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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Manuel Bandeira


Biografia
Manuel Bandeira
O mais lírico dos poetas brasileiros
LAURIBERTO BRAGA

Colaboração para Folha Online
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em Recife (PE), em 19 de abril de 1886, filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e da dona de casa Francelina Ribeiro de Souza Bandeira. De estilo sóbrio, simples e direto, é considerado o mais lírico dos poetas nacionais. O autor de "Vou-me embora pra Pasárgada", estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde anos depois, em 1938, passou a lecionar literatura.
Em 1904 interrompeu, aos 18 anos, o curso de Arquitetura na Escola Politécnica de São Paulo por causa da tuberculose. A doença, na época considerada fatal, se refletiu em sua obra, denunciada pelo sentimento melancólico e de angústia presentes em seus poemas, que tratam da morte, do amor e do cotidiano.
Doente, Bandeira foi então a buscar climas serranos. Passou longos anos em estações climáticas, no Brasil e na Europa. Esteve em Teresópoles (RJ), Maranguape (CE) e Quixeramobim (CE). Em 1913 foi para o sanatório de Cluvadel, na Suíça. Chegou a ser desenganado pelos médicos por 54 anos. Mas morreu no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1968, aos 82 anos de idade.
O primeiro livro, "A Cinza das Horas", foi publicado em 1917, um ano após a morte de sua mãe. Uma edição de 200 exemplares custeada pelo próprio autor. Nele estão composições rígidas, de rimas ricas e métrica perfeita, da corrente parnasiano-simbolista.
A publicação do segundo livro, "Carnaval", também foi bancado com recursos próprios, em 1919, um ano após a morte de sua irmã, Maria Cândida, que desde o início da doença do autor havia sido uma dedicada enfermeira.
Ele gostava tanto de estrelas que publicou vários poemas com o nome estrela. O primeiro deles, "Estrela da Manhã", quando tinha 50 anos de idade, em 1936. Depois vieram "Estrela da Tarde", quando completou 74 anos, em 1960. E por último, "Estrela da Vida Inteira", aos 80 anos, em 1966. Fez dois poemas autobiográficos: "Auto-retrato" e "Mafuá do Malungo".
Em 1940, foi eleito membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), na vaga de Luís Guimarães Filho.

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