, Montaigne e Rousseau. Nele, Oswald atacava explicitamente a herança portuguesa e Goethe, que simbolizava a cultura clássica européia.
A amizade com Mário durou até 1930, quando Oswald rompeu com ele, separou-se da pintora Tarsila do Amaral e casou-se, no dia 1° de abril, com a escritora comunista Patrícia Galvão, "Pagu", numa cerimônia simbólica realizada no Cemitério da Consolação.
Um ano depois, encontrou-se com Luis Carlos Prestes em Montevidéu. Influenciado pelo comunista, Oswald começou, então, a escrever ensaios políticos sobre a situação e os problemas do operariado. Acabou sendo fichado, em 1935, na polícia civil sob o número 70 como "subversivo".
Rompeu com Prestes e o Partido Comunista em 1945. Candidatou-se a uma vaga na ABL (Academia Brasileira de Letras) duas vezes. Também tentou eleger-se deputado federal pelo PRT, com o slogan "Pão-Teto-Roupa-Saúde-Instrução".
No final da vida, passou por dificuldades financeiras. Morreu no dia 22 de outubro de 1954, em São Paulo.
Vinicius de Moraes
Biografia
Vinicius de Moraes
Vinicius de Moraes, o "poetinha"
Colaboração para Folha Online
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes foi poeta, compositor e diplomata. Nasceu em meio a um forte temporal na madrugada do dia 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Filho do funcionário público Clodoaldo Pereira da Silva Moraes e de Lídia Cruz de Moraes, foi um dos precursores da Bossa Nova e ficou conhecido como Vinicius de Moraes, o "poetinha".
A vocação artística já se manifestava quando adolescente nas festas de encerramento do ano letivo no Colégio Santo Inácio. Começou a cantar no coro, durante a missa de domingo. Em 1927, conheceu os irmãos Paulo e Haroldo Tapajoz, e com eles deu largada à carreira de compositor, lançando, em 1928, "Loura ou morena" e "Canção do amor". Do colégio para as festinhas em casa de famílias conhecidas foi um pulo.
Em 1933, formou-se em Direito e também concluiu o CPOR (Curso de Preparação de Oficiais de Reserva). Nesse mesmo ano, lançou seu primeiro livro de poesias "O caminho para a distância".
Com "Forma e exegese", publicado em 1935, ganhou seu primeiro prêmio literário. No ano seguinte, foi trabalhar como representante do Ministério da Educação junto à Censura Cinematográfica. Ocasião em que conheceu Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
A poesia também lhe rendeu, em 1938, uma bolsa de estudos do Conselho Britânico na Universidade de Oxford. Seguiu para a Inglaterra para estudar língua e literatura inglesas. No ano seguinte, com o início da Segunda Guerra (1939-45), voltou para o Brasil.
Nos anos de 1940, iniciou com seus amigos Rubem Braga e Moacyr Werneck de Castro, a roda literária do Café Vermelhinho, à qual se misturam a maioria dos jovens arquitetos e artistas plásticos da época, como Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Reidy, Jorge Moreira, José Reis, Alfredo Ceschiatti, Santa Rosa, Pancetti, Augusto Rodrigues, Djanira, Bruno Giorgi.
Vinicius tentou ingressar na carreira diplomática duas vezes. Na primeira tentativa, em 1942, não passou. No ano seguinte, tentou novamente e, desta vez, passou. Atuou como diplomata por 26 anos até ser aposentado pelo Ato Institucional n° 5 (AI-5), publicado em 1968. Casou-se nove vezes. Exaltou em prosa e verso a beleza da mulher brasileira. Vide "Garota de Ipanema", uma das músicas brasileiras mais conhecidas mundialmente.
Morreu no dia nove de julho de 1980, no Rio de Janeiro.
Vinicius de Moraes
Vinicius de Moraes, o "poetinha"
Colaboração para Folha Online
Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes foi poeta, compositor e diplomata. Nasceu em meio a um forte temporal na madrugada do dia 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Filho do funcionário público Clodoaldo Pereira da Silva Moraes e de Lídia Cruz de Moraes, foi um dos precursores da Bossa Nova e ficou conhecido como Vinicius de Moraes, o "poetinha".
A vocação artística já se manifestava quando adolescente nas festas de encerramento do ano letivo no Colégio Santo Inácio. Começou a cantar no coro, durante a missa de domingo. Em 1927, conheceu os irmãos Paulo e Haroldo Tapajoz, e com eles deu largada à carreira de compositor, lançando, em 1928, "Loura ou morena" e "Canção do amor". Do colégio para as festinhas em casa de famílias conhecidas foi um pulo.
Em 1933, formou-se em Direito e também concluiu o CPOR (Curso de Preparação de Oficiais de Reserva). Nesse mesmo ano, lançou seu primeiro livro de poesias "O caminho para a distância".
Com "Forma e exegese", publicado em 1935, ganhou seu primeiro prêmio literário. No ano seguinte, foi trabalhar como representante do Ministério da Educação junto à Censura Cinematográfica. Ocasião em que conheceu Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
A poesia também lhe rendeu, em 1938, uma bolsa de estudos do Conselho Britânico na Universidade de Oxford. Seguiu para a Inglaterra para estudar língua e literatura inglesas. No ano seguinte, com o início da Segunda Guerra (1939-45), voltou para o Brasil.
Nos anos de 1940, iniciou com seus amigos Rubem Braga e Moacyr Werneck de Castro, a roda literária do Café Vermelhinho, à qual se misturam a maioria dos jovens arquitetos e artistas plásticos da época, como Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Reidy, Jorge Moreira, José Reis, Alfredo Ceschiatti, Santa Rosa, Pancetti, Augusto Rodrigues, Djanira, Bruno Giorgi.
Vinicius tentou ingressar na carreira diplomática duas vezes. Na primeira tentativa, em 1942, não passou. No ano seguinte, tentou novamente e, desta vez, passou. Atuou como diplomata por 26 anos até ser aposentado pelo Ato Institucional n° 5 (AI-5), publicado em 1968. Casou-se nove vezes. Exaltou em prosa e verso a beleza da mulher brasileira. Vide "Garota de Ipanema", uma das músicas brasileiras mais conhecidas mundialmente.
Morreu no dia nove de julho de 1980, no Rio de Janeiro.
Lima Barreto
Biografia
Lima Barreto
Um escritor de triste fim
Mulato, pobre e com um grande talento para escrever. Afonso Henrique de Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro. Perdeu a mãe aos sete anos. O pai era tipógrafo. Com a ajuda do padrinho, Visconde de Ouro Pedro, cursou Ciências e Letras.
Foi funcionário público da Secretaria de Guerra do governo federal. Vítima do preconceito, ele acabou no alcoolismo, morrendo no dia primeiro de novembro de 1922, com 41 anos de idade.
Foi romancista da Primeira República (1889-1930). Colaborou em inúmeros jornais da época. Sua primeira ficção, o romance "Recordações do escrivão Isaías Caminha", foi publicada em Portugal, em 1909.
Fez criticas virulentas à vida carioca, considerada por ele preconceituosa e hipócrita. Praticava o realismo psicológico machadiano. Foi esteticamente um solitário. Os escritores de sua época torciam o nariz para a forma livre e coloquial presente em seus textos.
Orientou-se pela linha inovadora de um realismo crítico de cunho popular e rebelde. Acabou sendo incompreendido e rejeitado pela maioria dos escritores de sue tempo porque não seguia receitas éticas e estéticas. Rompeu com o complexo colonial da literatura brasileira da época. Por isso foi boicotado por críticos, jornais e editoras. Teve muitas dificuldades para lançar suas poucas obras. A maioria editada apenas após sua morte.
"Triste fim de Policarpo Quaresma", seu livro mais significativo, foi publicado pela primeira vez em formato de folhetins. A obra é considerada basilar da escola pré-modernista.
Lima Barreto tentou por duas vezes ingressar na ABL (Academia Brasileira de Letras). Na primeira tentativa, o pedido sequer foi considerado. Na outra, não conseguiu ser eleito.
O reconhecido só veio muitos anos depois, em 1982, quando foi homenageado no carnaval carioca, pela escola "Unidos da Tijuca", com o samba-enredo "Lima Barreto, mulato pobre, mas livre".
Lima Barreto
Um escritor de triste fim
Mulato, pobre e com um grande talento para escrever. Afonso Henrique de Lima Barreto nasceu no dia 13 de maio de 1881, no Rio de Janeiro. Perdeu a mãe aos sete anos. O pai era tipógrafo. Com a ajuda do padrinho, Visconde de Ouro Pedro, cursou Ciências e Letras.
Foi funcionário público da Secretaria de Guerra do governo federal. Vítima do preconceito, ele acabou no alcoolismo, morrendo no dia primeiro de novembro de 1922, com 41 anos de idade.
Foi romancista da Primeira República (1889-1930). Colaborou em inúmeros jornais da época. Sua primeira ficção, o romance "Recordações do escrivão Isaías Caminha", foi publicada em Portugal, em 1909.
Fez criticas virulentas à vida carioca, considerada por ele preconceituosa e hipócrita. Praticava o realismo psicológico machadiano. Foi esteticamente um solitário. Os escritores de sua época torciam o nariz para a forma livre e coloquial presente em seus textos.
Orientou-se pela linha inovadora de um realismo crítico de cunho popular e rebelde. Acabou sendo incompreendido e rejeitado pela maioria dos escritores de sue tempo porque não seguia receitas éticas e estéticas. Rompeu com o complexo colonial da literatura brasileira da época. Por isso foi boicotado por críticos, jornais e editoras. Teve muitas dificuldades para lançar suas poucas obras. A maioria editada apenas após sua morte.
"Triste fim de Policarpo Quaresma", seu livro mais significativo, foi publicado pela primeira vez em formato de folhetins. A obra é considerada basilar da escola pré-modernista.
Lima Barreto tentou por duas vezes ingressar na ABL (Academia Brasileira de Letras). Na primeira tentativa, o pedido sequer foi considerado. Na outra, não conseguiu ser eleito.
O reconhecido só veio muitos anos depois, em 1982, quando foi homenageado no carnaval carioca, pela escola "Unidos da Tijuca", com o samba-enredo "Lima Barreto, mulato pobre, mas livre".
Manuel Bandeira
Biografia
Manuel Bandeira
O mais lírico dos poetas brasileiros
LAURIBERTO BRAGA
Manuel Bandeira
O mais lírico dos poetas brasileiros
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para Folha Online
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em Recife (PE), em 19 de abril de 1886, filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e da dona de casa Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. De estilo sóbrio, simples e direto, é considerado o mais lírico dos poetas nacionais. O autor de "Vou-me embora pra Pasárgada", estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde anos depois, em 1938, passou a lecionar literatura.
Em 1904 interrompeu, aos 18 anos, o curso de Arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo por causa da tuberculose. A doença, na época considerada fatal, se refletiu em sua obra, denunciada pelo sentimento melancólico e de angústia presentes em seus poemas, que tratam da morte, do amor e do cotidiano.
Doente, Bandeira foi então a buscar climas serranos. Passou longos anos em estações climáticas, no Brasil e na Europa. Esteve em Teresópoles (RJ), Maranguape (CE) e Quixeramobim (CE). Em 1913 foi para o sanatório de Cluvadel, na Suíça. Chegou a ser desenganado pelos médicos por 54 anos. Mas morreu no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1968, aos 82 anos de idade.
O primeiro livro, "A Cinza das Horas", foi publicado em 1917, um ano após a morte de sua mãe. Uma edição de 200 exemplares custeada pelo próprio autor. Nele estão composições rígidas, de rimas ricas e métrica perfeita, da corrente parnasiano-simbolista.
A publicação do segundo livro, "Carnaval", também foi bancado com recursos próprios, em 1919, um ano após a morte de sua irmã, Maria Cândida, que desde o início da doença do autor havia sido uma dedicada enfermeira.
Ele gostava tanto de estrelas que publicou vários poemas com o nome estrela. O primeiro deles, "Estrela da Manhã", quando tinha 50 anos de idade, em 1936. Depois vieram "Estrela da Tarde", quando completou 74 anos, em 1960. E por último, "Estrela da Vida Inteira", aos 80 anos, em 1966. Fez dois poemas autobiográficos: "Auto-retrato" e "Mafuá do Malungo".
Em 1940, foi eleito membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), na vaga de Luís Guimarães Filho.
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em Recife (PE), em 19 de abril de 1886, filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e da dona de casa Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. De estilo sóbrio, simples e direto, é considerado o mais lírico dos poetas nacionais. O autor de "Vou-me embora pra Pasárgada", estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde anos depois, em 1938, passou a lecionar literatura.
Em 1904 interrompeu, aos 18 anos, o curso de Arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo por causa da tuberculose. A doença, na época considerada fatal, se refletiu em sua obra, denunciada pelo sentimento melancólico e de angústia presentes em seus poemas, que tratam da morte, do amor e do cotidiano.
Doente, Bandeira foi então a buscar climas serranos. Passou longos anos em estações climáticas, no Brasil e na Europa. Esteve em Teresópoles (RJ), Maranguape (CE) e Quixeramobim (CE). Em 1913 foi para o sanatório de Cluvadel, na Suíça. Chegou a ser desenganado pelos médicos por 54 anos. Mas morreu no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1968, aos 82 anos de idade.
O primeiro livro, "A Cinza das Horas", foi publicado em 1917, um ano após a morte de sua mãe. Uma edição de 200 exemplares custeada pelo próprio autor. Nele estão composições rígidas, de rimas ricas e métrica perfeita, da corrente parnasiano-simbolista.
A publicação do segundo livro, "Carnaval", também foi bancado com recursos próprios, em 1919, um ano após a morte de sua irmã, Maria Cândida, que desde o início da doença do autor havia sido uma dedicada enfermeira.
Ele gostava tanto de estrelas que publicou vários poemas com o nome estrela. O primeiro deles, "Estrela da Manhã", quando tinha 50 anos de idade, em 1936. Depois vieram "Estrela da Tarde", quando completou 74 anos, em 1960. E por último, "Estrela da Vida Inteira", aos 80 anos, em 1966. Fez dois poemas autobiográficos: "Auto-retrato" e "Mafuá do Malungo".
Em 1940, foi eleito membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), na vaga de Luís Guimarães Filho.
Rachel de Queiroz
Biografia
Rachel de Queiroz
Primeira imortal da literatura brasileira
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para Folha Online
Atrevida, sagaz, contestadora e inteligente, a escritora cearense Rachel de Queiroz chegou a ser comparada à personagem Emília, de Monteiro Lobato, por Ariano Suassuna, durante um seminário sobre Literatura, em 1991.
Primeira mulher a ingressar na ABL -- Academia Brasileira de Letras--, em 1977, Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910. O nome é uma homenagem à avó paterna. Com 45 dias de nascida mudou-se para a cidade de Quixadá, no sertão cearense, onde passou os primeiros três anos da infância.
Em 1917, foi com os pais morar no Rio de Janeiro. Voltaram para o Ceará nos anos 1920. Quando adolescente, sonhou em ser raptada pela Coluna Prestes e viver como heroína. Formou-se normalista, em 1925 e em 1930 lançou o primeiro livro: "O Quinze". O segundo romance ("João Miguel) saiu em 1932.
Nos anos 1930 começou sua militância política. Ajudou a fundar o Partido Comunista no Ceará. Participou de reuniões do Partidão, foi presa em 1937, ano em que publicou seu terceiro romance "Caminhos de Pedras". Acabou abandonando a militância ao ver seu trabalho censurado pelos colegas de partido.
Em 1939 lançou o romance "As Três Marias". Escreveu ainda os romances "Dora, Doralina", "O Galo de Ouro" e "Memorial de Maria Moura".
Antes mesmo de ingressar na ABL, recebeu da Academia, em 1957, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra. Além de romances escreveu peças teatrais e livros de crônicas. Seus livros foram traduzidos para o francês, japonês e alemão.
Como jornalista trabalhou em grandes veículos nacionais, como a revista "O Cruzeiro". Em 2003, Rachel de Queiroz morreu no Rio de Janeiro.
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Atrevida, sagaz, contestadora e inteligente, a escritora cearense Rachel de Queiroz chegou a ser comparada à personagem Emília, de Monteiro Lobato, por Ariano Suassuna, durante um seminário sobre Literatura, em 1991.
Primeira mulher a ingressar na ABL -- Academia Brasileira de Letras--, em 1977, Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910. O nome é uma homenagem à avó paterna. Com 45 dias de nascida mudou-se para a cidade de Quixadá, no sertão cearense, onde passou os primeiros três anos da infância.
Em 1917, foi com os pais morar no Rio de Janeiro. Voltaram para o Ceará nos anos 1920. Quando adolescente, sonhou em ser raptada pela Coluna Prestes e viver como heroína. Formou-se normalista, em 1925 e em 1930 lançou o primeiro livro: "O Quinze". O segundo romance ("João Miguel) saiu em 1932.
Nos anos 1930 começou sua militância política. Ajudou a fundar o Partido Comunista no Ceará. Participou de reuniões do Partidão, foi presa em 1937, ano em que publicou seu terceiro romance "Caminhos de Pedras". Acabou abandonando a militância ao ver seu trabalho censurado pelos colegas de partido.
Em 1939 lançou o romance "As Três Marias". Escreveu ainda os romances "Dora, Doralina", "O Galo de Ouro" e "Memorial de Maria Moura".
Antes mesmo de ingressar na ABL, recebeu da Academia, em 1957, o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra. Além de romances escreveu peças teatrais e livros de crônicas. Seus livros foram traduzidos para o francês, japonês e alemão.
Como jornalista trabalhou em grandes veículos nacionais, como a revista "O Cruzeiro". Em 2003, Rachel de Queiroz morreu no Rio de Janeiro.
11
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Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Erico Verissimo
Biografia
Erico Verissimo
Érico, o grande contador de histórias
LAURIBERTO BRAGA
Erico Verissimo
Érico, o grande contador de histórias
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para a Folha Online
De estilo simples, narrativa cinematográfica, ele sabia contar histórias como ninguém. Érico Lopes Veríssimo nasceu no dia 17 de dezembro de 1905, em Cruz Alta (RS). Filho de Sebastião Veríssimo da Fonseca e Albegahy Lopes Veríssimo, Erico Verissimo descende de família gaúcha tradicional, mas falida. Por causa das dificuldades financeiras, não conseguiu terminar o curso secundário. Mas, leitor compulsivo que era, tornou-se um dos maiores escritores da moderna ficção brasileira.
Exerceu diversas atividades: ajudante de comércio, bancário, balconista de farmácia e desenhista na imprensa gaúcha. Depois foi secretário, redator e tradutor da Editora Globo, em Porto Alegre.
Chegou a ensinar literatura brasileira nos Estados Unidos, onde morou por vários anos. Foi ainda diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana.
Leu Shakespeare, Shaw, Wilde e principalmente Machado de Assis. Deixou-se influenciar por todos eles.
Conviveu com escritores já renomados como Mário Quintana e Augusto Meyer. Seu primeiro livro, "Fantoches" (1932) -- uma coletânea de contos --, vendeu apenas 400 exemplares dos 1.500 publicados. O resto um incêndio queimou.
Um de seus maiores sucessos, "Olhai os lírios do campo" (1938), foi a adaptado para o cinema, em 1947, com o título em espanhol "Mirad los lírios Del campo", uma produção argentina dirigida por Ernesto Arancibia. Também virou novela, na "Globo", em 1980, com Cláudio Marzo e Nívea Maria no elenco.
Outro sucesso, "O tempo e o vento" estava programado para ser apenas um volume. Mas, com 2.200 páginas, acabou virando uma trilogia.
Era casado com Mafalda Volpe, com que teve dois filhos: o também escritor Luís Fernando Veríssimo e Clarissa.
Morreu no dia 28 de novembro de 1975, de enfarto, em Porto Alegre (RS).
De estilo simples, narrativa cinematográfica, ele sabia contar histórias como ninguém. Érico Lopes Veríssimo nasceu no dia 17 de dezembro de 1905, em Cruz Alta (RS). Filho de Sebastião Veríssimo da Fonseca e Albegahy Lopes Veríssimo, Erico Verissimo descende de família gaúcha tradicional, mas falida. Por causa das dificuldades financeiras, não conseguiu terminar o curso secundário. Mas, leitor compulsivo que era, tornou-se um dos maiores escritores da moderna ficção brasileira.
Exerceu diversas atividades: ajudante de comércio, bancário, balconista de farmácia e desenhista na imprensa gaúcha. Depois foi secretário, redator e tradutor da Editora Globo, em Porto Alegre.
Chegou a ensinar literatura brasileira nos Estados Unidos, onde morou por vários anos. Foi ainda diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana.
Leu Shakespeare, Shaw, Wilde e principalmente Machado de Assis. Deixou-se influenciar por todos eles.
Conviveu com escritores já renomados como Mário Quintana e Augusto Meyer. Seu primeiro livro, "Fantoches" (1932) -- uma coletânea de contos --, vendeu apenas 400 exemplares dos 1.500 publicados. O resto um incêndio queimou.
Um de seus maiores sucessos, "Olhai os lírios do campo" (1938), foi a adaptado para o cinema, em 1947, com o título em espanhol "Mirad los lírios Del campo", uma produção argentina dirigida por Ernesto Arancibia. Também virou novela, na "Globo", em 1980, com Cláudio Marzo e Nívea Maria no elenco.
Outro sucesso, "O tempo e o vento" estava programado para ser apenas um volume. Mas, com 2.200 páginas, acabou virando uma trilogia.
Era casado com Mafalda Volpe, com que teve dois filhos: o também escritor Luís Fernando Veríssimo e Clarissa.
Morreu no dia 28 de novembro de 1975, de enfarto, em Porto Alegre (RS).
Carlos Drummond de Andrade
Biografia
Carlos Drummond de Andrade
Poeta comprometido com o social
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para Folha Online
Mineiro de Itabira do Mato Dentro, o poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu no dia 31 de outubro de 1902. Antes de tornar-se o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, Drummond foi um adolescente-problema. Aos 16 anos, estudou em um colégio jesuíta. No começo, destacou-se como bom aluno, mas acabou sendo expulso por "insubordinação mental", devido a um desentendimento com um professor de Português.
Integrante da segunda geração do modernismo, seus versos falam do indivíduo, da terra natal, da família, dos amigos, além dos embates sociais, o questionamento da existência e da própria poesia.
Em Belo Horizonte, junto com os amigos, o jovem Drummond chegou a tocar fogo em um bonde. Dizia que era um menino vadio, mas que, com o tempo, ele acabou perdendo essa natureza anárquica. Iniciou a carreira literária por incentivo de seu irmão. Publicou seu primeiro poema em 1918 ("Onda") em um jornalzinho organizado por esse irmão. Em 1922, ganhou o concurso "Novela Mineira" com o conto "Joaquim no Telhado".
Para agradar a família chegou a cursar, em 1923, Odontologia e Farmácia, em Belo Horizonte. Mas nunca exerceu o ofício. Participou em 1925 do grupo que fundou "A Revista", órgão modernista mineiro de curta existência: apenas três edições. Casou-se no mesmo ano com Dolores Dutra de Morais.
Casado, passou a lecionar Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano de Itabira. Depois, foi trabalhar como redator no "Diário de Minas". Em 1928, virou auxiliar de redação na Revista do Ensino, da Secretaria de Educação de Minas Gerais, iniciando sua carreira como funcionário público. Trabalhou com Gustavo Capanema, amigo da juventude, quando este exerceu o cargo de ministro da Educação e da Saúde Pública.
No início, seus poemas eram publicados em livros independentes e com pequenas tiragens. Em 1942, recebeu proposta da Editora José Olympio para publicar "Poesias". A partir daí, surgiram muitos outros seguidos de prêmios literários. Ao longo da vida, publicou 47 livros, sendo 27 de poesias, 18 de prosa e dois infantis, muitos dos quais traduzidos para o alemão, espanhol, inglês, francês e até russo.
Drummond morreu no dia 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro. Doze dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, que dizia ser a pessoa a quem mais amou na vida. Ela foi a fonte inspiradora de boa parte de suas poesias.
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Mineiro de Itabira do Mato Dentro, o poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu no dia 31 de outubro de 1902. Antes de tornar-se o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, Drummond foi um adolescente-problema. Aos 16 anos, estudou em um colégio jesuíta. No começo, destacou-se como bom aluno, mas acabou sendo expulso por "insubordinação mental", devido a um desentendimento com um professor de Português.
Integrante da segunda geração do modernismo, seus versos falam do indivíduo, da terra natal, da família, dos amigos, além dos embates sociais, o questionamento da existência e da própria poesia.
Em Belo Horizonte, junto com os amigos, o jovem Drummond chegou a tocar fogo em um bonde. Dizia que era um menino vadio, mas que, com o tempo, ele acabou perdendo essa natureza anárquica. Iniciou a carreira literária por incentivo de seu irmão. Publicou seu primeiro poema em 1918 ("Onda") em um jornalzinho organizado por esse irmão. Em 1922, ganhou o concurso "Novela Mineira" com o conto "Joaquim no Telhado".
Para agradar a família chegou a cursar, em 1923, Odontologia e Farmácia, em Belo Horizonte. Mas nunca exerceu o ofício. Participou em 1925 do grupo que fundou "A Revista", órgão modernista mineiro de curta existência: apenas três edições. Casou-se no mesmo ano com Dolores Dutra de Morais.
Casado, passou a lecionar Geografia e Português no Ginásio Sul-Americano de Itabira. Depois, foi trabalhar como redator no "Diário de Minas". Em 1928, virou auxiliar de redação na Revista do Ensino, da Secretaria de Educação de Minas Gerais, iniciando sua carreira como funcionário público. Trabalhou com Gustavo Capanema, amigo da juventude, quando este exerceu o cargo de ministro da Educação e da Saúde Pública.
No início, seus poemas eram publicados em livros independentes e com pequenas tiragens. Em 1942, recebeu proposta da Editora José Olympio para publicar "Poesias". A partir daí, surgiram muitos outros seguidos de prêmios literários. Ao longo da vida, publicou 47 livros, sendo 27 de poesias, 18 de prosa e dois infantis, muitos dos quais traduzidos para o alemão, espanhol, inglês, francês e até russo.
Drummond morreu no dia 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro. Doze dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, que dizia ser a pessoa a quem mais amou na vida. Ela foi a fonte inspiradora de boa parte de suas poesias.
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Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Jorge Amado
Biografia
Jorge Amado
LAURIBERTO BRAGA
Jorge Amado
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para a Folha Online
Jorge Amado de Farias, baiano de Itabuna, nasceu no dia 10 de agosto de 1912. Era "doutor em romance", como bem o definiu Mario de Andrade. Foi além de escritor, jornalista e advogado. O interior baiano é o tema principal de seus romances, que retratam os ciclos das secas, cangaço e cacau. Também é definido como uma grande força do movimento modernista.
Jorge Amado passou a infância na região plantadora da Bahia. Embebendo-se da atmosfera das lutas de conquista pela terra, realidade esta passada depois em suas obras, como "Tocaia Grande" (1984). Estudou em Ilhéus e Salvador. Desde jovem manifestou sua vocação literária.
Começou a trabalhar em jornais quando ainda era adolescente. Seu primeiro livro, "O País do Carnaval", foi lançado quando ele tinha 19 anos.
Elegeu-se deputado federal, em 1945, pelo Partido Comunista Brasileiro. Três anos depois, o partido foi considerado ilegal. Jorge Amado perdeu o mandato e teve que sair do Brasil, exilando-se, inicialmente, na Argentina, depois França, Estados Unidos e países do Leste Europeu.
Casado com a escritora Zélia Gattai, é um dos maiores sucessos da literatura brasileira no exterior. Grande parte de sua obra foi traduzida em 49 idiomas e publicada em 55 países.
A partir de 1958 dedicou-se a uma produção metódica que lhe permitiu viver da literatura. Escreveu mais de 30 livros. Chegou a vender só no Brasil mais de 20 milhões de exemplares. "Meus livros falam sobre o povo e para o povo", afirmava.
Algumas de suas histórias foram adaptadas para a TV e o cinema, como "Dona Flor e seus Dois Maridos" e "Tenda dos Milagres". Integrante da ABL (Academia Brasileira de Letras), sustentava que a literatura podia ser um instrumento de formação e transformação da sociedade. Morreu no dia 6 de agosto de 2001, em Salvador.
Jorge Amado de Farias, baiano de Itabuna, nasceu no dia 10 de agosto de 1912. Era "doutor em romance", como bem o definiu Mario de Andrade. Foi além de escritor, jornalista e advogado. O interior baiano é o tema principal de seus romances, que retratam os ciclos das secas, cangaço e cacau. Também é definido como uma grande força do movimento modernista.
Jorge Amado passou a infância na região plantadora da Bahia. Embebendo-se da atmosfera das lutas de conquista pela terra, realidade esta passada depois em suas obras, como "Tocaia Grande" (1984). Estudou em Ilhéus e Salvador. Desde jovem manifestou sua vocação literária.
Começou a trabalhar em jornais quando ainda era adolescente. Seu primeiro livro, "O País do Carnaval", foi lançado quando ele tinha 19 anos.
Elegeu-se deputado federal, em 1945, pelo Partido Comunista Brasileiro. Três anos depois, o partido foi considerado ilegal. Jorge Amado perdeu o mandato e teve que sair do Brasil, exilando-se, inicialmente, na Argentina, depois França, Estados Unidos e países do Leste Europeu.
Casado com a escritora Zélia Gattai, é um dos maiores sucessos da literatura brasileira no exterior. Grande parte de sua obra foi traduzida em 49 idiomas e publicada em 55 países.
A partir de 1958 dedicou-se a uma produção metódica que lhe permitiu viver da literatura. Escreveu mais de 30 livros. Chegou a vender só no Brasil mais de 20 milhões de exemplares. "Meus livros falam sobre o povo e para o povo", afirmava.
Algumas de suas histórias foram adaptadas para a TV e o cinema, como "Dona Flor e seus Dois Maridos" e "Tenda dos Milagres". Integrante da ABL (Academia Brasileira de Letras), sustentava que a literatura podia ser um instrumento de formação e transformação da sociedade. Morreu no dia 6 de agosto de 2001, em Salvador.
João Cabral de Melo Neto
Biografia
João Cabral de Melo Neto
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para a Folha Online
Descendente de família rica, João Cabral de Melo Neto marcou sua obra com o regionalismo nordestino. Mostrou a seca em vários livros, mas foi em "Morte Vida Severina" que retratou fielmente as agruras do sertanejo.
Nascido no dia 9 de janeiro de 1920, em Recife (PE), virou diplomata aos 21 anos. Trabalhou em vários países, mas foi na Espanha que ficou mais tempo (1947-1950). O suficiente para simpatizar com os costumes hispânicos a ponto de escrever "Crime na Calle Relator". Um romance inspirado na cidade de Servilha.
Profundo conhecedor dos problemas sociais brasileiros passou em sua obra uma preocupação fundamental sobre eles. Estreou em 1942 e escreveu por cinco décadas seguintes, criando uma vasta obra que tenta despoetizar os poemas.
Procurou dar a cada palavra o máximo de conotações. Escreveu de forma despojada, preferindo os substantivos concretos e o emprego moderado de adjetivos.
Foi eleito por unanimidade para a ABL (Academia Brasileira de Letras) em 1969. Em sua carreira recebeu muitos prêmios literários. Morreu no dia 9 de outubro de 1999.
11
Próximo Livro
Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Descendente de família rica, João Cabral de Melo Neto marcou sua obra com o regionalismo nordestino. Mostrou a seca em vários livros, mas foi em "Morte Vida Severina" que retratou fielmente as agruras do sertanejo.
Nascido no dia 9 de janeiro de 1920, em Recife (PE), virou diplomata aos 21 anos. Trabalhou em vários países, mas foi na Espanha que ficou mais tempo (1947-1950). O suficiente para simpatizar com os costumes hispânicos a ponto de escrever "Crime na Calle Relator". Um romance inspirado na cidade de Servilha.
Profundo conhecedor dos problemas sociais brasileiros passou em sua obra uma preocupação fundamental sobre eles. Estreou em 1942 e escreveu por cinco décadas seguintes, criando uma vasta obra que tenta despoetizar os poemas.
Procurou dar a cada palavra o máximo de conotações. Escreveu de forma despojada, preferindo os substantivos concretos e o emprego moderado de adjetivos.
Foi eleito por unanimidade para a ABL (Academia Brasileira de Letras) em 1969. Em sua carreira recebeu muitos prêmios literários. Morreu no dia 9 de outubro de 1999.
11
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Primeiras Estórias
Coletânea de pequenos contos traz obras-primas de Guimarães Rosa (1908-1967) como "O Famigerado" e "A Terceira Margem do Rio"
Machado de Assis
Biografia
Machado de Assis
LAURIBERTO BRAGA
Machado de Assis
LAURIBERTO BRAGA
Colaboração para Folha Online
Joaquim Maria Machado de Assis não era extremamente pobre nem gago, não tinha sífilis nem sofria de epilepsia. Segundo os críticos Jean Michel Massa e Valentin Facioli, não passam de mitos essas histórias contadas sobre o maior escritor brasileiro e um dos maiores da América Latina. Suas obras se caracterizam pela ironia refinada e por um pessimismo diante da natureza humana.
Filho de pai mulato e mãe portuguesa, Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no morro do Livramento, Rio de Janeiro. Passou a infância na chácara de sua madrinha e protetora Maria José de Mendonça Barroso, viúva do brigadeiro e senador do Império, Bento Barroso Pereira. Os pais dele eram agregados na propriedade. Após a morte da mulher e de uma filha, o pai dele casou-se com Maria Inês. A família mudou-se, então, para São Cristóvão, zona norte do Rio.
Conta-se na vizinhança, em São Cristóvão, que havia uma senhora francesa, dona da padaria Gallot, com quem Machado teria aprendido francês. A informação é desmentida em biografias mais recentes sobre o escritor. A tese é apontada como inconsistente, pois teria sido confirmado não existir a rua nem dona de padaria com tal nome, naquela época.
O primeiro trabalho literário foi publicado quando Machado tinha 16 anos: o poema "Ela" (1855), na revista "Marmota Fluminense". Aos 17 anos, ele conseguiu seu primeiro emprego: aprendiz de tipógrafo, na Imprensa Nacional. O diretor Manoel Antônio de Almeida, autor de "Memórias de Um Sargento de Milícias", torna-se então seu protetor.
Autor de romances, crônicas e extraordinário contista, foi um dos fundadores da ABL (Academia Brasileira de Letras) e primeiro presidente. Ocupou a cadeira de número 23. Escolheu o amigo José de Alencar, escritor cearense, para ser seu patrono.
Machado de Assis também foi jornalista. Casou-se em 1869 com Carolina Augusta Xavier de Novais. A união durou 35 anos, mas não gerou filhos. Carolina morreu em 1904. E Machado de Assis no dia 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.
Joaquim Maria Machado de Assis não era extremamente pobre nem gago, não tinha sífilis nem sofria de epilepsia. Segundo os críticos Jean Michel Massa e Valentin Facioli, não passam de mitos essas histórias contadas sobre o maior escritor brasileiro e um dos maiores da América Latina. Suas obras se caracterizam pela ironia refinada e por um pessimismo diante da natureza humana.
Filho de pai mulato e mãe portuguesa, Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839, no morro do Livramento, Rio de Janeiro. Passou a infância na chácara de sua madrinha e protetora Maria José de Mendonça Barroso, viúva do brigadeiro e senador do Império, Bento Barroso Pereira. Os pais dele eram agregados na propriedade. Após a morte da mulher e de uma filha, o pai dele casou-se com Maria Inês. A família mudou-se, então, para São Cristóvão, zona norte do Rio.
Conta-se na vizinhança, em São Cristóvão, que havia uma senhora francesa, dona da padaria Gallot, com quem Machado teria aprendido francês. A informação é desmentida em biografias mais recentes sobre o escritor. A tese é apontada como inconsistente, pois teria sido confirmado não existir a rua nem dona de padaria com tal nome, naquela época.
O primeiro trabalho literário foi publicado quando Machado tinha 16 anos: o poema "Ela" (1855), na revista "Marmota Fluminense". Aos 17 anos, ele conseguiu seu primeiro emprego: aprendiz de tipógrafo, na Imprensa Nacional. O diretor Manoel Antônio de Almeida, autor de "Memórias de Um Sargento de Milícias", torna-se então seu protetor.
Autor de romances, crônicas e extraordinário contista, foi um dos fundadores da ABL (Academia Brasileira de Letras) e primeiro presidente. Ocupou a cadeira de número 23. Escolheu o amigo José de Alencar, escritor cearense, para ser seu patrono.
Machado de Assis também foi jornalista. Casou-se em 1869 com Carolina Augusta Xavier de Novais. A união durou 35 anos, mas não gerou filhos. Carolina morreu em 1904. E Machado de Assis no dia 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.
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