Vida Digital - 28/01/2011 - 22:25
Internet
O amor nos tempos da web
Acostumados a resolver questões cotidianas pela internet, jovens avançam nos sites de relacionamento amoroso, antes dedicados aos mais velhos
Renata Honorato e James Della Valle
Jovem solteiro procura: busca por parceiro é nova missão da geração Y na web (Comstock)
A estudante universitária Juliana da Silva Sá, de 21 anos, nunca viveu um namoro sério, mas tem intimidade com a internet. Começou a usar a rede por volta dos 10 anos para fazer pesquisas escolares. O passo seguinte foi usar o ICQ, comunicador instantâneo que precedeu o popular MSN, para conversar com amigos. Para aumentar a "turma", migrou nos anos seguintes para as redes sociais como Orkut e Facebook. "Falo com amigos que moram longe e ainda faço novos contatos", diz. Ela também não vive sem o Skype, programa que faz ligações telefônicas pelo computador. Procurar um namorado pela internet foi um decisão quase lógica. "Estou muito acostumada a fazer tudo pela internet", diz. "Praticamente nasci com a rede."
A exemplo de Juliana, jovens da chamada geração Y – nascidos nas décadas de 80 e 90 e "criados" à base de computador e web – estão acrescentando às suas rotineiras atividades virtuais a procura de um par no mundo real. De acordo com o ParPerfeito, maior site de relacionamento (amoroso) do Brasil, com 30 milhões de cadastrados, a participação desse público na rede avança na velocidade da internet e cresceu quase 50% entre 2008 e 2010. Agora, cerca de 32% dos usuários ativos da rede – aqueles que de fato utilizam o serviço – têm entre 18 e 24 anos. É uma mudança significativa, uma vez que, ao surgirem, esses sites eram vistos como espaços dedicados a pessoas mais velhas.
"Esse público cresceu com a internet. Para esses garotas e garotas, conhecer alguém em um site ou em um bar é a mesma coisa: eles não têm preconceito a respeito", diz Claudio Gandelman, presidente do ParPerfeito.
O psicólogo Thiago de Almeida, especialista da Universidade de São Paulo (USP) e estudioso de relacionamentos amorosos, afirma que os dados do ParPerfeito vão ao encontro de revelações surgidas de suas próprias pesquisas acadêmicas. "No fundo, esses jovens só querem o mesmo que todos nós: amar e serem amados. A diferença é que eles acrescentam às suas buscas ferramentas que possibilitam menor esforço: os recursos da internet", diz Almeida. "Uma boa triagem ajuda a evitar encontros desgastantes."
O excesso de informação de fato faz com que os jovens busquem cada vez mais "filtros", capazes de organizar suas experiências. Para Ailton Amélio, também professor de psicologia da USP, endereços como ParPerfeito e similares funcionam como uma peneira grossa, que aproxima indivíduos por afinidades. "É importante lembrar, contudo, que a 'filtragem fina' acontece exclusivamente com a convivência", diz.
Os ípsilons – O termo "geração Y" tem origem distante, mas sua definição ajuda a compreender o comportamento de um grupo numeroso de jovens. Estima-se que 2,3 bilhões de pessoas estão circunscritas por ela em todo o mundo. O rótulo surgiu na extina União Soviética, que costumava nomear cada geração com uma letra do alfabeto. Aos nascidos nas décadas de 80 e 90 coube o "Y". Nenhum mistério, portanto. O revelador é o que a letra procura conter: jovens cuja linguagem, visão de mundo e perspectiva de futuro são diretamente influenciadas pela internet. "São pessoas facilmente reconhecidas por manter uma identidade plural", diz Lucas Liedke, diretor do núcleo de tendências da Box1824, empresa de pesquisa especializada em comportamento jovem. "Elas não apostam mais na antiga divisão por 'tribos': assim, em um dia podem se interessar pelo meio ambiente e, no outro, por literatura."
Pode até ser natural aos ípsilons procurar pela cara-metade na rede. Mas os psicólogos não deixam de ver isso com certa apreensão. "Nessa idade, os jovens estão com os hormônios borbulhando e a sexualidade à flor da pele", lembra Alexandre Bez, psicólogo especializado em relacionamentos. "Portanto, além de buscar um par na web, espera-se que eles invistam nos recursos de praxe, como frequentar bares e festas, onde o contato se dá cara a cara. O sorriso e o olhar são fundamentais no processo de conquista."
Beatriz Cardella, psicóloga e autora do livro Laços e Nós: Amor e Intimidade nas Relações Humanas, acrescenta que os sites de relacionamento devem servir apenas como um primeiro passo no processo amoroso. "Manter um namoro virtual pode comprometer a saúde psicológica de uma pessoa e fazê-la sofrer. O site pode ser um meio, mas não deve ser um fim", afirma. Há, sim, flertes que prosperam. É o caso da recepcionista Francielli Queiroz, de 23 anos, e técnico de manutenção Maykon Vieira da Silva, de 26. Eles se conheceram em um site de relacionamentos há cerca de três anos – há dois, o casal divide o mesmo teto.
Facebook, Orkut... – Nem só de ParesPerfeitos vive a busca por um amor na internet. As tradicionais redes sociais, como Facebook e Orkut, também aproximam os jovens. Um estudo divulgado recentemente pela revista americana Seventeen, feito com cerca de 10.000 jovens entre 16 e 21 anos, aponta que esses ambientes virtuais têm impacto direto em eventos essenciais da vida deles, como o começo e o fim de um relacionamento amoroso.
De acordo com a pesquisa, 79% dos entrevistados tentam um contato com seus pretendentes uma semana após encontrá-los no sistema. Já 60% reveleram que espiam o perfil do alvo ao menos uma vez ao dia; os demais 40% o fazem várias vezes ao dia. O mais curioso talvez ocorra após o rompimento: 27% dos jovens bloqueiam ou apagam o contato do ex após o fim do namoro, enquanto 73% mantêm o novo desafeto na lista apenas para espiar o que ele ou ela andam fazendo. Mais: 17% dos garotos e 12% das garotas escondem seu status de relacionamento nas redes sociais. Em alguns aspectos, a geração Y apenas imita o hábito de suas predecessoras.
Tags: internet, jovens, redes sociais, sites de relacionamento.
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/o-amor-nos-tempos-da-web
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
Quando o cérebro cai na fossa
revista SUPERINTERESSANTE
Quando o cérebro cai na fossa
Cerca de 250 milhões de pessoas, ao redor do mundo, se encontram na mais profunda depressão. Razões emocionais podem tê-las empurrado ao fundo do poço, mas os médicos sabem que os deprimidos são doentes crônicos, cujas células nervosas não trabalham direito.
Por Carla Leirner
Existe um mundo em preto e branco, não muito longe daqui. Seus moradores são esquálidos, porque lá a comida perde o gosto. Não há Sol, nem há Lua. Cada dia é igual ao outro. Todas as pessoas são consideradas preguiçosas, porque poucas conseguem sair da cama. E, se o fazem, o simples ato de escolher uma roupa transforma-se numa tarefa das mais difíceis. Muitas chegam a abandonar o trabalho e, até mesmo os amigos. Quanto maior a falta de informação sobre o seu problema, mais tempo elas perdem nesse cenário sombrio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos uma em cada vinte pessoas na face da Terra já visitou ou ainda visitará o planeta da depressão.
Em suas anotações o célebre médico grego Hipócrates (460-377 a.C.) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia intensa, acompanhada de insônia e perda de peso. Na realidade, hoje se sabe, ela sofria de depressão, um distúrbio do humor que é mais freqüente entre as mulheres. Ninguém conhece a razão dessa diferença entre os sexos, mas as estatísticas apontam que, para cada três mulheres deprimidas, há apenas um homem na mesma situação. Durante muito tempo, os pesquisadores da depressão se dividiram em linhas de pensamento. Alguns insistiam em culpar única e exclusivamente o ambiente em que vivia o deprimido este, portanto, viveria afogado em tristeza por causa de fatores externos, como um trabalho desagradável, brigas em família, más notícias de todo tipo. Outros pesquisadores, por sua vez, sempre acreditaram que a depressão tinha origem orgânica. Neste caso, por causa de um distúrbio do corpo, o deprimido seria capaz de ver um mar de rosas como se fosse um vale de lágrimas.
Chegaram mais perto da verdade, porém, os cientistas que defendiam a interseção dessas duas primeiras correntes. Não há mais dúvida: a depressão é tanto um problema de ordem psicológica como orgânica. As primeiras pistas para decifrar os mecanismos da depressão surgiram ainda no início dos anos cinqüenta, com a descoberta de que alguns medicamentos eram capazes de aliviar os seus sintomas. Ora, se funcionavam, era porque esses distúrbios deveriam ter um fundamento orgânico, em vez de serem simplesmente psicológicos. Hoje, de fato, parece existir um consenso entre os especialistas: a depressão se traduz como uma desordem no cérebro, disparada por uma série de fatores que interagem entre si. Um dos fios dessa trama tão intricada é a herança genética. Mas, ao contrário do problema do nanismo, por exemplo, que é determinado por um único gene, a depressão é fruto da ação de diversos genes com efeito cumulativo. Segundo o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, professor da Universidade de São Paulo, é fácil entender o que isso significa, ao se observar a estatura das pessoas: "Se houvesse apenas um gene para determinar pessoas muito altas e outro gene para baixinhos, não existiriam pessoas de estatura mediana", ensina. "Se existe gente de todo tamanho, é porque a estatura é uma característica multifatorial, do ponto de vista da Genética. Na fase de crescimento, diversos genes podem ser acionados, ou não, conforme influências externas, como a prática de esportes e a nutrição." O resultado final, ou seja, a interação desses fatores com os genes, será marcado pela fita métrica.
A depressão, feito a estatura, também pode se manifestar em diferentes níveis. Mais do que isso: "No caso, o que se herda é a predisposição para o problema", esclarece Frota-Pessoa, que já investigou a possibilidade de a tendência ao suicídio ser hereditária. "Existem pessoas com vulnerabilidade genética para ficarem deprimidas, mas que não cairão necessariamente na depressão." Os estudos sobre a responsabilidade da bagagem hereditário não invalidam a teoria dos neurologistas. Os médicos notam que, no sistema nervoso do deprimido, existe uma espécie de defeito na produção de dois neurotransmissores, a noradrenalina e a serotonina uma dupla de importantes mensageiros químicos entre os neurônios.
Qualquer alteração na quantidade de uma dessas substâncias já é suficiente para abalar a dosagem da outra. "O desequilíbrio entre os dois neurotransmissores atinge principalmente as áreas cerebrais relacionadas à memória, à motivação, à capacidade de atenção e de planejamento" acusa a neuropisicóloga Cândida Pires de Camargo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Resultado: o deprimido, em vez de mera vítima da melancolia, passa a sofrer de graves distúrbios do comportamento. Há, no entanto, depressões e depressões. Os especialistas costumam classificá-las em dois tipos. Um deles é a depressão bipolar, também conhecida como psicose maníaco depressiva (PMD). Quem tem PMD alterna momentos de profunda depressão, em que provavelmente há falta de neurotransmissores, com fases de esfuziante euforia, em que, ao contrário do que acontecia antes, essas substâncias se derramam em excesso dentro do cérebro. Tanto num extremo quanto no outro, o maníaco-depressivo não se sente bem. Existe ainda a depressão do tipo unipolar, aquela tristeza sem fim "O paciente tem a sensação de que o mundo acabou", define o psiquiatra Valentim Gentil, professor da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele quando o doente não recebe tratamento, essa viagem ao mundo cinzento e sem atrativos pode não ter volta: cerca de 10% das pessoas com depressão unipolar acabam dando cabo à própria vida.
Os especialistas, fique claro, não dispensam o adjetivo unipolar, quando querem tratar do assunto. Isso para não confundir essa espécie de depressão, em que o descuido pode ser literalmente fatal, com angústias passageiras, às quais qualquer pessoa saudável está sujeita. "É normal que alguém se sinta infeliz depois de romper um namoro ou quando morre um parente", exemplifica a psicóloga Regina Wielenska, da Pontificia Universidade Católica, de São Paulo. "Por algum tempo, a pessoa fica em um estado que chamamos de depressão reativa, aquela detonada pelo momento ou pelo ambiente em que se vive. "Mas uma fossa amorosa ou um luto que se estende por vários meses denuncia que algo errado está se passando com o organismo. "Aquela sensação de perda pode ter sido o fator ambientar que precipitou a depressão unipolar, envolvendo disfunções orgânicas", explica Regina. Os médicos tentam bloquear o avanço do problema com um arsenal de remédios, rotulados como antidepressivos. Eles atuam numa região específica, a chamada sinapse: o íntimo espaço entre uma célula nervosa e outra. Por essas células passam nossos pensamentos. Além disso, elas controlam tudo, do piscar dos olhos aos batimentos cardíacos."As ordens nervosas seguem em frente, de uma célula para outra, porque os neurotransmissores saltam o vão das sinapses", descreve o neurologista Esper Cavalheiro, professor da Escola Paulista de Medicina. "Parte deles, no entanto, não é aproveitada e acaba sendo reabsorvida pela célula nervosa ou neurônio." No cérebro, portanto, existe um sistema de reciclagem, responsável por uma tremenda economia de esforço, energia e matéria-prima. Só que, nesse jogo de vaivém, chega uma hora em que moléculas de neurotransmissores novinhas em folha se misturam com neurotransmissores velhos, desgastados e ineficazes. Esse problema, porém, é facilmente contornado. "Dentro dos neurônios, há uma enzima capaz de reconhecer e destruir aquelas moléculas de neurotransmissores em ponto de aposentadoria", explica Cavalheiro. Trata-se da monoaminoxidase (MAO). Como essa enzima consegue fazer o serviço de reconhecimento ninguém sabe direito. Mas o fato é que, no caso dos deprimidos, a MAO pode ser considerada uma esbanjadora.
Afinal, no cérebro em que já existe a falta de neurotransmissores, eliminar moléculas velhas é um luxo. As drogas antidepressivos, portanto, visam a acabar com o desperdício. "De uma maneira ou de outra, elas tentam aumentar a quantidade de neurotransmissores disponíveis, uma vez que os neurônios parecem não atender à demanda", diz Cavalheiro. Os primeiros medicamentos eficazes no combate à depressão foram os triciclicos, descobertos em 1958. Segundo o neurologista, eles agem como selantes, vedando a membrana do neurônio, para impedir a reabsorção dos neurotransmissores. Soltos nos espaços das sinapses, esses mensageiros químicos são usados até o fim.Uma segunda família de remédios é a dos inibidores da MAO daí serem chamados de IMAO. Ou seja, os neurotransmissores são receptados normalmente, mas não podem ser aniquilados pela enzima, bloqueada pelo fármaco. A terceira categoria de drogas e também a mais recente é a dos medicamentos seletivos. Eles recebem esse nome porque ajudam os neurônios a receptarem um neurotransmissor especifico, no caso, a serotonina. Finalmente, alguns médicos receitam o carbonato de lítio, um sal natural. "A substância pode ser tóxica quando há exagero na dosagem, por isso seu uso deve ser permanentemente monitorado por médicos", adverte Gentil, da USP. Ainda assim, os especialistas recomendam o litio para os pacientes maniaco-depressivos. A maneira como o remédio age no organismo ainda não foi desvendada.As drogas antidepressivos em geral provocam efeitos colaterais desagradáveis, como boca seca, sonolência e prisão de ventre. Às vezes, em doses exageradas, as do tipo IMAO levam ao aumento da pressão arterial. "Essa é a maior dificuldade do médico: acertar na dosagem de antidepressivo, que varia de pessoa para pessoa", conta Gentil. "No inicio, essa busca pode ser penosa. Não há como prever a qual medicamento, e em qual quantidade, o doente responderá melhor." Segundo o psiquiatra, há também pacientes que não toleram antidepressivos. Nesses casos, há uma saída alternativa do túnel escuro da depressão o eletrochoque. O nome, por si só, provoca arrepios de terror nos leigos. Não é à toa. Durante muitos anos, o eletrochoque foi usado como punição nos manicômios. Sem contar que, no Brasil, entre os anos sessenta e setenta, ele tinha espaço garantido, como método de tortura, nos porões da ditadura militar: depois de uma sessão de choques, os presos políticos tinham convulsões, apresentavam ossos fraturados, perdiam a memória.
"Hoje em dia, o eletrochoque é considerado um aliado na cura da depressão", diz Gentil. "Cada passo do tratamento é monitorado por aparelhos, que controlam a passagem da corrente elétrica e a freqüência cardíaca", esclarece. "Além disso, o paciente é anestesiado. Não há riscos nem dor." Os choques agem como se fizessem pegar no tranco a máquina de fabricar neurotransmissores. existente dentro de cada célula nervosa. Sobretudo, os resultados são rápidos, enquanto o tratamento à base de drogas antidepressivos só começa a mostrar efeito depois de quinze dias, em média. A partir desse prazo, a subida do poço da depressão, apesar de continua, avança em marcha lenta. Quando o deprimido não desiste, porém, há 100% de chance de cura.Os especialistas concordam em que a recuperação costuma ser mais rápida quando o paciente alia a munição farrnacêutica a alguma espécie de psicoterapia. "Afinal, enquanto a pessoa permaneceu mergulhada na crise depressiva, tudo em sua vida pode ter mudado sem que ela percebesse, desde as relações afetivas até a situação econômica", diz o psicanalista paulista Guillermo Bigliani. "Cabe ao terapeuta auxiliar o paciente no caminho de volta, em função dos danos que a própria depressão trouxe."Segundo Bigliani, a terapia pode evitar que uma depressão leve se agrave ao ponto de o paciente precisar do auxilio de remédios. Hoje se sabe: os deprimidos são vitimas de uma doença crônica quem caiu na depressão uma vez tem grande probabilidade de enfrentar novas crises. Durante os episódios, os medicamentos são legitimas doses de ânimo; no entanto, uma vez suspensos, os sintomas da doença tendem a reaparecer. A sensibilidade do médico é essencial para decidir se determinada pessoa pode interromper ou deve prosseguir com o uso de antidepressivos. Felizmente, com o problema sob controle, é possível levar uma vida normal. Aquele mundo cinza, sem cor nem sabor, deixou de ser uma prisão.
Para saber mais:
Eis o que você é
(SUPER número 1, ano 10)
Sistema de transmissão Como os neurônios se comunicam
O núcleo da célula nervosa é o encarregado de fabricar neurotransmissores. esta produção parece ser menor no organismo do deprimido. Embalagens em pequenas bolsas, ou vesículas, as substâncias neurotransmissoras percorrem o axônio, uma espécie de prolongamento celular, até chegar na extremidade. É ali que se preparam para um verdadeiro salto, pois nunca um neurônio se encosta em outro.Normalmente, moléculas de cálcio empurram as vesículas para fora da célula. As bolsas estouram, liberando os neurotransmissores. Parte deles encontrará vaga em receptores da célula vizinha. O restante retornará ao primeiro neurônio, para ser reaproveitado ou destruído pela enzima MAO, encarregada de liquidar os neurotransmissores muito velhos.Nos deprimidos, como há falta de neurotransmissores, os remédio evitam a destruição dessas moléculas. Para isso, um dos caminhos é impedir a volta dessas substâncias ao neurônio de origem, como fazem os tricíclios. Outros medicamentos inibem a ação da enzima MAO.
Uma situação familiar
As estatísticas mostram que a tendência à depressão está contida na bagagem hereditária. Em gêmeos univitelinos, cujos genes são idênticos, quando um é deprimido, há 70% de probabilidade de o outro desenvolver o mesmo distúrbio. No caso de pais, filhos e irmãos de pessoas com depressão, incluindo gêmeos não idênticos, as chances caem para 15%. Parentes mais distantes, como avós, tios e primos, têm 7% de risco. Numa família em que jantais alguém ficou deprimido, ainda assim as pessoas têm entre 2 e 3% de probabilidade de apresentar o problema.
http://super.abril.com.br/superarquivo/1992/conteudo_113213.shtml
Quando o cérebro cai na fossa
Cerca de 250 milhões de pessoas, ao redor do mundo, se encontram na mais profunda depressão. Razões emocionais podem tê-las empurrado ao fundo do poço, mas os médicos sabem que os deprimidos são doentes crônicos, cujas células nervosas não trabalham direito.
Por Carla Leirner
Existe um mundo em preto e branco, não muito longe daqui. Seus moradores são esquálidos, porque lá a comida perde o gosto. Não há Sol, nem há Lua. Cada dia é igual ao outro. Todas as pessoas são consideradas preguiçosas, porque poucas conseguem sair da cama. E, se o fazem, o simples ato de escolher uma roupa transforma-se numa tarefa das mais difíceis. Muitas chegam a abandonar o trabalho e, até mesmo os amigos. Quanto maior a falta de informação sobre o seu problema, mais tempo elas perdem nesse cenário sombrio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos uma em cada vinte pessoas na face da Terra já visitou ou ainda visitará o planeta da depressão.
Em suas anotações o célebre médico grego Hipócrates (460-377 a.C.) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia intensa, acompanhada de insônia e perda de peso. Na realidade, hoje se sabe, ela sofria de depressão, um distúrbio do humor que é mais freqüente entre as mulheres. Ninguém conhece a razão dessa diferença entre os sexos, mas as estatísticas apontam que, para cada três mulheres deprimidas, há apenas um homem na mesma situação. Durante muito tempo, os pesquisadores da depressão se dividiram em linhas de pensamento. Alguns insistiam em culpar única e exclusivamente o ambiente em que vivia o deprimido este, portanto, viveria afogado em tristeza por causa de fatores externos, como um trabalho desagradável, brigas em família, más notícias de todo tipo. Outros pesquisadores, por sua vez, sempre acreditaram que a depressão tinha origem orgânica. Neste caso, por causa de um distúrbio do corpo, o deprimido seria capaz de ver um mar de rosas como se fosse um vale de lágrimas.
Chegaram mais perto da verdade, porém, os cientistas que defendiam a interseção dessas duas primeiras correntes. Não há mais dúvida: a depressão é tanto um problema de ordem psicológica como orgânica. As primeiras pistas para decifrar os mecanismos da depressão surgiram ainda no início dos anos cinqüenta, com a descoberta de que alguns medicamentos eram capazes de aliviar os seus sintomas. Ora, se funcionavam, era porque esses distúrbios deveriam ter um fundamento orgânico, em vez de serem simplesmente psicológicos. Hoje, de fato, parece existir um consenso entre os especialistas: a depressão se traduz como uma desordem no cérebro, disparada por uma série de fatores que interagem entre si. Um dos fios dessa trama tão intricada é a herança genética. Mas, ao contrário do problema do nanismo, por exemplo, que é determinado por um único gene, a depressão é fruto da ação de diversos genes com efeito cumulativo. Segundo o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, professor da Universidade de São Paulo, é fácil entender o que isso significa, ao se observar a estatura das pessoas: "Se houvesse apenas um gene para determinar pessoas muito altas e outro gene para baixinhos, não existiriam pessoas de estatura mediana", ensina. "Se existe gente de todo tamanho, é porque a estatura é uma característica multifatorial, do ponto de vista da Genética. Na fase de crescimento, diversos genes podem ser acionados, ou não, conforme influências externas, como a prática de esportes e a nutrição." O resultado final, ou seja, a interação desses fatores com os genes, será marcado pela fita métrica.
A depressão, feito a estatura, também pode se manifestar em diferentes níveis. Mais do que isso: "No caso, o que se herda é a predisposição para o problema", esclarece Frota-Pessoa, que já investigou a possibilidade de a tendência ao suicídio ser hereditária. "Existem pessoas com vulnerabilidade genética para ficarem deprimidas, mas que não cairão necessariamente na depressão." Os estudos sobre a responsabilidade da bagagem hereditário não invalidam a teoria dos neurologistas. Os médicos notam que, no sistema nervoso do deprimido, existe uma espécie de defeito na produção de dois neurotransmissores, a noradrenalina e a serotonina uma dupla de importantes mensageiros químicos entre os neurônios.
Qualquer alteração na quantidade de uma dessas substâncias já é suficiente para abalar a dosagem da outra. "O desequilíbrio entre os dois neurotransmissores atinge principalmente as áreas cerebrais relacionadas à memória, à motivação, à capacidade de atenção e de planejamento" acusa a neuropisicóloga Cândida Pires de Camargo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Resultado: o deprimido, em vez de mera vítima da melancolia, passa a sofrer de graves distúrbios do comportamento. Há, no entanto, depressões e depressões. Os especialistas costumam classificá-las em dois tipos. Um deles é a depressão bipolar, também conhecida como psicose maníaco depressiva (PMD). Quem tem PMD alterna momentos de profunda depressão, em que provavelmente há falta de neurotransmissores, com fases de esfuziante euforia, em que, ao contrário do que acontecia antes, essas substâncias se derramam em excesso dentro do cérebro. Tanto num extremo quanto no outro, o maníaco-depressivo não se sente bem. Existe ainda a depressão do tipo unipolar, aquela tristeza sem fim "O paciente tem a sensação de que o mundo acabou", define o psiquiatra Valentim Gentil, professor da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele quando o doente não recebe tratamento, essa viagem ao mundo cinzento e sem atrativos pode não ter volta: cerca de 10% das pessoas com depressão unipolar acabam dando cabo à própria vida.
Os especialistas, fique claro, não dispensam o adjetivo unipolar, quando querem tratar do assunto. Isso para não confundir essa espécie de depressão, em que o descuido pode ser literalmente fatal, com angústias passageiras, às quais qualquer pessoa saudável está sujeita. "É normal que alguém se sinta infeliz depois de romper um namoro ou quando morre um parente", exemplifica a psicóloga Regina Wielenska, da Pontificia Universidade Católica, de São Paulo. "Por algum tempo, a pessoa fica em um estado que chamamos de depressão reativa, aquela detonada pelo momento ou pelo ambiente em que se vive. "Mas uma fossa amorosa ou um luto que se estende por vários meses denuncia que algo errado está se passando com o organismo. "Aquela sensação de perda pode ter sido o fator ambientar que precipitou a depressão unipolar, envolvendo disfunções orgânicas", explica Regina. Os médicos tentam bloquear o avanço do problema com um arsenal de remédios, rotulados como antidepressivos. Eles atuam numa região específica, a chamada sinapse: o íntimo espaço entre uma célula nervosa e outra. Por essas células passam nossos pensamentos. Além disso, elas controlam tudo, do piscar dos olhos aos batimentos cardíacos."As ordens nervosas seguem em frente, de uma célula para outra, porque os neurotransmissores saltam o vão das sinapses", descreve o neurologista Esper Cavalheiro, professor da Escola Paulista de Medicina. "Parte deles, no entanto, não é aproveitada e acaba sendo reabsorvida pela célula nervosa ou neurônio." No cérebro, portanto, existe um sistema de reciclagem, responsável por uma tremenda economia de esforço, energia e matéria-prima. Só que, nesse jogo de vaivém, chega uma hora em que moléculas de neurotransmissores novinhas em folha se misturam com neurotransmissores velhos, desgastados e ineficazes. Esse problema, porém, é facilmente contornado. "Dentro dos neurônios, há uma enzima capaz de reconhecer e destruir aquelas moléculas de neurotransmissores em ponto de aposentadoria", explica Cavalheiro. Trata-se da monoaminoxidase (MAO). Como essa enzima consegue fazer o serviço de reconhecimento ninguém sabe direito. Mas o fato é que, no caso dos deprimidos, a MAO pode ser considerada uma esbanjadora.
Afinal, no cérebro em que já existe a falta de neurotransmissores, eliminar moléculas velhas é um luxo. As drogas antidepressivos, portanto, visam a acabar com o desperdício. "De uma maneira ou de outra, elas tentam aumentar a quantidade de neurotransmissores disponíveis, uma vez que os neurônios parecem não atender à demanda", diz Cavalheiro. Os primeiros medicamentos eficazes no combate à depressão foram os triciclicos, descobertos em 1958. Segundo o neurologista, eles agem como selantes, vedando a membrana do neurônio, para impedir a reabsorção dos neurotransmissores. Soltos nos espaços das sinapses, esses mensageiros químicos são usados até o fim.Uma segunda família de remédios é a dos inibidores da MAO daí serem chamados de IMAO. Ou seja, os neurotransmissores são receptados normalmente, mas não podem ser aniquilados pela enzima, bloqueada pelo fármaco. A terceira categoria de drogas e também a mais recente é a dos medicamentos seletivos. Eles recebem esse nome porque ajudam os neurônios a receptarem um neurotransmissor especifico, no caso, a serotonina. Finalmente, alguns médicos receitam o carbonato de lítio, um sal natural. "A substância pode ser tóxica quando há exagero na dosagem, por isso seu uso deve ser permanentemente monitorado por médicos", adverte Gentil, da USP. Ainda assim, os especialistas recomendam o litio para os pacientes maniaco-depressivos. A maneira como o remédio age no organismo ainda não foi desvendada.As drogas antidepressivos em geral provocam efeitos colaterais desagradáveis, como boca seca, sonolência e prisão de ventre. Às vezes, em doses exageradas, as do tipo IMAO levam ao aumento da pressão arterial. "Essa é a maior dificuldade do médico: acertar na dosagem de antidepressivo, que varia de pessoa para pessoa", conta Gentil. "No inicio, essa busca pode ser penosa. Não há como prever a qual medicamento, e em qual quantidade, o doente responderá melhor." Segundo o psiquiatra, há também pacientes que não toleram antidepressivos. Nesses casos, há uma saída alternativa do túnel escuro da depressão o eletrochoque. O nome, por si só, provoca arrepios de terror nos leigos. Não é à toa. Durante muitos anos, o eletrochoque foi usado como punição nos manicômios. Sem contar que, no Brasil, entre os anos sessenta e setenta, ele tinha espaço garantido, como método de tortura, nos porões da ditadura militar: depois de uma sessão de choques, os presos políticos tinham convulsões, apresentavam ossos fraturados, perdiam a memória.
"Hoje em dia, o eletrochoque é considerado um aliado na cura da depressão", diz Gentil. "Cada passo do tratamento é monitorado por aparelhos, que controlam a passagem da corrente elétrica e a freqüência cardíaca", esclarece. "Além disso, o paciente é anestesiado. Não há riscos nem dor." Os choques agem como se fizessem pegar no tranco a máquina de fabricar neurotransmissores. existente dentro de cada célula nervosa. Sobretudo, os resultados são rápidos, enquanto o tratamento à base de drogas antidepressivos só começa a mostrar efeito depois de quinze dias, em média. A partir desse prazo, a subida do poço da depressão, apesar de continua, avança em marcha lenta. Quando o deprimido não desiste, porém, há 100% de chance de cura.Os especialistas concordam em que a recuperação costuma ser mais rápida quando o paciente alia a munição farrnacêutica a alguma espécie de psicoterapia. "Afinal, enquanto a pessoa permaneceu mergulhada na crise depressiva, tudo em sua vida pode ter mudado sem que ela percebesse, desde as relações afetivas até a situação econômica", diz o psicanalista paulista Guillermo Bigliani. "Cabe ao terapeuta auxiliar o paciente no caminho de volta, em função dos danos que a própria depressão trouxe."Segundo Bigliani, a terapia pode evitar que uma depressão leve se agrave ao ponto de o paciente precisar do auxilio de remédios. Hoje se sabe: os deprimidos são vitimas de uma doença crônica quem caiu na depressão uma vez tem grande probabilidade de enfrentar novas crises. Durante os episódios, os medicamentos são legitimas doses de ânimo; no entanto, uma vez suspensos, os sintomas da doença tendem a reaparecer. A sensibilidade do médico é essencial para decidir se determinada pessoa pode interromper ou deve prosseguir com o uso de antidepressivos. Felizmente, com o problema sob controle, é possível levar uma vida normal. Aquele mundo cinza, sem cor nem sabor, deixou de ser uma prisão.
Para saber mais:
Eis o que você é
(SUPER número 1, ano 10)
Sistema de transmissão Como os neurônios se comunicam
O núcleo da célula nervosa é o encarregado de fabricar neurotransmissores. esta produção parece ser menor no organismo do deprimido. Embalagens em pequenas bolsas, ou vesículas, as substâncias neurotransmissoras percorrem o axônio, uma espécie de prolongamento celular, até chegar na extremidade. É ali que se preparam para um verdadeiro salto, pois nunca um neurônio se encosta em outro.Normalmente, moléculas de cálcio empurram as vesículas para fora da célula. As bolsas estouram, liberando os neurotransmissores. Parte deles encontrará vaga em receptores da célula vizinha. O restante retornará ao primeiro neurônio, para ser reaproveitado ou destruído pela enzima MAO, encarregada de liquidar os neurotransmissores muito velhos.Nos deprimidos, como há falta de neurotransmissores, os remédio evitam a destruição dessas moléculas. Para isso, um dos caminhos é impedir a volta dessas substâncias ao neurônio de origem, como fazem os tricíclios. Outros medicamentos inibem a ação da enzima MAO.
Uma situação familiar
As estatísticas mostram que a tendência à depressão está contida na bagagem hereditária. Em gêmeos univitelinos, cujos genes são idênticos, quando um é deprimido, há 70% de probabilidade de o outro desenvolver o mesmo distúrbio. No caso de pais, filhos e irmãos de pessoas com depressão, incluindo gêmeos não idênticos, as chances caem para 15%. Parentes mais distantes, como avós, tios e primos, têm 7% de risco. Numa família em que jantais alguém ficou deprimido, ainda assim as pessoas têm entre 2 e 3% de probabilidade de apresentar o problema.
http://super.abril.com.br/superarquivo/1992/conteudo_113213.shtml
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
capilla sistina
CUANDO SE ABRA COMPLETAMENTE LA IMAGEN PULSAR BOTON IZQUIERDO DEL RATÓN SOBRE LA IMAGEN Y ARRASTRARLO HACIA LA DERECHA, IZQUIERDA,ARRIBA Y ABAJO PARA VERLA EN SU TOTALIDAD. ABAJO A LA IZQUIERDA HAY UN + Y UN - PARA AUMENTAR Y DISMINUIR LA IMÁGEN. UNA PASADA
Se dice que tardaron 3 años en armar esta presentación. Que la disfruten:
http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html
Se dice que tardaron 3 años en armar esta presentación. Que la disfruten:
http://www.vatican.va/various/cappelle/sistina_vr/index.html
Aposentadoria
Aposentadoria de quem continuar em atividade poderá ser recalculada
Agência Câmara - 26/01/2011 11:50 - Correio Braziliense
Tramita na Câmara dos Deputados Projeto de Lei (7092/10) do deputado licenciado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que assegura ao aposentado que continuar a exercer atividade remunerada o direito de renunciar ao benefício previdenciário e contar o tempo de serviço complementar para recalcular o valor de sua aposentadoria. O direito poderá ser requerido a qualquer tempo.
De acordo com o autor, o objetivo da iniciativa é possibilitar a aquisição de benefícios mais vantajosos pelo segurado, no mesmo ou em outro regime previdenciário. A proposta estabelece ainda que a renúncia não obrigará o aposentado a devolver os valores recebidos enquanto a aposentadoria inicialmente concedida estava vigente.
Tramitação
O Projeto de Lei será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
VEJA CÓPIA DO PROJETO
http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=472457
Projeto de Lei e Outras Proposições
Consulta Tramitação das Proposições
Proposição: PL-7092/2010 Avulso
Autor: Luiz Carlos Hauly - PSDB /PR
Data de Apresentação: 07/04/2010
Apreciação: Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II
Regime de tramitação: Ordinária
Apensado(a) ao(a): PL-2682/2007
Situação: CCP: Aguardando Apensação; CSSF: Tramitando em Conjunto.
Ementa: Dispõe sobre o direito do aposentado de computar o tempo de serviço exercido após a aposentadoria e dá outras providências.
Explicação da Ementa: Garante ao aposentado que continuar a exercer atividade remunerada o direito de renunciar ao benefício concebido e computar o tempo de serviço complementar para novo cálculo do seu benefício de prestação continuada.
Indexação: Garantia, aposentado, Regime Geral de Previdência Social, exercício profissional, atividade remunerada, renúncia, benefício previdenciário, cômputo, tempo de serviço, cálculo, valor, benefício de prestação continuada.
Despacho:
14/4/2010 - Apense-se (à)ao PL-2682/2007. Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Ordinária
Última Ação:
Data
14/4/2010 - Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA) - Apense-se (à)ao PL-2682/2007. Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Ordinária (íntegra)
Andamento
Obs.: o andamento da proposição fora desta Casa Legislativa não é tratado pelo sistema, devendo ser consultado nos órgãos respectivos.
Data
7/4/2010 PLENÁRIO (PLEN)
Apresentação do Projeto de Lei pelo Deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).(íntegra)
14/4/2010 Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)
Apense-se (à)ao PL-2682/2007. Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Ordinária (íntegra)
16/4/2010 COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP)
Encaminhada à publicação. Publicação Inicial no DCD de 17/04/10 PÁG 15621 COL 01.(publicação)
http://noticias.admite-se.com.br/empregos_correiobraziliense/template_interna_noticias,id_noticias=43626&id_sessoes=267/template_interna_noticias.shtml
Agência Câmara - 26/01/2011 11:50 - Correio Braziliense
Tramita na Câmara dos Deputados Projeto de Lei (7092/10) do deputado licenciado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), que assegura ao aposentado que continuar a exercer atividade remunerada o direito de renunciar ao benefício previdenciário e contar o tempo de serviço complementar para recalcular o valor de sua aposentadoria. O direito poderá ser requerido a qualquer tempo.
De acordo com o autor, o objetivo da iniciativa é possibilitar a aquisição de benefícios mais vantajosos pelo segurado, no mesmo ou em outro regime previdenciário. A proposta estabelece ainda que a renúncia não obrigará o aposentado a devolver os valores recebidos enquanto a aposentadoria inicialmente concedida estava vigente.
Tramitação
O Projeto de Lei será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
VEJA CÓPIA DO PROJETO
http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=472457
Projeto de Lei e Outras Proposições
Consulta Tramitação das Proposições
Proposição: PL-7092/2010 Avulso
Autor: Luiz Carlos Hauly - PSDB /PR
Data de Apresentação: 07/04/2010
Apreciação: Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II
Regime de tramitação: Ordinária
Apensado(a) ao(a): PL-2682/2007
Situação: CCP: Aguardando Apensação; CSSF: Tramitando em Conjunto.
Ementa: Dispõe sobre o direito do aposentado de computar o tempo de serviço exercido após a aposentadoria e dá outras providências.
Explicação da Ementa: Garante ao aposentado que continuar a exercer atividade remunerada o direito de renunciar ao benefício concebido e computar o tempo de serviço complementar para novo cálculo do seu benefício de prestação continuada.
Indexação: Garantia, aposentado, Regime Geral de Previdência Social, exercício profissional, atividade remunerada, renúncia, benefício previdenciário, cômputo, tempo de serviço, cálculo, valor, benefício de prestação continuada.
Despacho:
14/4/2010 - Apense-se (à)ao PL-2682/2007. Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Ordinária
Última Ação:
Data
14/4/2010 - Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA) - Apense-se (à)ao PL-2682/2007. Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Ordinária (íntegra)
Andamento
Obs.: o andamento da proposição fora desta Casa Legislativa não é tratado pelo sistema, devendo ser consultado nos órgãos respectivos.
Data
7/4/2010 PLENÁRIO (PLEN)
Apresentação do Projeto de Lei pelo Deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).(íntegra)
14/4/2010 Mesa Diretora da Câmara dos Deputados (MESA)
Apense-se (à)ao PL-2682/2007. Proposição Sujeita à Apreciação Conclusiva pelas Comissões - Art. 24 II Regime de Tramitação: Ordinária (íntegra)
16/4/2010 COORDENAÇÃO DE COMISSÕES PERMANENTES (CCP)
Encaminhada à publicação. Publicação Inicial no DCD de 17/04/10 PÁG 15621 COL 01.(publicação)
http://noticias.admite-se.com.br/empregos_correiobraziliense/template_interna_noticias,id_noticias=43626&id_sessoes=267/template_interna_noticias.shtml
Calvície
Cresce o número de pessoas que procuram solução para problema
Saude Plena - Saúde - 27/01/2011 12:50
Queda de cabelo tem solução
Kirna Mota Nascimento - Redação Saúde Plena
Hoje em dia, numa sociedade em que se valoriza cada vez mais a aparência física, é importante ter vários cuidados com a sua imagem. Um dos aspectos incontornáveis é a calvície, popularmente designada por careca.
Porém nos últimos anos houve um grande esforço para combater esse problema. Existem cada vez mais pessoas procurando soluções para a calvície, por isso existem muitos estudos na área.
A calvície, muitas vezes é associada apenas ao sexo masculino, no entanto afeta tanto homens como mulheres embora de forma diferente. Nos homens começa por se manifestar na zona frontal e no caso das mulheres representa uma redução do volume e densidade do cabelo, sobretudo na parte superior.
Apesar de estar provado que os homens têm maior predisposição genética para a calvície, são as mulheres quem mais sofre com o problema, pois têm tendência a escondê-la essencialmente por vergonha.
As causas para a queda de cabelo podem ser várias. Alguns fatores são temporárops e com estes não se deve preocupar em excesso. Outros são fatores do dia-a-dia como as várias agressões a que cabelo está sujeito. Outro fator muito importante é o genético.
Uma das causas mais comuns é a agressividade ao pentear o cabelo. Uma alimentação pobre em proteínas também pode resultar em queda de cabelo. Doenças como anemia, ou até mesmo febres e infecções podem também prejudicar os fios. A solução para estes casos é recuperar a saúde.
Outro fator importante é o uso de produtos químicos no cabelo. O uso incorreto pode contribuir de maneira significativa para a queda de cabelo. Leia sempre o folheto do produto que for utilizado e procure sempre bons profissionais para orientá-lo.
O uso da pílula em alguns casos também contribui para a perda do couro cabeludo. Caso a queda aumente muito consulte um médico sobre a troca do medicamento.
Evite o uso de tabaco e álcool, que intensificam o problema. O secador, quando usado muito frequentemente também contribui para a queda de cabelo. Modere a utilização, ou, de preferência, deixe mesmo de o utilizar.
No caso das mulheres pode ocorrer uma maior perda de cabelo durante a gravidez e pós-parto, mas isto é normal e quase sempre passageiro. Neste caso não tem que se preocupar.
O tratamento varia de acordo com o estado em que o couro cabelo se encontra e qual o grau da calvície.
Se a calvície ainda for fraca um tratamento a base de produtos como cremes ou shampoos ou em gotas, pode ser eficaz. Caso seja mais grave outros métodos também devem ser utilizados. Além do uso de produtos existe outro método mais eficaz a base de clonagem, multiplicação, transplantes ou implantação de cabelo Para decidir o que tem de fazer é aconselhável que consulte o seu médico (ou dermatologista).
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_41/2011/01/26/ficha_saudeplena_dicas/id_sessao=41&id_noticia=33906/ficha_saudeplena_dicas.shtml?parceiro=correioweb
Saude Plena - Dicas - 26/01/2011 13:19
Dicas de como diminuir a caspa
Kirna Mota Nascimento - Redação Saúde Plena
A caspa, também conhecida como Dermatite Seborréica ou Seborréia, provoca descamação oleosa no couro cabeludo.
A Seborréia pode ocorrer em ambos os sexos, ocorrendo pelo menos uma vez ao ano em 50% dos brasileiros. A caspa não é contagiosa, tem períodos de melhoras e pioras dependendo dos cuidados para controlá-la.
Existem várias causas ou fatores que podem agravar, como: consumo excessivo de gorduras, problemas emocionais, distúrbios ou alterações hormonais ou glandulares, alterações no couro cabeludo, devido a tratamentos no cabelo como tingimentos, alisamentos ou permanentes. A causa, ainda, pode ser um fungo, o Pityrosporum ovale, esse que vive naturalmente no couro cabeludo, por algum outro fator esse pode proliferar-se passando a produzir caspa e provocando descamação.
Se não tratada, a caspa pode causar calvície, em ambos os sexos, ou seja, a calvície não é somente causada pela hereditariedade. Pessoas que possuem caspa evitam lavar a cabeça para evitar a queda dos cabelos, isso faz com que os cabelos fiquem sebosos, o que agrava ainda mais o quadro.
Aprenda como cortar o mal pela raiz e o que fazer para evitar seu aparecimento:
-Lave todos os dias os cabelos com água morna e xampu para cabelos oleosos. Não durma com os cabelos úmidos, nem prenda ou coloque qualquer tipo de prendedor enquanto estiverem molhados.
-Adquira hábitos saudáveis de vida, pratique exercícios físicos e cuide bem de sua alimentação.
-Seja no couro cabeludo ou em qualquer parte da pele, nunca tire as casquinhas, este tipo de ação só aumenta o problema além de machucar o local.
-A caspa não tem cura definitiva, contudo o uso contínuo de um xampu anticaspa pode apresentar bons resultados no combate da caspa, reduzindo-a quase zero e evitando o reaparecimento da mesma. A caspa é responsável pelo enfraquecimento dos fios, pode causar coceira e até mesmo a queda de cabelo.
-Tome cuidado quando se trata de escolher um xampu anticaspa. Cada pessoa possui um couro cabeludo com características específicas, existem xampus com substâncias químicas que podem até lesar os cabelos, caso usados erroneamente. Consulte um dermatologista, ele irá receitar um xampu mais adequado ao seu problema. Os principais xampus e cremes anticaspa tem sua composição baseada no cetoconazol. Entretanto, outras substâncias como o ácido alfa-hidróxido, o sulfeto de selênio, a piritiona de zinco e o alcatrão de carvão provaram-se eficientes no tratamento da caspa.
-O controle da alimentação e maiores cuidados com a higienização, além de uso de xampus e cremes anticaspa, são as principais formas de combater a caspa.
-Um maior cuidado com a higienização é fundamental, deve-se lavar periodicamente os cabelos. Lavar os cabelos elimina a oleosidade excessiva, e ainda contribui na remoção dos agentes poluidores como poeiras e resíduos industriais. É uma inverdade afirmar que lavar a cabeça todo dia possa causa a queda de fios, apenas elimina os que já caíram.
-A alimentação saudável e equilibrada é uma grande aliada no combate da caspa. Pesquisas afirmam que alterações na alimentação podem ser responsáveis por desequilíbrios das glândulas sebáceas. A inclusão de frutas, legumes, alimentos protéicos, e a redução de gorduras animais e açúcares ajuda corpo e contribui para a melhoria do problema.
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_45/2011/01/27/ficha_saudeplena_saude/id_sessao=45&id_noticia=33924/ficha_saudeplena_saude.shtml?parceiro=correioweb
Saude Plena - Saúde - 27/01/2011 12:50
Queda de cabelo tem solução
Kirna Mota Nascimento - Redação Saúde Plena
Hoje em dia, numa sociedade em que se valoriza cada vez mais a aparência física, é importante ter vários cuidados com a sua imagem. Um dos aspectos incontornáveis é a calvície, popularmente designada por careca.
Porém nos últimos anos houve um grande esforço para combater esse problema. Existem cada vez mais pessoas procurando soluções para a calvície, por isso existem muitos estudos na área.
A calvície, muitas vezes é associada apenas ao sexo masculino, no entanto afeta tanto homens como mulheres embora de forma diferente. Nos homens começa por se manifestar na zona frontal e no caso das mulheres representa uma redução do volume e densidade do cabelo, sobretudo na parte superior.
Apesar de estar provado que os homens têm maior predisposição genética para a calvície, são as mulheres quem mais sofre com o problema, pois têm tendência a escondê-la essencialmente por vergonha.
As causas para a queda de cabelo podem ser várias. Alguns fatores são temporárops e com estes não se deve preocupar em excesso. Outros são fatores do dia-a-dia como as várias agressões a que cabelo está sujeito. Outro fator muito importante é o genético.
Uma das causas mais comuns é a agressividade ao pentear o cabelo. Uma alimentação pobre em proteínas também pode resultar em queda de cabelo. Doenças como anemia, ou até mesmo febres e infecções podem também prejudicar os fios. A solução para estes casos é recuperar a saúde.
Outro fator importante é o uso de produtos químicos no cabelo. O uso incorreto pode contribuir de maneira significativa para a queda de cabelo. Leia sempre o folheto do produto que for utilizado e procure sempre bons profissionais para orientá-lo.
O uso da pílula em alguns casos também contribui para a perda do couro cabeludo. Caso a queda aumente muito consulte um médico sobre a troca do medicamento.
Evite o uso de tabaco e álcool, que intensificam o problema. O secador, quando usado muito frequentemente também contribui para a queda de cabelo. Modere a utilização, ou, de preferência, deixe mesmo de o utilizar.
No caso das mulheres pode ocorrer uma maior perda de cabelo durante a gravidez e pós-parto, mas isto é normal e quase sempre passageiro. Neste caso não tem que se preocupar.
O tratamento varia de acordo com o estado em que o couro cabelo se encontra e qual o grau da calvície.
Se a calvície ainda for fraca um tratamento a base de produtos como cremes ou shampoos ou em gotas, pode ser eficaz. Caso seja mais grave outros métodos também devem ser utilizados. Além do uso de produtos existe outro método mais eficaz a base de clonagem, multiplicação, transplantes ou implantação de cabelo Para decidir o que tem de fazer é aconselhável que consulte o seu médico (ou dermatologista).
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_41/2011/01/26/ficha_saudeplena_dicas/id_sessao=41&id_noticia=33906/ficha_saudeplena_dicas.shtml?parceiro=correioweb
Saude Plena - Dicas - 26/01/2011 13:19
Dicas de como diminuir a caspa
Kirna Mota Nascimento - Redação Saúde Plena
A caspa, também conhecida como Dermatite Seborréica ou Seborréia, provoca descamação oleosa no couro cabeludo.
A Seborréia pode ocorrer em ambos os sexos, ocorrendo pelo menos uma vez ao ano em 50% dos brasileiros. A caspa não é contagiosa, tem períodos de melhoras e pioras dependendo dos cuidados para controlá-la.
Existem várias causas ou fatores que podem agravar, como: consumo excessivo de gorduras, problemas emocionais, distúrbios ou alterações hormonais ou glandulares, alterações no couro cabeludo, devido a tratamentos no cabelo como tingimentos, alisamentos ou permanentes. A causa, ainda, pode ser um fungo, o Pityrosporum ovale, esse que vive naturalmente no couro cabeludo, por algum outro fator esse pode proliferar-se passando a produzir caspa e provocando descamação.
Se não tratada, a caspa pode causar calvície, em ambos os sexos, ou seja, a calvície não é somente causada pela hereditariedade. Pessoas que possuem caspa evitam lavar a cabeça para evitar a queda dos cabelos, isso faz com que os cabelos fiquem sebosos, o que agrava ainda mais o quadro.
Aprenda como cortar o mal pela raiz e o que fazer para evitar seu aparecimento:
-Lave todos os dias os cabelos com água morna e xampu para cabelos oleosos. Não durma com os cabelos úmidos, nem prenda ou coloque qualquer tipo de prendedor enquanto estiverem molhados.
-Adquira hábitos saudáveis de vida, pratique exercícios físicos e cuide bem de sua alimentação.
-Seja no couro cabeludo ou em qualquer parte da pele, nunca tire as casquinhas, este tipo de ação só aumenta o problema além de machucar o local.
-A caspa não tem cura definitiva, contudo o uso contínuo de um xampu anticaspa pode apresentar bons resultados no combate da caspa, reduzindo-a quase zero e evitando o reaparecimento da mesma. A caspa é responsável pelo enfraquecimento dos fios, pode causar coceira e até mesmo a queda de cabelo.
-Tome cuidado quando se trata de escolher um xampu anticaspa. Cada pessoa possui um couro cabeludo com características específicas, existem xampus com substâncias químicas que podem até lesar os cabelos, caso usados erroneamente. Consulte um dermatologista, ele irá receitar um xampu mais adequado ao seu problema. Os principais xampus e cremes anticaspa tem sua composição baseada no cetoconazol. Entretanto, outras substâncias como o ácido alfa-hidróxido, o sulfeto de selênio, a piritiona de zinco e o alcatrão de carvão provaram-se eficientes no tratamento da caspa.
-O controle da alimentação e maiores cuidados com a higienização, além de uso de xampus e cremes anticaspa, são as principais formas de combater a caspa.
-Um maior cuidado com a higienização é fundamental, deve-se lavar periodicamente os cabelos. Lavar os cabelos elimina a oleosidade excessiva, e ainda contribui na remoção dos agentes poluidores como poeiras e resíduos industriais. É uma inverdade afirmar que lavar a cabeça todo dia possa causa a queda de fios, apenas elimina os que já caíram.
-A alimentação saudável e equilibrada é uma grande aliada no combate da caspa. Pesquisas afirmam que alterações na alimentação podem ser responsáveis por desequilíbrios das glândulas sebáceas. A inclusão de frutas, legumes, alimentos protéicos, e a redução de gorduras animais e açúcares ajuda corpo e contribui para a melhoria do problema.
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_45/2011/01/27/ficha_saudeplena_saude/id_sessao=45&id_noticia=33924/ficha_saudeplena_saude.shtml?parceiro=correioweb
Ad perpetuam rei memoriam lat - Para lembrança perpétua da coisa.
Ad perpetuam rei memoriam lat
Para lembrança perpétua da coisa.
ab imo corde lat
Do fundo do coração...
ab imo pectore lat
Do fundo da alma....
Vox faucibus haesit
A voz ficou presa na garganta...
volti subito!
volte rapidamente!
vivit sub pectore vulnus
A ferida ainda vive no coração
vitam impendere vero!
Consagrar a vida à verdade!
vincit omnia veritas !
A verdade vence todas as coisas!
verba volant, scripta manent .
As palavras voam, os escritos permanecem.
http://certo-ou-errado.sites.uol.com.br/curiosidades/latim.htm
Para lembrança perpétua da coisa.
ab imo corde lat
Do fundo do coração...
ab imo pectore lat
Do fundo da alma....
Vox faucibus haesit
A voz ficou presa na garganta...
volti subito!
volte rapidamente!
vivit sub pectore vulnus
A ferida ainda vive no coração
vitam impendere vero!
Consagrar a vida à verdade!
vincit omnia veritas !
A verdade vence todas as coisas!
verba volant, scripta manent .
As palavras voam, os escritos permanecem.
http://certo-ou-errado.sites.uol.com.br/curiosidades/latim.htm
Direito
O processo é uma técnica que não é cega, deve ser endereçada axiologicamente com valores.
Os valores estão presentes no mundo processual e não há terreno do direito que não esteja ligado a valores.
http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/Direito_Processual_Civil:_Evolu%C3%A7%C3%A3o_Hist%C3%B3rica,_Conceito,_Fontes_E_Norma_Processual
Os valores estão presentes no mundo processual e não há terreno do direito que não esteja ligado a valores.
http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/Direito_Processual_Civil:_Evolu%C3%A7%C3%A3o_Hist%C3%B3rica,_Conceito,_Fontes_E_Norma_Processual
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
10.000 MÚSICAS ENTRE 1904 E 2008
10.000 MÚSICAS ENTRE 1904 E 2008
http://www.planetarei.com.br/100anos/index.htm
http://www.planetarei.com.br/100anos/index.htm
As mulheres da vida de Jesus
Comportamento - revista ISTOÉ
| N° Edição: 2146 | 22.Dez.10 - 22:30 | Atualizado em 24.Jan.11 - 14:15
As mulheres da vida de Jesus - Parte 1
Elas protagonizaram passagens que definiram o cristianismo, estiveram com ele nas pregações e não o abandonaram no calvário. Saiba quem foram as representantes do sexo feminino que acompanharam Cristo em toda sua trajetória
João Loes
Confira a versão em vídeo da reportagem:
“Cristo na Casa de Maria e Marta”,
de Alessandro Allori: as irmãs de Lázaro representam diferentes
modelos de mulher na nascente comunidade cristã
Os homens dominam a história do cristianismo. A começar por Deus, o Pai, onipresente e onipotente, criador e não criadora, passando pelos 12 apóstolos, que não incluíam uma mulher sequer, e culminando com Jesus, Filho e não filha. Curiosamente, porém, são as mulheres que não só participaram, como protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo. Da concepção à crucificação, enquanto homens traíam ou fingiam não conhecer o Messias, elas não se acovardaram diante das dificuldades. Mas quem são essas mulheres e por que elas são importantes? E como, hoje, as cristãs batalham para encontrar mais espaço dentro da Igreja?
Com a leitura dos Evangelhos como relatos simbólicos aliada ao estudo histórico do tempo de Cristo, é possível resgatar o protagonismo de algumas mulheres na vida de Jesus. “Cada época lê os Evangelhos de uma maneira”, resume Stephen Binz, biblista formado pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, e autor do livro “Mulheres nos Evangelhos: Amigas e Discípulas de Jesus”, a ser publicado nos Estados Unidos em janeiro de 2011. “E as verdades e conclusões tiradas do texto derivam da vida e das prioridades de quem o lê.”
“A Noite Sagrada”,
de Carlo Maratta: Maria muitas vezes não compreendeu a
mensagem do filho. Mas tinha uma devoção radical por ele
A visão feminina do Novo Testamento sempre existiu, mas o estudo sistematizado com vistas às revisões do papel da mulher na vida e no legado de Jesus é mais recente. O que se convencionou chamar de teologia feminista nasceu com os movimentos pelos direitos das mulheres nos anos 60, quase dois mil anos depois da reunião dos textos que compõem a segunda parte da Bíblia. “Prevaleciam, e ainda prevalecem, em muitos lugares interpretações dos textos que justificavam a subjugação da mulher”, conta Yury Puello Orozco, teóloga feminista do departamento de Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Às perguntas que buscavam a justificação da existência do mal, por exemplo, convencionou-se afirmar que a culpa era da mulher, que, na figura de Eva, no Antigo Testamento, cedeu às tentações do diabo e comeu o fruto da árvore proibida. “Se as mulheres eram fracas e sugestionáveis como alguns dizem, por que foram elas as testemunhas de momentos-chave do cristianismo, como a morte e a ressurreição de Cristo?”, questiona Yury. “Os apóstolos, na hora do aperto, foram incrédulos e fugiram, enquanto as mulheres permaneceram ao pé da cruz”, lembra.
Uma das que continuaram lá, firme e forte, foi Maria de Nazaré, a mãe de Jesus, reconhecida como a figura feminina mais importante na vida de Cristo. Não só por estar ali, em um dos momentos de maior aflição do filho que era dela e de Deus, mas por toda sua história ao lado do Messias. “Ela não foi só mãe carnal, foi mãe moral e psicológica”, lembra frei Clodovis Boff, teólogo, filósofo e mariólogo com formação pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Segundo Boff, um dos documentos publicados ao final do Concílio Vaticano II (1962-65), o famoso encontro de bispos do mundo inteiro que soprou ventos de modernidade na Igreja, sintetiza bem a natureza excepcional da devoção de Maria. “Diz-se que ela foi uma mulher que peregrinou na penumbra da fé”, afirma o teólogo. Mesmo sem compreender tudo que seu filho dizia e fazia, ela acreditou na palavra de Deus e seguiu dando espaço para que Jesus passasse sua mensagem. “A proposta de Cristo era uma coisa misteriosa, chocou todo mundo e a ela também, mas ainda assim ela o acolheu”, explica.
“Verônica Segura a Mortalha Sagrada”,
de Simon Vouet: a desconhecida que virou
santa por ter enxugado o suor de Cristo
São muitos os momentos na vida de Nossa Senhora que mostram extrema confiança no projeto divino, mas alguns merecem destaque. Um deles é a anunciação, quando o anjo Gabriel conta a Maria, virgem e noiva de José, que ela conceberia um bebê mantendo-se casta e que esta criança, que deveria se chamar Jesus, reinaria para sempre como Filho do Altíssimo. Diante da grandeza do que foi dito, Maria, embora assustada, aceitou o anúncio como a vontade de Deus e se colocou à disposição do projeto. É difícil imaginar o peso que essa mulher aceitou carregar. Jovem, pobre e prometida em casamento, ela estava grávida em um mundo onde a mulher adúltera – e essa suspeita recaiu sobre ela – era condenada publicamente à morte por apedrejamento. “E ela não assume esse papel como uma testemunha passiva da vontade divina”, lembra Luiz Alexandre Solano Rossi, pós-doutor em teologia e em história antiga. “Maria vive a missão ativamente e trabalha para que ela dê certo.”
Para Rossi, a visita de Maria à prima, também grávida, por intercessão divina, Isabel, no sexto mês de sua gestação, é exemplo claro da disposição da mãe de Cristo em participar do projeto de Deus e não apenas acompanhá-lo como espectadora. “É um prenúncio do protagonismo que ela terá na vida do filho”, afirma. A visita também tem um papel simbólico que fará de Isabel outra mulher importante na vida de Jesus, embora não se saiba se eles se conheceram pessoalmente. Foi no encontro com Maria que Isabel confirmou o projeto de Deus à prima ao anunciá-la como bendita entre as mulheres, além de bendizer o fruto de seu ventre. Para alguns exegetas bíblicos, estudiosos que esmiúçam o que diz o livro sagrado católico, a visita tem forte valor simbólico. Isabel, idosa e estéril, mas grávida de João Batista, representaria o passado que abre caminho e dá as boas-vindas ao novo, que é Maria, jovem e grávida de Jesus. “Entre os tradicionais e partidários mais radicais do judaismo, há quem diga que o Messias, na realidade, seria João Batista e não Jesus, já que o vínculo com o passado judaico do primeiro é mais forte que o do segundo”, afirma Rafael Rodrigues da Silva, professor de teologia da PUC-SP.
“Maria Magdalena”,
de Giovanni Pietro Rizzoli: a preferida de Jesus, escolhida por
ele para anunciar a ressurreição, símbolo máximo do cristianismo
As dúvidas sobre o messianismo de Jesus o acompanharam sempre. Já adulto, durante suas peregrinações, Cristo teve de lidar inclusive com a desconfiança de homens de seu círculo mais íntimo. Com as mulheres que também o seguiam, porém, a situação era diferente. Do pouco que se sabe delas, fica claro que viviam a fé de forma plena. “Elas ajudavam a arcar com os custos do ministério de Jesus e a tocá-lo adiante sem questionamentos, o que mostra uma obediência saudável e importante naquele momento”, conta Binz, o biblista. O autor lembra ainda quão estranho devia ser, na época, ver um profeta circulando com um grupo de seguidores que incluía um número razoável de mulheres. Afinal, o gênero feminino, como os estrangeiros, os pobres e os doentes, vivia à margem da sociedade.
Mas era na margem que Jesus caminhava e foi lá que ele encontrou outra mulher que seria fundamental em sua vida: Maria de Magdala, também conhecida como Maria Madalena. Exorcizada por ele de sete demônios, ela passou a segui-lo e se tornou seu braço-direito no ministério. Jesus deu inúmeras demonstrações de confiança a Maria Madalena – boa parte registrada nos evangelhos canônicos e outra contada nos chamados apócrifos, escritos que datam quase em sua totalidade do século III, mas que não foram incluídos na “Bíblia”. Ela é chamada de apóstola dos apóstolos, por exemplo, e chega a despertar ciúmes nos homens que seguem Cristo. A mais poderosa das demonstrações de confiança do Messias em Madalena, e, por extensão, nas mulheres, foi o fato de tê-la escolhido para ser a primeira testemunha de sua ressurreição, o momento definidor da fé católica. Foi ela quem viu e anunciou aos apóstolos que Jesus havia aparecido a ela ressuscitado.
A predileção de Cristo por Maria Madalena é tamanha que ela semeou especulações de que ambos teriam se envolvido romanticamente. A tese foi explorada, virada e revirada nos últimos dois mil anos e certamente continuará rendendo histórias, como a contada por Dan Brown no best seller “O Código da Vinci”, de 2003. Em certa medida, a recusa em aceitar que não houve romance entre os dois mostra que a natureza da mensagem de amor incondicional não necessariamente romântico de Jesus continua sendo revolucionária e de difícil compreensão. “A figura de Maria Madalena traz uma crítica aos códigos de pureza e mostra, na prática, o quanto a mensagem de amor de Jesus é para todos”, explica o padre Marcio Fabri dos Anjos, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma.
E cada um vive a devoção à sua maneira. A história de outras duas mulheres próximas de Jesus na “Bíblia” é exemplo disso. Marta e Maria, irmãs de Lázaro, têm dois encontros importantes com o Messias. E o primeiro é representativo das diferentes naturezas que a fé pode ter. Nele, as mulheres recebem Jesus, que circulava pela região de Betânia, na casa onde moravam. Ao ver o Messias, Maria abandonou os afazeres domésticos e se sentou aos pés de Cristo para ouvi-lo. Na tradição de então, sentar aos pés de alguém é postura clássica do aluno diante do mestre. Já Marta repreendeu a irmã e Jesus por tê-la deixado sozinha com as obrigações do lar. “Há quem coloque as duas em oposição – uma certa e outra errada”, explica o teólogo Rossi. “Na verdade as atitudes se complementam.” Maria representaria a porção contemplativa da fé, enquanto Marta a prática.
Nem todos, porém, concordam com esse entendimento do episódio. Os defensores do protagonismo de Maria sobre Marta argumentam, por exemplo, que, ao se sentar aos pés de Jesus, ela questiona a função feminina, abandonando as regras que a amarravam aos afazeres domésticos. A outra, alheia à boa nova, continuaria muito ligada às tradições com as quais Jesus pretendia quebrar. Ainda assim, dizem os ardorosos defensores de Marta, sobraria uma função importante para ela. Sendo dela a responsabilidade sobre o lar – e o lar, na igreja primitiva, era onde a fé cristã era praticada clandestinamente –, ela surgiria como a grande autoridade do espaço de fé. “Em última instância, essas mulheres são importantes por que mostram que não existe só um modelo de mulher na nascente comunidade cristã”, lembra Rossi. “Elas têm liberdade para escolher o que querem ser.”
“A Ressurreição de Lázaro”,
de Andrea Vaccaro: Maria representa a contemplação
e Marta a prática cristã
Foi esse espírito que fez engrossar a fileira de mulheres conhecidas e desconhecidas que acompanharam Jesus do início de sua peregrinação à crucificação. Os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas são explícitos quanto à numerosa presença feminina na paixão e ao pé da cruz. A importância delas, aliada ao fato de que muitas não foram identificadas, alimentou uma verdadeira fábrica de lendas sobre o papel que elas tiveram nesses momentos definidores. Uma dessas narrativas conta a história de uma desconhecida que teria enxugado o suor do rosto de Cristo com um pedaço de tecido no caminho do Calvário. O pano teria ficado marcado com as feições de Jesus, antecipando o que aconteceria com o manto mortuário, reconhecido atualmente como Santo Sudário, a principal relíquia católica. Já a tal mulher desconhecida entrou para a história como Santa Verônica, nome atribuído a ela por significar “imagem verdadeira”.
Era de se esperar que o Novo Testamento – cujos principais textos foram redigidos por quatro homens nascidos e criados em uma cultura eminentemente patriarcal – pouco dissesse sobre as personagens que foram decisivas na trajetória de Cristo. Pudera, na dura descrição de Cícero (106 a.C. - 43 a.C.), filósofo e cronista do tempo de Jesus, as mulheres estavam à frente apenas dos animais na estrutura social. Mas, contrariando a lógica de então, os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, compilados entre os anos 30 d.C. e 80 d.C., dão enorme importância à presença feminina. Especula-se que a proximidade temporal da influência de Jesus – que não fazia distinção entre homens, mulheres, ricos ou pobres –, associada à expectativa real de que o Messias retornaria em breve à terra para julgar os vivos e os mortos, povoasse o imaginário dos redatores dos evangelhos.
Com o passar do tempo, porém, o distanciamento das fontes primárias e a institucionalização da Igreja, o que se viu foi o contínuo afastar da presença feminina da vida e do legado cristão, de modo a espelhar a cultura patriarcal de onde ela veio. Um abandono lento, mas persistente do radicalismo inclusivo pregado por Jesus. “A organização e a hierarquização acabaram com o pluralismo das primeiras comunidades cristãs”, argumenta Silva, da PUC.
Mas o legado feminino deixado pelas mulheres contemporâneas de Jesus tem valor inestimável. Serviu de referência para o corpo de fiéis que começou a se formar nos primórdios do cristianismo e nos últimos dois mil anos teve papel fundamental na criação da identidade católica. O que começou com figuras com Lídia de Tiatira e Tecla de Icônio foi terminar em Madre Teresa de Calcutá, passando por Santa Teresa D’Ávila e Santa Juana Inés de la Cruz. Embora as mulheres ainda não gozem do prestígio e reconhecimento que tinham nos tempos de Cristo, a força das histórias daquelas que viveram a fé de forma plena, por meio de atos e palavras, deixou sua marca e continua estimulando mudanças estruturais. “Em pleno século XXI, temos uma igreja que, no que diz respeito às mulheres, ainda está na Idade Média”, protesta a teóloga feminista Yury Orozco. Vale ressaltar que os protestantes estão muito mais evoluídos neste quesito, com bispas ordenadas, inclusive. Que a luta pelo reconhecimento feminino, que já tem dois mil anos, não precise continuar por mais dois mil anos. Mas, se for esse o caso, não há nenhum sinal de que as mulheres vão esmorecer. E isso é ótimo.
PARTE 2
http://www.istoe.com.br/reportagens/116645_AS+MULHERES+DA+VIDA+DE+JESUS+PARTE+2
Comportamento
| N° Edição: 2146 | 22.Dez.10 - 22:30 | Atualizado em 24.Jan.11 - 12:13
As mulheres da vida de Jesus - Parte 2
Elas protagonizaram passagens que definiram o cristianismo, estiveram com ele nas pregações e não o abandonaram no calvário. Saiba quem foram as representantes do sexo feminino que acompanharam Cristo em toda sua trajetória
João Loes
Era de se esperar que o Novo Testamento – cujos principais textos foram redigidos por quatro homens nascidos e criados em uma cultura eminentemente patriarcal – pouco dissesse sobre as personagens que foram decisivas na trajetória de Cristo. Pudera, na dura descrição de Cícero (106 a.C. - 43 a.C.), filósofo e cronista do tempo de Jesus, as mulheres estavam à frente apenas dos animais na estrutura social. Mas, contrariando a lógica de então, os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, compilados entre os anos 30 d.C. e 80 d.C., dão enorme importância à presença feminina. Especula-se que a proximidade temporal da influência de Jesus – que não fazia distinção entre homens, mulheres, ricos ou pobres –, associada à expectativa real de que o Messias retornaria em breve à terra para julgar os vivos e os mortos, povoasse o imaginário dos redatores dos evangelhos.
“A Imaculada Conceição”,
de Bartolom Estebam Murillo: Maria é a figura
feminina mais importante do cristianismo
Com o passar do tempo, porém, o distanciamento das fontes primárias e a institucionalização da Igreja, o que se viu foi o contínuo afastar da presença feminina da vida e do legado cristão, de modo a espelhar a cultura patriarcal de onde ela veio. Um abandono lento, mas persistente do radicalismo inclusivo pregado por Jesus. “A organização e a hierarquização acabaram com o pluralismo das primeiras comunidades cristãs”, argumenta Silva, da PUC.
Mas o legado feminino deixado pelas mulheres contemporâneas de Jesus tem valor inestimável. Serviu de referência para o corpo de fiéis que começou a se formar nos primórdios do cristianismo e nos últimos dois mil anos teve papel fundamental na criação da identidade católica. O que começou com figuras com Lídia de Tiatira e Tecla de Icônio foi terminar em Madre Teresa de Calcutá, passando por Santa Teresa D’Ávila e Santa Juana Inés de la Cruz. Embora as mulheres ainda não gozem do prestígio e reconhecimento que tinham nos tempos de Cristo, a força das histórias daquelas que viveram a fé de forma plena, por meio de atos e palavras, deixou sua marca e continua estimulando mudanças estruturais. “Em pleno século XXI, temos uma igreja que, no que diz respeito às mulheres, ainda está na Idade Média”, protesta a teóloga feminista Yury Orozco. Vale ressaltar que os protestantes estão muito mais evoluídos neste quesito, com bispas ordenadas, inclusive. Que a luta pelo reconhecimento feminino, que já tem dois mil anos, não precise continuar por mais dois mil anos. Mas, se for esse o caso, não há nenhum sinal de que as mulheres vão esmorecer. E isso é ótimo.
“Festa de Casamento em Caná”,
autor desconhecido: foi a mãe de Jesus quem informou que
o vinho da festa havia acabado. E deu-se o primeiro milagre
http://www.istoe.com.br/reportagens/116637_AS+MULHERES+DA+VIDA+DE+JESUS+PARTE+1
| N° Edição: 2146 | 22.Dez.10 - 22:30 | Atualizado em 24.Jan.11 - 14:15
As mulheres da vida de Jesus - Parte 1
Elas protagonizaram passagens que definiram o cristianismo, estiveram com ele nas pregações e não o abandonaram no calvário. Saiba quem foram as representantes do sexo feminino que acompanharam Cristo em toda sua trajetória
João Loes
Confira a versão em vídeo da reportagem:
“Cristo na Casa de Maria e Marta”,
de Alessandro Allori: as irmãs de Lázaro representam diferentes
modelos de mulher na nascente comunidade cristã
Os homens dominam a história do cristianismo. A começar por Deus, o Pai, onipresente e onipotente, criador e não criadora, passando pelos 12 apóstolos, que não incluíam uma mulher sequer, e culminando com Jesus, Filho e não filha. Curiosamente, porém, são as mulheres que não só participaram, como protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo. Da concepção à crucificação, enquanto homens traíam ou fingiam não conhecer o Messias, elas não se acovardaram diante das dificuldades. Mas quem são essas mulheres e por que elas são importantes? E como, hoje, as cristãs batalham para encontrar mais espaço dentro da Igreja?
Com a leitura dos Evangelhos como relatos simbólicos aliada ao estudo histórico do tempo de Cristo, é possível resgatar o protagonismo de algumas mulheres na vida de Jesus. “Cada época lê os Evangelhos de uma maneira”, resume Stephen Binz, biblista formado pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, e autor do livro “Mulheres nos Evangelhos: Amigas e Discípulas de Jesus”, a ser publicado nos Estados Unidos em janeiro de 2011. “E as verdades e conclusões tiradas do texto derivam da vida e das prioridades de quem o lê.”
“A Noite Sagrada”,
de Carlo Maratta: Maria muitas vezes não compreendeu a
mensagem do filho. Mas tinha uma devoção radical por ele
A visão feminina do Novo Testamento sempre existiu, mas o estudo sistematizado com vistas às revisões do papel da mulher na vida e no legado de Jesus é mais recente. O que se convencionou chamar de teologia feminista nasceu com os movimentos pelos direitos das mulheres nos anos 60, quase dois mil anos depois da reunião dos textos que compõem a segunda parte da Bíblia. “Prevaleciam, e ainda prevalecem, em muitos lugares interpretações dos textos que justificavam a subjugação da mulher”, conta Yury Puello Orozco, teóloga feminista do departamento de Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Às perguntas que buscavam a justificação da existência do mal, por exemplo, convencionou-se afirmar que a culpa era da mulher, que, na figura de Eva, no Antigo Testamento, cedeu às tentações do diabo e comeu o fruto da árvore proibida. “Se as mulheres eram fracas e sugestionáveis como alguns dizem, por que foram elas as testemunhas de momentos-chave do cristianismo, como a morte e a ressurreição de Cristo?”, questiona Yury. “Os apóstolos, na hora do aperto, foram incrédulos e fugiram, enquanto as mulheres permaneceram ao pé da cruz”, lembra.
Uma das que continuaram lá, firme e forte, foi Maria de Nazaré, a mãe de Jesus, reconhecida como a figura feminina mais importante na vida de Cristo. Não só por estar ali, em um dos momentos de maior aflição do filho que era dela e de Deus, mas por toda sua história ao lado do Messias. “Ela não foi só mãe carnal, foi mãe moral e psicológica”, lembra frei Clodovis Boff, teólogo, filósofo e mariólogo com formação pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Segundo Boff, um dos documentos publicados ao final do Concílio Vaticano II (1962-65), o famoso encontro de bispos do mundo inteiro que soprou ventos de modernidade na Igreja, sintetiza bem a natureza excepcional da devoção de Maria. “Diz-se que ela foi uma mulher que peregrinou na penumbra da fé”, afirma o teólogo. Mesmo sem compreender tudo que seu filho dizia e fazia, ela acreditou na palavra de Deus e seguiu dando espaço para que Jesus passasse sua mensagem. “A proposta de Cristo era uma coisa misteriosa, chocou todo mundo e a ela também, mas ainda assim ela o acolheu”, explica.
“Verônica Segura a Mortalha Sagrada”,
de Simon Vouet: a desconhecida que virou
santa por ter enxugado o suor de Cristo
São muitos os momentos na vida de Nossa Senhora que mostram extrema confiança no projeto divino, mas alguns merecem destaque. Um deles é a anunciação, quando o anjo Gabriel conta a Maria, virgem e noiva de José, que ela conceberia um bebê mantendo-se casta e que esta criança, que deveria se chamar Jesus, reinaria para sempre como Filho do Altíssimo. Diante da grandeza do que foi dito, Maria, embora assustada, aceitou o anúncio como a vontade de Deus e se colocou à disposição do projeto. É difícil imaginar o peso que essa mulher aceitou carregar. Jovem, pobre e prometida em casamento, ela estava grávida em um mundo onde a mulher adúltera – e essa suspeita recaiu sobre ela – era condenada publicamente à morte por apedrejamento. “E ela não assume esse papel como uma testemunha passiva da vontade divina”, lembra Luiz Alexandre Solano Rossi, pós-doutor em teologia e em história antiga. “Maria vive a missão ativamente e trabalha para que ela dê certo.”
Para Rossi, a visita de Maria à prima, também grávida, por intercessão divina, Isabel, no sexto mês de sua gestação, é exemplo claro da disposição da mãe de Cristo em participar do projeto de Deus e não apenas acompanhá-lo como espectadora. “É um prenúncio do protagonismo que ela terá na vida do filho”, afirma. A visita também tem um papel simbólico que fará de Isabel outra mulher importante na vida de Jesus, embora não se saiba se eles se conheceram pessoalmente. Foi no encontro com Maria que Isabel confirmou o projeto de Deus à prima ao anunciá-la como bendita entre as mulheres, além de bendizer o fruto de seu ventre. Para alguns exegetas bíblicos, estudiosos que esmiúçam o que diz o livro sagrado católico, a visita tem forte valor simbólico. Isabel, idosa e estéril, mas grávida de João Batista, representaria o passado que abre caminho e dá as boas-vindas ao novo, que é Maria, jovem e grávida de Jesus. “Entre os tradicionais e partidários mais radicais do judaismo, há quem diga que o Messias, na realidade, seria João Batista e não Jesus, já que o vínculo com o passado judaico do primeiro é mais forte que o do segundo”, afirma Rafael Rodrigues da Silva, professor de teologia da PUC-SP.
“Maria Magdalena”,
de Giovanni Pietro Rizzoli: a preferida de Jesus, escolhida por
ele para anunciar a ressurreição, símbolo máximo do cristianismo
As dúvidas sobre o messianismo de Jesus o acompanharam sempre. Já adulto, durante suas peregrinações, Cristo teve de lidar inclusive com a desconfiança de homens de seu círculo mais íntimo. Com as mulheres que também o seguiam, porém, a situação era diferente. Do pouco que se sabe delas, fica claro que viviam a fé de forma plena. “Elas ajudavam a arcar com os custos do ministério de Jesus e a tocá-lo adiante sem questionamentos, o que mostra uma obediência saudável e importante naquele momento”, conta Binz, o biblista. O autor lembra ainda quão estranho devia ser, na época, ver um profeta circulando com um grupo de seguidores que incluía um número razoável de mulheres. Afinal, o gênero feminino, como os estrangeiros, os pobres e os doentes, vivia à margem da sociedade.
Mas era na margem que Jesus caminhava e foi lá que ele encontrou outra mulher que seria fundamental em sua vida: Maria de Magdala, também conhecida como Maria Madalena. Exorcizada por ele de sete demônios, ela passou a segui-lo e se tornou seu braço-direito no ministério. Jesus deu inúmeras demonstrações de confiança a Maria Madalena – boa parte registrada nos evangelhos canônicos e outra contada nos chamados apócrifos, escritos que datam quase em sua totalidade do século III, mas que não foram incluídos na “Bíblia”. Ela é chamada de apóstola dos apóstolos, por exemplo, e chega a despertar ciúmes nos homens que seguem Cristo. A mais poderosa das demonstrações de confiança do Messias em Madalena, e, por extensão, nas mulheres, foi o fato de tê-la escolhido para ser a primeira testemunha de sua ressurreição, o momento definidor da fé católica. Foi ela quem viu e anunciou aos apóstolos que Jesus havia aparecido a ela ressuscitado.
A predileção de Cristo por Maria Madalena é tamanha que ela semeou especulações de que ambos teriam se envolvido romanticamente. A tese foi explorada, virada e revirada nos últimos dois mil anos e certamente continuará rendendo histórias, como a contada por Dan Brown no best seller “O Código da Vinci”, de 2003. Em certa medida, a recusa em aceitar que não houve romance entre os dois mostra que a natureza da mensagem de amor incondicional não necessariamente romântico de Jesus continua sendo revolucionária e de difícil compreensão. “A figura de Maria Madalena traz uma crítica aos códigos de pureza e mostra, na prática, o quanto a mensagem de amor de Jesus é para todos”, explica o padre Marcio Fabri dos Anjos, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma.
E cada um vive a devoção à sua maneira. A história de outras duas mulheres próximas de Jesus na “Bíblia” é exemplo disso. Marta e Maria, irmãs de Lázaro, têm dois encontros importantes com o Messias. E o primeiro é representativo das diferentes naturezas que a fé pode ter. Nele, as mulheres recebem Jesus, que circulava pela região de Betânia, na casa onde moravam. Ao ver o Messias, Maria abandonou os afazeres domésticos e se sentou aos pés de Cristo para ouvi-lo. Na tradição de então, sentar aos pés de alguém é postura clássica do aluno diante do mestre. Já Marta repreendeu a irmã e Jesus por tê-la deixado sozinha com as obrigações do lar. “Há quem coloque as duas em oposição – uma certa e outra errada”, explica o teólogo Rossi. “Na verdade as atitudes se complementam.” Maria representaria a porção contemplativa da fé, enquanto Marta a prática.
Nem todos, porém, concordam com esse entendimento do episódio. Os defensores do protagonismo de Maria sobre Marta argumentam, por exemplo, que, ao se sentar aos pés de Jesus, ela questiona a função feminina, abandonando as regras que a amarravam aos afazeres domésticos. A outra, alheia à boa nova, continuaria muito ligada às tradições com as quais Jesus pretendia quebrar. Ainda assim, dizem os ardorosos defensores de Marta, sobraria uma função importante para ela. Sendo dela a responsabilidade sobre o lar – e o lar, na igreja primitiva, era onde a fé cristã era praticada clandestinamente –, ela surgiria como a grande autoridade do espaço de fé. “Em última instância, essas mulheres são importantes por que mostram que não existe só um modelo de mulher na nascente comunidade cristã”, lembra Rossi. “Elas têm liberdade para escolher o que querem ser.”
“A Ressurreição de Lázaro”,
de Andrea Vaccaro: Maria representa a contemplação
e Marta a prática cristã
Foi esse espírito que fez engrossar a fileira de mulheres conhecidas e desconhecidas que acompanharam Jesus do início de sua peregrinação à crucificação. Os evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas são explícitos quanto à numerosa presença feminina na paixão e ao pé da cruz. A importância delas, aliada ao fato de que muitas não foram identificadas, alimentou uma verdadeira fábrica de lendas sobre o papel que elas tiveram nesses momentos definidores. Uma dessas narrativas conta a história de uma desconhecida que teria enxugado o suor do rosto de Cristo com um pedaço de tecido no caminho do Calvário. O pano teria ficado marcado com as feições de Jesus, antecipando o que aconteceria com o manto mortuário, reconhecido atualmente como Santo Sudário, a principal relíquia católica. Já a tal mulher desconhecida entrou para a história como Santa Verônica, nome atribuído a ela por significar “imagem verdadeira”.
Era de se esperar que o Novo Testamento – cujos principais textos foram redigidos por quatro homens nascidos e criados em uma cultura eminentemente patriarcal – pouco dissesse sobre as personagens que foram decisivas na trajetória de Cristo. Pudera, na dura descrição de Cícero (106 a.C. - 43 a.C.), filósofo e cronista do tempo de Jesus, as mulheres estavam à frente apenas dos animais na estrutura social. Mas, contrariando a lógica de então, os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, compilados entre os anos 30 d.C. e 80 d.C., dão enorme importância à presença feminina. Especula-se que a proximidade temporal da influência de Jesus – que não fazia distinção entre homens, mulheres, ricos ou pobres –, associada à expectativa real de que o Messias retornaria em breve à terra para julgar os vivos e os mortos, povoasse o imaginário dos redatores dos evangelhos.
Com o passar do tempo, porém, o distanciamento das fontes primárias e a institucionalização da Igreja, o que se viu foi o contínuo afastar da presença feminina da vida e do legado cristão, de modo a espelhar a cultura patriarcal de onde ela veio. Um abandono lento, mas persistente do radicalismo inclusivo pregado por Jesus. “A organização e a hierarquização acabaram com o pluralismo das primeiras comunidades cristãs”, argumenta Silva, da PUC.
Mas o legado feminino deixado pelas mulheres contemporâneas de Jesus tem valor inestimável. Serviu de referência para o corpo de fiéis que começou a se formar nos primórdios do cristianismo e nos últimos dois mil anos teve papel fundamental na criação da identidade católica. O que começou com figuras com Lídia de Tiatira e Tecla de Icônio foi terminar em Madre Teresa de Calcutá, passando por Santa Teresa D’Ávila e Santa Juana Inés de la Cruz. Embora as mulheres ainda não gozem do prestígio e reconhecimento que tinham nos tempos de Cristo, a força das histórias daquelas que viveram a fé de forma plena, por meio de atos e palavras, deixou sua marca e continua estimulando mudanças estruturais. “Em pleno século XXI, temos uma igreja que, no que diz respeito às mulheres, ainda está na Idade Média”, protesta a teóloga feminista Yury Orozco. Vale ressaltar que os protestantes estão muito mais evoluídos neste quesito, com bispas ordenadas, inclusive. Que a luta pelo reconhecimento feminino, que já tem dois mil anos, não precise continuar por mais dois mil anos. Mas, se for esse o caso, não há nenhum sinal de que as mulheres vão esmorecer. E isso é ótimo.
PARTE 2
http://www.istoe.com.br/reportagens/116645_AS+MULHERES+DA+VIDA+DE+JESUS+PARTE+2
Comportamento
| N° Edição: 2146 | 22.Dez.10 - 22:30 | Atualizado em 24.Jan.11 - 12:13
As mulheres da vida de Jesus - Parte 2
Elas protagonizaram passagens que definiram o cristianismo, estiveram com ele nas pregações e não o abandonaram no calvário. Saiba quem foram as representantes do sexo feminino que acompanharam Cristo em toda sua trajetória
João Loes
Era de se esperar que o Novo Testamento – cujos principais textos foram redigidos por quatro homens nascidos e criados em uma cultura eminentemente patriarcal – pouco dissesse sobre as personagens que foram decisivas na trajetória de Cristo. Pudera, na dura descrição de Cícero (106 a.C. - 43 a.C.), filósofo e cronista do tempo de Jesus, as mulheres estavam à frente apenas dos animais na estrutura social. Mas, contrariando a lógica de então, os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, compilados entre os anos 30 d.C. e 80 d.C., dão enorme importância à presença feminina. Especula-se que a proximidade temporal da influência de Jesus – que não fazia distinção entre homens, mulheres, ricos ou pobres –, associada à expectativa real de que o Messias retornaria em breve à terra para julgar os vivos e os mortos, povoasse o imaginário dos redatores dos evangelhos.
“A Imaculada Conceição”,
de Bartolom Estebam Murillo: Maria é a figura
feminina mais importante do cristianismo
Com o passar do tempo, porém, o distanciamento das fontes primárias e a institucionalização da Igreja, o que se viu foi o contínuo afastar da presença feminina da vida e do legado cristão, de modo a espelhar a cultura patriarcal de onde ela veio. Um abandono lento, mas persistente do radicalismo inclusivo pregado por Jesus. “A organização e a hierarquização acabaram com o pluralismo das primeiras comunidades cristãs”, argumenta Silva, da PUC.
Mas o legado feminino deixado pelas mulheres contemporâneas de Jesus tem valor inestimável. Serviu de referência para o corpo de fiéis que começou a se formar nos primórdios do cristianismo e nos últimos dois mil anos teve papel fundamental na criação da identidade católica. O que começou com figuras com Lídia de Tiatira e Tecla de Icônio foi terminar em Madre Teresa de Calcutá, passando por Santa Teresa D’Ávila e Santa Juana Inés de la Cruz. Embora as mulheres ainda não gozem do prestígio e reconhecimento que tinham nos tempos de Cristo, a força das histórias daquelas que viveram a fé de forma plena, por meio de atos e palavras, deixou sua marca e continua estimulando mudanças estruturais. “Em pleno século XXI, temos uma igreja que, no que diz respeito às mulheres, ainda está na Idade Média”, protesta a teóloga feminista Yury Orozco. Vale ressaltar que os protestantes estão muito mais evoluídos neste quesito, com bispas ordenadas, inclusive. Que a luta pelo reconhecimento feminino, que já tem dois mil anos, não precise continuar por mais dois mil anos. Mas, se for esse o caso, não há nenhum sinal de que as mulheres vão esmorecer. E isso é ótimo.
“Festa de Casamento em Caná”,
autor desconhecido: foi a mãe de Jesus quem informou que
o vinho da festa havia acabado. E deu-se o primeiro milagre
http://www.istoe.com.br/reportagens/116637_AS+MULHERES+DA+VIDA+DE+JESUS+PARTE+1
A fórmula da bossa nova
revista VIDA SIMPLES
Grandes Temas
A fórmula da bossa nova
Os quatro elementos de uma música leve porque eterna, delicada porque alegre
por Leandro Sarmatz | ilustrações Nelson Provazi
Você provavelmente não lembra até porque, assim como eu, nem tinha nascido ainda , mas a música brasileira já foi um gênero dramático, sim, um derivado de operetas e bel-canto, em que cantores se esganiçavam em dós de peito para falar de amores trágicos, mulheres cruéis, desenlaces dramáticos e romances malogrados. E sempre tinha alguém morrendo envenenado. Nem todo mundo pegava assim tão hard, claro.
Ainda nas décadas de 30 e 40, compositores como Noel Rosa e Dorival Caymmi, cantores como Orlando Silva (um vozeirão suave que escandia as sílabas com elegância) e Mario Reis (um tiquinho de voz com uma atitude moderna) e cantoras como Carmen Miranda e Aracy de Almeida tinham um quê todo especial. Esses compositores e intérpretes populares trouxeram leveza, delicadeza, uma atitude mais solar à música brasileira. E ajudaram a abrir caminho para toda uma geração de artistas a partir do fim dos anos 50.
Pois então: em agosto de 1958, há 50 anos, um baiano de Juazeiro lançava um disquinho de 78 rpm com as músicas Chega de Saudade (lado A) e Bim Bom (lado B). Nunca mais seríamos os mesmos. João Gilberto foi o abre-alas, o porta-estandarte de um momento (e não apenas movimento) que em breve seria conhecido como bossa nova e que hoje forma um tesouro, não apenas da música popular, mas da nossa sensibilidade. Porque a bossa nova é uma música que, mais que uma promessa de felicidade, sintetiza toda uma atitude diante da vida.
Leia esta canção.
Leveza
Foi João Gilberto, que pelos 50 anos seguintes cultivaria o folclore (ao que parece, confirmado por muitas fontes fidedignas e outras nem tanto) de arredio, quem narrou o episódio exemplar, quase uma fábula sobre seu primeiro contato com Tom Jobim: Meu encontro com Tom foi no Leme, cedo ainda da noite. Era perto da boate Drink e eu estava naquele café Mooca, cheio de músico. Aí tem o descanso e eles iam naquele bar nessa hora. Tom estava ali, sentado, e se levantou. Menino se conhece assim. Menino chega e começa a conversar. É bom e assim logo vai se conhecendo.
Bonito, não? Claro que é preciso levar em conta que o Rio dos anos 50 mal havia povoado o Leblon (a Barra ainda era uma ficção, um imenso areal), a vida parecia ser mais risonha e franca para alguns etc., mas o depoimento de João Gilberto dá conta de uma atitude que está na raiz da música praticada por ele e por Tom Jobim, além de João Donato, Johnny Alf, Marcos Valle, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli e tantos outros artistas de qualidade. A questão básica é a leveza. Leveza nos acordes: já ouviu o piano de Tom Jobim? Ele fica só no essencial, sem firulas. Leveza nas letras: não mais aquele vocabulário pernóstico, beletrista, mas palavras do cotidiano de uma juventude culta e solar como era a turma do Rio que cresceu no pós-guerra.
Tudo bem que versos como Tu pisavas nos astros distraída (Chão de Estrelas, Orestes Barbosa, anos 30) estão entre os imortais do nosso cancioneiro, mas compare essa atitude a do macho diante de sua fêmea com o verso Você tem que vir comigo em meu caminho (Minha Namorada, Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, anos 60). Se na primeira o foco é, digamos, negativo (o amante rememora o amor com melancolia), na letra dos bossanovistas a atitude é afirmativa, olha para a frente, para o futuro da relação. Sem mágoas. Na maior leveza. E de forma compartilhada.
Delicadeza
Há poesia mais leve e delicada como essa na hora de falar de um amor que não aconteceu direito? Veja isto:
Ah!, se eu pudesse te encontrar serena / Eu juro, pegaria tua mão pequena / E juntos vendo o mar / Dizendo aquilo tudo, quase sem falar.
A composição é de Bôscoli e Menescal, dois dos artífi - ces do movimento. Em vários depoimentos da turma que integrou as primeiras fileiras da bossa nova transparece um corte, abrupto até, com os ideais e a visão de mundo de pais e parentes mais velhos.
Acontece que a bossa nova, junto com outros movimentos em outras partes do mundo ela é contemporânea dos primórdios daquela mistura de ritmos negros que desaguaria no rock e da nova forma, mais solta, de se fazer cinema dos jovens cineastas franceses da nouvelle vague , foi a primeira grande manifestação de cultura jovem no Brasil. Não é exagero. Isso estava acontecendo em todo o mundo. As crianças que cresceram durante a Segunda Guerra enxergavam um novo horizonte à frente, longe das privações, dos tempos sombrios, dos gestos heróicos e das despedidas para sempre.
Ao romper com o dramalhão e o bolero, com o melodrama das paixões, ao ir para a beira da praia (em vez de se enfurnar em buracos do velho Centro) e ao se recusar a cair na fossa como a geração de seus pais, os moços da bossa nova buscavam na estética aquilo que já viviam no cotidiano: uma maneira mais delicada de tocar a vida, em que os amores não precisavam ser eternos, as amizades ajudavam a fermentar ainda mais a turma, a vida merecia ser celebrada a cada momento, sem desespero nem afobação.
Chico Buarque, que de certa forma é filho da bossa, pois foi escutando Chega de Saudade que ele decidiu ser artista popular, sem falar que iria ser parceiro de Tom e Vinicius (e por um período cunhado de João Gilberto!), tem uma parceria com Cristóvão Bastos intitulada Todo Sentimento. Na letra, a certa altura ele fala num tempo da delicadeza, algo que só pode ser compreendido a partir de quem se nutriu das canções bossanovistas.
Alegria
Ele era o rei da melodia. Antes do Tom, contavam-se nos dedos as músicas que transmitiam certa ternura. Era tudo muito trágico. Foi o outro João essencial da bossa nova quem disse isso: João Donato, ele próprio um mestre do ritmo e das harmonias, infelizmente bem mais apreciado durante décadas nos Estados Unidos, no Japão e na Europa que em sua terra natal. A ternura absolutamente antitrágica a que se refere Donato tem a ver com um espírito de alegria que as canções da bossa nova projetaram para o futuro desde aqueles primeiros tempos.
Claro que, em matéria de alegria desmesurada, de deboche genial, de graça malandra não há quem ganhe do samba de Noel Rosa, Lamartine Babo, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho, só para citar alguns bambambãs de várias gerações. Aí são outros quinhentos, evidentemente.
Sem falar que, sem a lição do samba, neca de bossa nova. Mas ela cristalizou (sim, fixou para sempre) a alegria não só nas letras e melodias, mas no próprio ambiente em que os músicos passaram a circular. Não mais as enfumaçadas e darks boates de outrora. Se você pegar um livro como Chega de Saudade, de Ruy Castro, a mais exaustiva e deliciosa investigação sobre o movimento, você vai ver que as canções passaram a ser compostas em reuniões nos apartamentos da turma, às vezes na praia, outras vezes no boteco, em plena luz do dia. E é claro que isso influencia o modo de composição, nem é preciso ter estudado sociologia da cultura para sacar um troço desses.
Veja esta letra de Tom e Vincius, A Felicidade:
A felicidade é como a gota / De orvalho numa pétala de flor / Brilha tranqüila / Depois de leve oscila / E cai como uma lágrima de amor.
Dá para perceber a sutileza do raciocínio? O que os poetas dizem aqui é que dá para alternar momentos felizes com outros nem tanto, o que vale é essa alegria tranqüila, sábia. Na poética popular o orvalho sempre esteve associado à melancolia, era como uma lágrima da natureza que correspondia perfeitamente àquelas despejadas pelo pranto do poeta. A bossa nova fez isso, alterou os pólos da nossa sensibilidade, mostrando que, se não há total felicidade, pode-se encontrar a alegria. Até porque
Tristeza não tem fim / Felicidade sim.
Eternidade
Vamos repassar algumas coisas que estiveram em nossa conversa. A bossa nova, inicialmente surgida como um movimento musical no Rio de Janeiro amável da década de 50, e que ganharia o mundo quase como sinônimo de música brasileira, sintetizou e lançou ao futuro alguns dados da nossa sensibilidade, como a leveza, a delicadeza e a alegria. Mesmo que depois vários de seus precursores tenha negado o rótulo e com alguma razão, afinal a música que fizeram João e Jobim, entre outros, é apenas música maravilhosa, sem carimbos de procedência , ter sido bossanovista foi um marco na carreira desses músicos e continua sendo uma espécie de distinção especial. Afinal, os valores desse movimento até hoje marcam nossa música e de certa forma nossa maneira de enxergar as coisas, poeticamente falando.
Escutar qualquer CD de João Gilberto (ou assisti-lo em uma de suas raras apresentações previstas para os meses de agosto e setembro em São Paulo, Rio e Salvador) é deparar com um outro tempo, que não é apenas ontem e hoje, mas sempre. Alguma coisa na sua maneira de cantar, na sua forma de tocar o violão, de escolher o repertório cada vez mais os sambas das décadas de 30 e 40 que ele costumava ouvir em sua infância e mocidade parece dizer, até para o mais desatento dos ouvintes, que aquilo ali foi feito agorinha mesmo, que não depende dos últimos recursos técnicos da temporada, e que por detrás de sua aparente simplicidade há uma busca constante pelo essencial. Isso é o que garante a eternidade de um artista. E de qualquer empreitada na vida.
Ainda duvida? Pois então creia em Tom Jobim e veja o que ele escreveu na contracapa do primeiro LP de João Gilberto, Chega de Saudade (1959): Ele acredita que há sempre lugar para uma coisa nova, diferente e pura que embora à primeira vista não pareça pode se tornar como dizem na linguagem especializada: altamente comercial. Porque o povo compreende o amor, as notas, a simplicidade e a sinceridade. Eu acredito em João Gilberto, porque ele é simples, sincero e extraordinariamente musical.
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/067/grandes_temas/conteudo_279384.shtml
Grandes Temas
A fórmula da bossa nova
Os quatro elementos de uma música leve porque eterna, delicada porque alegre
por Leandro Sarmatz | ilustrações Nelson Provazi
Você provavelmente não lembra até porque, assim como eu, nem tinha nascido ainda , mas a música brasileira já foi um gênero dramático, sim, um derivado de operetas e bel-canto, em que cantores se esganiçavam em dós de peito para falar de amores trágicos, mulheres cruéis, desenlaces dramáticos e romances malogrados. E sempre tinha alguém morrendo envenenado. Nem todo mundo pegava assim tão hard, claro.
Ainda nas décadas de 30 e 40, compositores como Noel Rosa e Dorival Caymmi, cantores como Orlando Silva (um vozeirão suave que escandia as sílabas com elegância) e Mario Reis (um tiquinho de voz com uma atitude moderna) e cantoras como Carmen Miranda e Aracy de Almeida tinham um quê todo especial. Esses compositores e intérpretes populares trouxeram leveza, delicadeza, uma atitude mais solar à música brasileira. E ajudaram a abrir caminho para toda uma geração de artistas a partir do fim dos anos 50.
Pois então: em agosto de 1958, há 50 anos, um baiano de Juazeiro lançava um disquinho de 78 rpm com as músicas Chega de Saudade (lado A) e Bim Bom (lado B). Nunca mais seríamos os mesmos. João Gilberto foi o abre-alas, o porta-estandarte de um momento (e não apenas movimento) que em breve seria conhecido como bossa nova e que hoje forma um tesouro, não apenas da música popular, mas da nossa sensibilidade. Porque a bossa nova é uma música que, mais que uma promessa de felicidade, sintetiza toda uma atitude diante da vida.
Leia esta canção.
Leveza
Foi João Gilberto, que pelos 50 anos seguintes cultivaria o folclore (ao que parece, confirmado por muitas fontes fidedignas e outras nem tanto) de arredio, quem narrou o episódio exemplar, quase uma fábula sobre seu primeiro contato com Tom Jobim: Meu encontro com Tom foi no Leme, cedo ainda da noite. Era perto da boate Drink e eu estava naquele café Mooca, cheio de músico. Aí tem o descanso e eles iam naquele bar nessa hora. Tom estava ali, sentado, e se levantou. Menino se conhece assim. Menino chega e começa a conversar. É bom e assim logo vai se conhecendo.
Bonito, não? Claro que é preciso levar em conta que o Rio dos anos 50 mal havia povoado o Leblon (a Barra ainda era uma ficção, um imenso areal), a vida parecia ser mais risonha e franca para alguns etc., mas o depoimento de João Gilberto dá conta de uma atitude que está na raiz da música praticada por ele e por Tom Jobim, além de João Donato, Johnny Alf, Marcos Valle, Vinicius de Moraes, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli e tantos outros artistas de qualidade. A questão básica é a leveza. Leveza nos acordes: já ouviu o piano de Tom Jobim? Ele fica só no essencial, sem firulas. Leveza nas letras: não mais aquele vocabulário pernóstico, beletrista, mas palavras do cotidiano de uma juventude culta e solar como era a turma do Rio que cresceu no pós-guerra.
Tudo bem que versos como Tu pisavas nos astros distraída (Chão de Estrelas, Orestes Barbosa, anos 30) estão entre os imortais do nosso cancioneiro, mas compare essa atitude a do macho diante de sua fêmea com o verso Você tem que vir comigo em meu caminho (Minha Namorada, Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, anos 60). Se na primeira o foco é, digamos, negativo (o amante rememora o amor com melancolia), na letra dos bossanovistas a atitude é afirmativa, olha para a frente, para o futuro da relação. Sem mágoas. Na maior leveza. E de forma compartilhada.
Delicadeza
Há poesia mais leve e delicada como essa na hora de falar de um amor que não aconteceu direito? Veja isto:
Ah!, se eu pudesse te encontrar serena / Eu juro, pegaria tua mão pequena / E juntos vendo o mar / Dizendo aquilo tudo, quase sem falar.
A composição é de Bôscoli e Menescal, dois dos artífi - ces do movimento. Em vários depoimentos da turma que integrou as primeiras fileiras da bossa nova transparece um corte, abrupto até, com os ideais e a visão de mundo de pais e parentes mais velhos.
Acontece que a bossa nova, junto com outros movimentos em outras partes do mundo ela é contemporânea dos primórdios daquela mistura de ritmos negros que desaguaria no rock e da nova forma, mais solta, de se fazer cinema dos jovens cineastas franceses da nouvelle vague , foi a primeira grande manifestação de cultura jovem no Brasil. Não é exagero. Isso estava acontecendo em todo o mundo. As crianças que cresceram durante a Segunda Guerra enxergavam um novo horizonte à frente, longe das privações, dos tempos sombrios, dos gestos heróicos e das despedidas para sempre.
Ao romper com o dramalhão e o bolero, com o melodrama das paixões, ao ir para a beira da praia (em vez de se enfurnar em buracos do velho Centro) e ao se recusar a cair na fossa como a geração de seus pais, os moços da bossa nova buscavam na estética aquilo que já viviam no cotidiano: uma maneira mais delicada de tocar a vida, em que os amores não precisavam ser eternos, as amizades ajudavam a fermentar ainda mais a turma, a vida merecia ser celebrada a cada momento, sem desespero nem afobação.
Chico Buarque, que de certa forma é filho da bossa, pois foi escutando Chega de Saudade que ele decidiu ser artista popular, sem falar que iria ser parceiro de Tom e Vinicius (e por um período cunhado de João Gilberto!), tem uma parceria com Cristóvão Bastos intitulada Todo Sentimento. Na letra, a certa altura ele fala num tempo da delicadeza, algo que só pode ser compreendido a partir de quem se nutriu das canções bossanovistas.
Alegria
Ele era o rei da melodia. Antes do Tom, contavam-se nos dedos as músicas que transmitiam certa ternura. Era tudo muito trágico. Foi o outro João essencial da bossa nova quem disse isso: João Donato, ele próprio um mestre do ritmo e das harmonias, infelizmente bem mais apreciado durante décadas nos Estados Unidos, no Japão e na Europa que em sua terra natal. A ternura absolutamente antitrágica a que se refere Donato tem a ver com um espírito de alegria que as canções da bossa nova projetaram para o futuro desde aqueles primeiros tempos.
Claro que, em matéria de alegria desmesurada, de deboche genial, de graça malandra não há quem ganhe do samba de Noel Rosa, Lamartine Babo, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho, só para citar alguns bambambãs de várias gerações. Aí são outros quinhentos, evidentemente.
Sem falar que, sem a lição do samba, neca de bossa nova. Mas ela cristalizou (sim, fixou para sempre) a alegria não só nas letras e melodias, mas no próprio ambiente em que os músicos passaram a circular. Não mais as enfumaçadas e darks boates de outrora. Se você pegar um livro como Chega de Saudade, de Ruy Castro, a mais exaustiva e deliciosa investigação sobre o movimento, você vai ver que as canções passaram a ser compostas em reuniões nos apartamentos da turma, às vezes na praia, outras vezes no boteco, em plena luz do dia. E é claro que isso influencia o modo de composição, nem é preciso ter estudado sociologia da cultura para sacar um troço desses.
Veja esta letra de Tom e Vincius, A Felicidade:
A felicidade é como a gota / De orvalho numa pétala de flor / Brilha tranqüila / Depois de leve oscila / E cai como uma lágrima de amor.
Dá para perceber a sutileza do raciocínio? O que os poetas dizem aqui é que dá para alternar momentos felizes com outros nem tanto, o que vale é essa alegria tranqüila, sábia. Na poética popular o orvalho sempre esteve associado à melancolia, era como uma lágrima da natureza que correspondia perfeitamente àquelas despejadas pelo pranto do poeta. A bossa nova fez isso, alterou os pólos da nossa sensibilidade, mostrando que, se não há total felicidade, pode-se encontrar a alegria. Até porque
Tristeza não tem fim / Felicidade sim.
Eternidade
Vamos repassar algumas coisas que estiveram em nossa conversa. A bossa nova, inicialmente surgida como um movimento musical no Rio de Janeiro amável da década de 50, e que ganharia o mundo quase como sinônimo de música brasileira, sintetizou e lançou ao futuro alguns dados da nossa sensibilidade, como a leveza, a delicadeza e a alegria. Mesmo que depois vários de seus precursores tenha negado o rótulo e com alguma razão, afinal a música que fizeram João e Jobim, entre outros, é apenas música maravilhosa, sem carimbos de procedência , ter sido bossanovista foi um marco na carreira desses músicos e continua sendo uma espécie de distinção especial. Afinal, os valores desse movimento até hoje marcam nossa música e de certa forma nossa maneira de enxergar as coisas, poeticamente falando.
Escutar qualquer CD de João Gilberto (ou assisti-lo em uma de suas raras apresentações previstas para os meses de agosto e setembro em São Paulo, Rio e Salvador) é deparar com um outro tempo, que não é apenas ontem e hoje, mas sempre. Alguma coisa na sua maneira de cantar, na sua forma de tocar o violão, de escolher o repertório cada vez mais os sambas das décadas de 30 e 40 que ele costumava ouvir em sua infância e mocidade parece dizer, até para o mais desatento dos ouvintes, que aquilo ali foi feito agorinha mesmo, que não depende dos últimos recursos técnicos da temporada, e que por detrás de sua aparente simplicidade há uma busca constante pelo essencial. Isso é o que garante a eternidade de um artista. E de qualquer empreitada na vida.
Ainda duvida? Pois então creia em Tom Jobim e veja o que ele escreveu na contracapa do primeiro LP de João Gilberto, Chega de Saudade (1959): Ele acredita que há sempre lugar para uma coisa nova, diferente e pura que embora à primeira vista não pareça pode se tornar como dizem na linguagem especializada: altamente comercial. Porque o povo compreende o amor, as notas, a simplicidade e a sinceridade. Eu acredito em João Gilberto, porque ele é simples, sincero e extraordinariamente musical.
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/067/grandes_temas/conteudo_279384.shtml
Adeus, silicone
Medicina & Bem-estar - revista ISTOÉ
| N° Edição: 2150 | 21.Jan.11 - 21:00 | Atualizado em 24.Jan.11 - 13:43
Adeus, silicone
A ciência descobre que combinar células-tronco e gordura extraídas do próprio corpo proporciona bons resultados para dar maior volume às mamas e rejuvenescer a face
Como em um passe de mágica, tirar a gordurinha que está sobrando na barriga ou no culote e usá-la para aumentar os seios de forma definitiva. Isso feito de maneira natural, sem usar nada que não seja produzido pelo próprio corpo. Mais um sonho maluco de aficionadas pela beleza? Não no que depender de uma verdadeira revolução em andamento no mundo da beleza e que pode representar o fim dos implantes das próteses de silicone. Trata-se de um novo método que usa as células-tronco – capazes de se transformar em vários tipos de tecidos do organismo – presentes na gordura para reconstituir e dar volume maior às mamas. Exatamente como o silicone, mas sem as desvantagens de ser artificial.
A novidade vem sendo testada e usada em diversos países do mundo. Na Inglaterra, por exemplo, mulheres podem ir a um consultório e, em apenas cinco horas, trocar a gordura sobressalente no abdome ou nas coxas por seios maiores. A inglesa Michelle Freeman, 42 anos, passou pelo procedimento oito meses atrás. Em vez de usar as próteses de silicone, resolveu aproveitar a gordura excedente nas coxas para garantir os dois números a mais que hoje ostenta no sutiã. “Pareceu-me a melhor opção para um resultado mais natural e com menos riscos de efeitos colaterais”, disse a inglesa à ISTOÉ. Na Áustria, o cirugião Karl-Georg Heinrich, membro das sociedades americana e europeia de cirurgia estética, faz cerca de dois procedimentos desse tipo toda semana. “Cerca de 90% das pacientes ficam satisfeitas com os resultados a longo prazo”, disse Heinrich à ISTOÉ.
A ideia de usar células-tronco para aumentar as mamas começou a ganhar fôlego quando se descobriu que o tecido adiposo (gordura) é uma fonte generosa dessas estruturas. Antes, sabia-se de sua existência em outros locais, como a medula óssea, onde a extração é complicada e a concentração é menor. A título de comparação, um grama de tecido adiposo tem cerca de 500 vezes mais células-tronco que a mesma quantidade de medula. “Muita gente pode achar ruim ter de perfurar o osso para a extração de parte da medula, mas quem vai se importar em tirar um pouco de gordura do abdome?”, brinca a pesquisadora Nance Nardi, do departamento de genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenadora do laboratório de células-tronco da Universidade Luterana do Brasil. Com acesso fácil à gordura – só em 2009, mais de 1,6 milhão de lipoaspirações foram feitas em todo o mundo – os profissionais da cirurgia plástica logo se interessaram pelas possibilidades do uso dessas células.
Verificou-se que elas possuem potencial para aumentar a eficácia de uma técnica já conhecida, mas cujos resultados podem deixar a desejar: a lipoenxertia, caracterizada pelo uso da gordura excedente em uma região para restaurar outras áreas do corpo. Desde 1983, com o médico alemão Franz Neuber – que publicou o primeiro trabalho sobre o assunto –, são testados meios para aprimorar o método. Isso porque sua eficiência sempre foi ameaçada pelo risco de o próprio corpo reabsorver a gordura transplantada, jogando todo o esforço no chão.
No entanto, estudos mostram que, quando é possível enriquecer o enxerto com células-tronco – ou seja, deixá-lo com uma quantidade dessas células muito maior do que a que teria normalmente –, a realocação da gordura tende a ser mais bem-sucedida. Isso ocorre porque com a grande concentração de células-tronco há a criação de vasos sanguíneos que manterão a gordura permanentemente alimentada, reduzindo a possibilidade de o enxerto ser metabolizado pelo organismo. “As células-tronco são colocadas de volta em um ambiente com o qual elas já estão habituadas, em uma função que elas já conhecem”, explica Leandra Baptista, professora de ciências biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O cientista Radovan é responsável por laboratório
pioneiro no Brasil no cultivo e no armazenamento
de células-tronco tiradas da gordura
Para realizar o enriquecimento da gordura, são necessárias várias etapas. A primeira delas é a lipoaspiração. Em seguida, o material lipoaspirado do paciente é separado: parte será guardada, enquanto o restante é submetido ao processo de extração das células-tronco (leia mais no quadro abaixo). Feito isso, as células são misturadas à gordura que havia sido armazenada, resultando em uma amostra de gordura com elevada concentração de células-tronco. É essa mistura que será reinjetada na paciente.
NOVIDADE
O médico César criou técnica que
usa as células-tronco para rejuvenescer a face.
José Neto fez aplicações para melhorar
a vitalidade da pele
Nos resultados obtidos até agora, a técnica é capaz de aumentar em até dois números o tamanho do sutiã. Por isso, é mais indicada para quem não quer exagerar no volume das mamas. Afinal, o resultado está condicionado à quantidade de gordura disponível no corpo da mulher. “As próteses de silicone ainda são úteis para pacientes muito magras ou em casos de reconstrução da mama, assim como para quem pretende fazer um aumento muito grande dos seios”, disse à ISTOÉ o pesquisador Kotaro Yoshimura, da Universidade de Tóquio, um dos pioneiros no uso da técnica. Ele começou a estudar a possibilidade de usar células-tronco do tecido adiposo para fins estéticos em 2001. A primeira aplicação em humanos aconteceu dois anos mais tarde, em 2003. Desde então, já fez mais de 400 aumentos de mamas baseados na terapia celular, permitida no Japão para fins estéticos há quatro anos.
Apesar das limitações para utilização na reconstrução mamária após retirada de mama por causa de câncer, o método também vem sendo testado para esses casos. Um estudo está sendo feito pela empresa americana Cytori Therapeutics, fabricante do Celution – um equipamento que faz o enriquecimento da gordura com células-tronco. Como nos Estados Unidos o procedimento ainda não tem aprovação, a pesquisa está em curso na União Europeia, onde o aparelho pode ser vendido sem problemas e já se encontra em cerca de 100 consultórios. O trabalho envolve 70 mulheres que precisam reconstruir as mamas. Os primeiros resultados, oriundos da observação de 32 dessas voluntárias por seis meses após o enxerto, apontam a satisfação das pacientes e a segurança do processo. Trabalho semelhante, usando a mesma máquina, foi realizado sob coordenação do professor Kaoru Kitamura, do departamento de cirurgia de mama do Kyushu Central Hospital, no Japão. A pesquisa envolveu 21 pacientes e os resultados foram muito parecidos com os obtidos na Europa. “Porém, mais estudos são necessários para medir a eficácia do procedimento a longo prazo”, ressalvou Kitamura.
EXPECTATIVAS
Rosângela foi voluntária em pesquisa
para testar efeitos das injeções de células-tronco.
No Brasil, o enriquecimento de gordura ainda acontece apenas em centros de pesquisa. Não há máquinas, como a Celution, comercializadas por aqui até este momento. Por essa razão, o aumento dos seios com gordura enriquecida não é realizado. Isso, todavia, não significa falta de interesse dos cientistas brasileiros pelo tema. Muito ao contrário. No último ano, por exemplo, a Anvisa licenciou o Excellion, primeiro laboratório do País autorizado a processar, cultivar e congelar células-tronco extraídas do tecido adiposo em escala comercial.
Localizado em Petrópolis, o empreendimento se prepara para começar a fazer a tal gordura enriquecida. “Estamos trabalhando para criar a estrutura necessária ao atendimento a casos de reconstrução de mama”, diz Radovan Borojevic, professor aposentado do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor científico do Excellion. Por enquanto, o serviço oferece apenas as amostras de células-tronco tiradas da gordura do paciente. Para lá são enviadas pequenas quantidades de tecido adiposo extraído por médicos cadastrados pela empresa. As células são isoladas desse material e multiplicadas. Em seguida, são devolvidas aos profissionais, que fazem a aplicação no paciente.
Basicamente, elas são usadas para o preenchimento de sulcos e rugas da face, procedimento permitido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Para se chegar à comercialização dessa terapia celular para a face, foram necessários vários anos de estudo. O marco do processo foi uma pesquisa realizada na UFRJ e concluída há dois anos.
O trabalho acompanhou, por um ano, 15 voluntárias. Quatro foram tratadas apenas com ácido hialurônico, substância sintética usada no preenchimento de rugas e sulcos. Outras seis receberam uma combinação desse ácido com células-tronco. Nas cinco últimas foram usadas somente células. “Nos casos em que é necessário preencher o sulco, ou seja, em que é preciso dar volume, a combinação com ácido hialurônico mostrou-se superior”, conta Cesar Cláudio-da-Silva, professor de cirurgia plástica da UFRJ que coordenou a pesquisa. A razão é que o ácido garante o efeito de preenchimento imediato, dando às células injetadas tempo para se multiplicar – o que leva alguns meses.
Quando o ácido não é usado, os efeitos costumam ser sentidos apenas após alguns meses, tempo necessário para o enxerto de células se multiplicar na face. “Só senti alterações oito meses depois”, diz a técnica em química Rosângela Leiria, 46 anos. Moradora do Rio de Janeiro, ela foi uma das voluntárias no estudo. Em 2006, recebeu uma injeção de células-tronco. A experiência, avalia, foi positiva: “Se tivesse que fazer de novo, faria. Gostei muito do resultado.” Rosângela não sabe, mas serviu de inspiração para o recifense José Coelho Pereira Neto, 46 anos, tentar o mesmo método. Distantes mais de dois mil quilômetros um do outro, Neto, que é funcionário público, viu os resultados do tratamento de Rosângela pela televisão e gostou. “Achei eficiente e natural”, conta ele, que se submeteu, no mês passado no Rio de Janeiro, à última de três aplicações e agora aguarda os resultados.
Jandira guardou
as células obtidas após uma lipo para,
no futuro, aplicá-las no rosto
Pensando no futuro, a empresária Jandira Zeitoune, 60 anos, resolveu recorrer à preservação de suas células-tronco presentes na gordura. Elas estão congeladas no laboratório Excellion, em Petrópolis. “Fiz uma lipoaspiração e soube que poderia guardá-las”, conta. Ela, que nunca usou nem botox nem ácido hialurônico, agora se anima com a possibilidade de fazer aplicações com suas próprias células. Sua esperança é de que a antes incômoda gordurinha no abdome a ajude a ganhar uma pele mais jovem.
Entretanto, é preciso atenção por parte dos pacientes por causa da proliferação de clínicas que dizem oferecer a técnica, mas não têm condições de aplicá-la. “A pessoa deve se certificar se o médico recorre a tratamento laboratorial para retirar as células-tronco do tecido adiposo”, orienta Wanda Elizabeth Corrêa, do Conselho Federal de Medicina (CFM). “E se o laboratório é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, completa. Além disso, a médica ressalva que se trata de um método ainda novo para a medicina. “É algo que está começando e cujos primeiros trabalhos estão sendo publicados agora.”
De fato, deve-se considerar que o entusiasmo em torno do uso das células-tronco do tecido adiposo para fins estéticos – seja para aumentar os seios, seja para apagar rugas – está longe de fazer do procedimento uma unanimidade entre médicos e cientistas. Que elas representam o futuro, ninguém duvida. Paira no ar, entretanto, a seguinte questão: já é o momento certo para usar essa tecnologia? “Se alguns pesquisadores defendem que a gordura enriquecida permite maior longevidade e retenção de volume, há também estudos mostrando que pode haver necroses, cistos e outros problemas nesses enxertos”, disse à ISTOÉ Jeffrey Gimble, do Centro de Pesquisa Biomédica de Pennington, da Universidade da Louisiana, nos Estados Unidos. Nos últimos anos, ele publicou revisões médicas sobre o assunto. Colega de trabalho de Gimble no centro universitário, o professor Adam Katz, do departamento de cirurgia plástica, sintetiza bem a preocupação mais comum entre os estudiosos. “Pelo que podemos ver agora, o método parece seguro, mas faltam estudos de longo prazo”, falou à ISTOÉ.
Concorda com Katz a geneticista brasileira Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo. “A aplicação estética é uma área em que o uso dessas células tem futuro, mas ainda não podemos nos precipitar”, avalia. Para Mayana, ainda faltam protocolos claros que determinem a ação dessas células após a aplicação. “É algo para ser usado quando soubermos exatamente quanto o tecido adiposo deve ser enriquecido para termos o resultado pretendido”, pondera o médico João Carlos Sampaio Góes, coordenador de comunicação da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica.
http://www.istoe.com.br/reportagens/120966_ADEUS+SILICONE?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
| N° Edição: 2150 | 21.Jan.11 - 21:00 | Atualizado em 24.Jan.11 - 13:43
Adeus, silicone
A ciência descobre que combinar células-tronco e gordura extraídas do próprio corpo proporciona bons resultados para dar maior volume às mamas e rejuvenescer a face
Como em um passe de mágica, tirar a gordurinha que está sobrando na barriga ou no culote e usá-la para aumentar os seios de forma definitiva. Isso feito de maneira natural, sem usar nada que não seja produzido pelo próprio corpo. Mais um sonho maluco de aficionadas pela beleza? Não no que depender de uma verdadeira revolução em andamento no mundo da beleza e que pode representar o fim dos implantes das próteses de silicone. Trata-se de um novo método que usa as células-tronco – capazes de se transformar em vários tipos de tecidos do organismo – presentes na gordura para reconstituir e dar volume maior às mamas. Exatamente como o silicone, mas sem as desvantagens de ser artificial.
A novidade vem sendo testada e usada em diversos países do mundo. Na Inglaterra, por exemplo, mulheres podem ir a um consultório e, em apenas cinco horas, trocar a gordura sobressalente no abdome ou nas coxas por seios maiores. A inglesa Michelle Freeman, 42 anos, passou pelo procedimento oito meses atrás. Em vez de usar as próteses de silicone, resolveu aproveitar a gordura excedente nas coxas para garantir os dois números a mais que hoje ostenta no sutiã. “Pareceu-me a melhor opção para um resultado mais natural e com menos riscos de efeitos colaterais”, disse a inglesa à ISTOÉ. Na Áustria, o cirugião Karl-Georg Heinrich, membro das sociedades americana e europeia de cirurgia estética, faz cerca de dois procedimentos desse tipo toda semana. “Cerca de 90% das pacientes ficam satisfeitas com os resultados a longo prazo”, disse Heinrich à ISTOÉ.
A ideia de usar células-tronco para aumentar as mamas começou a ganhar fôlego quando se descobriu que o tecido adiposo (gordura) é uma fonte generosa dessas estruturas. Antes, sabia-se de sua existência em outros locais, como a medula óssea, onde a extração é complicada e a concentração é menor. A título de comparação, um grama de tecido adiposo tem cerca de 500 vezes mais células-tronco que a mesma quantidade de medula. “Muita gente pode achar ruim ter de perfurar o osso para a extração de parte da medula, mas quem vai se importar em tirar um pouco de gordura do abdome?”, brinca a pesquisadora Nance Nardi, do departamento de genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenadora do laboratório de células-tronco da Universidade Luterana do Brasil. Com acesso fácil à gordura – só em 2009, mais de 1,6 milhão de lipoaspirações foram feitas em todo o mundo – os profissionais da cirurgia plástica logo se interessaram pelas possibilidades do uso dessas células.
Verificou-se que elas possuem potencial para aumentar a eficácia de uma técnica já conhecida, mas cujos resultados podem deixar a desejar: a lipoenxertia, caracterizada pelo uso da gordura excedente em uma região para restaurar outras áreas do corpo. Desde 1983, com o médico alemão Franz Neuber – que publicou o primeiro trabalho sobre o assunto –, são testados meios para aprimorar o método. Isso porque sua eficiência sempre foi ameaçada pelo risco de o próprio corpo reabsorver a gordura transplantada, jogando todo o esforço no chão.
No entanto, estudos mostram que, quando é possível enriquecer o enxerto com células-tronco – ou seja, deixá-lo com uma quantidade dessas células muito maior do que a que teria normalmente –, a realocação da gordura tende a ser mais bem-sucedida. Isso ocorre porque com a grande concentração de células-tronco há a criação de vasos sanguíneos que manterão a gordura permanentemente alimentada, reduzindo a possibilidade de o enxerto ser metabolizado pelo organismo. “As células-tronco são colocadas de volta em um ambiente com o qual elas já estão habituadas, em uma função que elas já conhecem”, explica Leandra Baptista, professora de ciências biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O cientista Radovan é responsável por laboratório
pioneiro no Brasil no cultivo e no armazenamento
de células-tronco tiradas da gordura
Para realizar o enriquecimento da gordura, são necessárias várias etapas. A primeira delas é a lipoaspiração. Em seguida, o material lipoaspirado do paciente é separado: parte será guardada, enquanto o restante é submetido ao processo de extração das células-tronco (leia mais no quadro abaixo). Feito isso, as células são misturadas à gordura que havia sido armazenada, resultando em uma amostra de gordura com elevada concentração de células-tronco. É essa mistura que será reinjetada na paciente.
NOVIDADE
O médico César criou técnica que
usa as células-tronco para rejuvenescer a face.
José Neto fez aplicações para melhorar
a vitalidade da pele
Nos resultados obtidos até agora, a técnica é capaz de aumentar em até dois números o tamanho do sutiã. Por isso, é mais indicada para quem não quer exagerar no volume das mamas. Afinal, o resultado está condicionado à quantidade de gordura disponível no corpo da mulher. “As próteses de silicone ainda são úteis para pacientes muito magras ou em casos de reconstrução da mama, assim como para quem pretende fazer um aumento muito grande dos seios”, disse à ISTOÉ o pesquisador Kotaro Yoshimura, da Universidade de Tóquio, um dos pioneiros no uso da técnica. Ele começou a estudar a possibilidade de usar células-tronco do tecido adiposo para fins estéticos em 2001. A primeira aplicação em humanos aconteceu dois anos mais tarde, em 2003. Desde então, já fez mais de 400 aumentos de mamas baseados na terapia celular, permitida no Japão para fins estéticos há quatro anos.
Apesar das limitações para utilização na reconstrução mamária após retirada de mama por causa de câncer, o método também vem sendo testado para esses casos. Um estudo está sendo feito pela empresa americana Cytori Therapeutics, fabricante do Celution – um equipamento que faz o enriquecimento da gordura com células-tronco. Como nos Estados Unidos o procedimento ainda não tem aprovação, a pesquisa está em curso na União Europeia, onde o aparelho pode ser vendido sem problemas e já se encontra em cerca de 100 consultórios. O trabalho envolve 70 mulheres que precisam reconstruir as mamas. Os primeiros resultados, oriundos da observação de 32 dessas voluntárias por seis meses após o enxerto, apontam a satisfação das pacientes e a segurança do processo. Trabalho semelhante, usando a mesma máquina, foi realizado sob coordenação do professor Kaoru Kitamura, do departamento de cirurgia de mama do Kyushu Central Hospital, no Japão. A pesquisa envolveu 21 pacientes e os resultados foram muito parecidos com os obtidos na Europa. “Porém, mais estudos são necessários para medir a eficácia do procedimento a longo prazo”, ressalvou Kitamura.
EXPECTATIVAS
Rosângela foi voluntária em pesquisa
para testar efeitos das injeções de células-tronco.
No Brasil, o enriquecimento de gordura ainda acontece apenas em centros de pesquisa. Não há máquinas, como a Celution, comercializadas por aqui até este momento. Por essa razão, o aumento dos seios com gordura enriquecida não é realizado. Isso, todavia, não significa falta de interesse dos cientistas brasileiros pelo tema. Muito ao contrário. No último ano, por exemplo, a Anvisa licenciou o Excellion, primeiro laboratório do País autorizado a processar, cultivar e congelar células-tronco extraídas do tecido adiposo em escala comercial.
Localizado em Petrópolis, o empreendimento se prepara para começar a fazer a tal gordura enriquecida. “Estamos trabalhando para criar a estrutura necessária ao atendimento a casos de reconstrução de mama”, diz Radovan Borojevic, professor aposentado do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor científico do Excellion. Por enquanto, o serviço oferece apenas as amostras de células-tronco tiradas da gordura do paciente. Para lá são enviadas pequenas quantidades de tecido adiposo extraído por médicos cadastrados pela empresa. As células são isoladas desse material e multiplicadas. Em seguida, são devolvidas aos profissionais, que fazem a aplicação no paciente.
Basicamente, elas são usadas para o preenchimento de sulcos e rugas da face, procedimento permitido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Para se chegar à comercialização dessa terapia celular para a face, foram necessários vários anos de estudo. O marco do processo foi uma pesquisa realizada na UFRJ e concluída há dois anos.
O trabalho acompanhou, por um ano, 15 voluntárias. Quatro foram tratadas apenas com ácido hialurônico, substância sintética usada no preenchimento de rugas e sulcos. Outras seis receberam uma combinação desse ácido com células-tronco. Nas cinco últimas foram usadas somente células. “Nos casos em que é necessário preencher o sulco, ou seja, em que é preciso dar volume, a combinação com ácido hialurônico mostrou-se superior”, conta Cesar Cláudio-da-Silva, professor de cirurgia plástica da UFRJ que coordenou a pesquisa. A razão é que o ácido garante o efeito de preenchimento imediato, dando às células injetadas tempo para se multiplicar – o que leva alguns meses.
Quando o ácido não é usado, os efeitos costumam ser sentidos apenas após alguns meses, tempo necessário para o enxerto de células se multiplicar na face. “Só senti alterações oito meses depois”, diz a técnica em química Rosângela Leiria, 46 anos. Moradora do Rio de Janeiro, ela foi uma das voluntárias no estudo. Em 2006, recebeu uma injeção de células-tronco. A experiência, avalia, foi positiva: “Se tivesse que fazer de novo, faria. Gostei muito do resultado.” Rosângela não sabe, mas serviu de inspiração para o recifense José Coelho Pereira Neto, 46 anos, tentar o mesmo método. Distantes mais de dois mil quilômetros um do outro, Neto, que é funcionário público, viu os resultados do tratamento de Rosângela pela televisão e gostou. “Achei eficiente e natural”, conta ele, que se submeteu, no mês passado no Rio de Janeiro, à última de três aplicações e agora aguarda os resultados.
Jandira guardou
as células obtidas após uma lipo para,
no futuro, aplicá-las no rosto
Pensando no futuro, a empresária Jandira Zeitoune, 60 anos, resolveu recorrer à preservação de suas células-tronco presentes na gordura. Elas estão congeladas no laboratório Excellion, em Petrópolis. “Fiz uma lipoaspiração e soube que poderia guardá-las”, conta. Ela, que nunca usou nem botox nem ácido hialurônico, agora se anima com a possibilidade de fazer aplicações com suas próprias células. Sua esperança é de que a antes incômoda gordurinha no abdome a ajude a ganhar uma pele mais jovem.
Entretanto, é preciso atenção por parte dos pacientes por causa da proliferação de clínicas que dizem oferecer a técnica, mas não têm condições de aplicá-la. “A pessoa deve se certificar se o médico recorre a tratamento laboratorial para retirar as células-tronco do tecido adiposo”, orienta Wanda Elizabeth Corrêa, do Conselho Federal de Medicina (CFM). “E se o laboratório é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, completa. Além disso, a médica ressalva que se trata de um método ainda novo para a medicina. “É algo que está começando e cujos primeiros trabalhos estão sendo publicados agora.”
De fato, deve-se considerar que o entusiasmo em torno do uso das células-tronco do tecido adiposo para fins estéticos – seja para aumentar os seios, seja para apagar rugas – está longe de fazer do procedimento uma unanimidade entre médicos e cientistas. Que elas representam o futuro, ninguém duvida. Paira no ar, entretanto, a seguinte questão: já é o momento certo para usar essa tecnologia? “Se alguns pesquisadores defendem que a gordura enriquecida permite maior longevidade e retenção de volume, há também estudos mostrando que pode haver necroses, cistos e outros problemas nesses enxertos”, disse à ISTOÉ Jeffrey Gimble, do Centro de Pesquisa Biomédica de Pennington, da Universidade da Louisiana, nos Estados Unidos. Nos últimos anos, ele publicou revisões médicas sobre o assunto. Colega de trabalho de Gimble no centro universitário, o professor Adam Katz, do departamento de cirurgia plástica, sintetiza bem a preocupação mais comum entre os estudiosos. “Pelo que podemos ver agora, o método parece seguro, mas faltam estudos de longo prazo”, falou à ISTOÉ.
Concorda com Katz a geneticista brasileira Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo. “A aplicação estética é uma área em que o uso dessas células tem futuro, mas ainda não podemos nos precipitar”, avalia. Para Mayana, ainda faltam protocolos claros que determinem a ação dessas células após a aplicação. “É algo para ser usado quando soubermos exatamente quanto o tecido adiposo deve ser enriquecido para termos o resultado pretendido”, pondera o médico João Carlos Sampaio Góes, coordenador de comunicação da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica.
http://www.istoe.com.br/reportagens/120966_ADEUS+SILICONE?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
BIG BROTHER BRASIL
(Luiz Fernando Veríssimo)
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.
Jared dos Santos
Presidente
Ordem Nacional de Capelania Cristã - ONCC
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,... encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE...
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.
Jared dos Santos
Presidente
Ordem Nacional de Capelania Cristã - ONCC
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
O tempo
O tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em
frente
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem
mais:
não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente,
nunca mais voltará.
Mario Quintana
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em
frente
e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem
mais:
não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente,
nunca mais voltará.
Mario Quintana
Brasileiro, o telespectador infantil
Por Ale Rocha . 21.01.11 - 14h28
Brasileiro, o telespectador infantil
Lá se vão pouco mais de 60 anos desde a sua estreia. No dia 18 de setembro de 1950, em São Paulo, a TV Tupi foi a primeira emissora de televisão brasileira. Porém, apesar de sexagenária, boa parte de sua audiência parece continuar na primeira infância, fase que compreende do nascimento aos três anos de idade e é marcada pela dependência de terceiros, pelo egocentrismo e a repetição de gestos e hábitos para se sentir segura.
Os exemplos mais recentes desta imaturidade foram o fim de “Passione”, a estreia de “Insensato Coração” e o retorno do “Big Brother Brasil”.
Um dos poucos autores que ainda tem meu respeito, Silvio de Abreu quase não ousou em “Passione”. Bons tempos em que ele brincava com as regras do folhetim, como em “Guerra dos Sexos”, “Sassaricando” e “A Incrível Batalha das Filhas da Mãe no Jardim do Éden”. O único abuso e afronta de “Passione” foi a pedofilia. O autor merece elogios por tratar de forma escancarada um tema tão delicado, e ainda contar com a excepcional atuação de Daisy Lucidi, a ‘velha porca’ Valentina Miranda.
Silvio de Abreu cedeu de vez ao comodismo em “Passione”. Não foi uma novela fraca, mas a trama ficou bem aquém de seus trabalhos mais recentes. O autor requentou sua fórmula de sucesso – thriller e comédia, com toques de melodrama. Funcionou, mas sem a magia de “Torre de Babel”, “A Próxima Vítima” e “Belíssima”.
O público notou a falta de criatividade de Silvio de Abreu. Nas redes sociais, milhares de telespectadores ficaram descontentes com o encerramento da trama. Porém, mesmo assim ofereceram uma audiência estrondosa para o último capítulo de “Passione”. Média de 52 pontos, com 75% dos televisores ligados sintonizados na novela.
Começa “Insensato Coração”. Gilberto Braga não é mais o mesmo. Seu texto está pobre. Logo nos primeiros capítulos, o autor já estabelece quem são os mocinhos e os vilões. Não há mais uma análise moral e ética dos personagens, como em “Vale Tudo”, atualmente em exibição na TV paga, ou em “O Dono do Mundo”.
A audiência mais uma vez nota o comodismo do autor, mas nem por isso deixa de prestigiar a novela. Na estreia, marcou 37 pontos, mesma média do início de “Passione”. Os telespectadores voltam a se comportar como uma criança na primeira infância.
Mas é com o “BBB’ que o telespectador brasileiro expõe por completo sua imaturidade. Há anos, boa parte da audiência repete a mesma ladainha. Dizem que o reality show é uma perda de tempo, que a televisão deveria investir em programas educativos e que a Globo contribui para a ignorância da população, entre outras bobagens panfletárias.
A campanha mais recente defende a troca do “BBB” por um livro. Ora, eu posso ler e assistir ao reality show. Que crime há nisso? Quem adere a essa pretensa campanha educativa quer apenas posar de intelectual. Sejamos sinceros: ninguém trocará o “BBB” por um livro. Nem mesmo por programas educativos.
Fosse assim, neste momento a TV Cultura e a TV Brasil estariam arrebentando na audiência. Apenas falácia de telespectadores que desejam parecer superiores aos demais, mas que no fim revelam seu comportamento infantil. Se sentem os donos da razão, precisam da aprovação de terceiros (olhem para mim, sou intelectual!) e dão sua espiadinha escondida no reality show. Afinal, quem não assiste ou pouco se importa com o “BBB” sequer se manifesta. Lê seu livro, vai ao cinema, ouve música ou dorme sem carregar bandeira alguma.
http://colunistas.yahoo.net/posts/8018.html
Brasileiro, o telespectador infantil
Lá se vão pouco mais de 60 anos desde a sua estreia. No dia 18 de setembro de 1950, em São Paulo, a TV Tupi foi a primeira emissora de televisão brasileira. Porém, apesar de sexagenária, boa parte de sua audiência parece continuar na primeira infância, fase que compreende do nascimento aos três anos de idade e é marcada pela dependência de terceiros, pelo egocentrismo e a repetição de gestos e hábitos para se sentir segura.
Os exemplos mais recentes desta imaturidade foram o fim de “Passione”, a estreia de “Insensato Coração” e o retorno do “Big Brother Brasil”.
Um dos poucos autores que ainda tem meu respeito, Silvio de Abreu quase não ousou em “Passione”. Bons tempos em que ele brincava com as regras do folhetim, como em “Guerra dos Sexos”, “Sassaricando” e “A Incrível Batalha das Filhas da Mãe no Jardim do Éden”. O único abuso e afronta de “Passione” foi a pedofilia. O autor merece elogios por tratar de forma escancarada um tema tão delicado, e ainda contar com a excepcional atuação de Daisy Lucidi, a ‘velha porca’ Valentina Miranda.
Silvio de Abreu cedeu de vez ao comodismo em “Passione”. Não foi uma novela fraca, mas a trama ficou bem aquém de seus trabalhos mais recentes. O autor requentou sua fórmula de sucesso – thriller e comédia, com toques de melodrama. Funcionou, mas sem a magia de “Torre de Babel”, “A Próxima Vítima” e “Belíssima”.
O público notou a falta de criatividade de Silvio de Abreu. Nas redes sociais, milhares de telespectadores ficaram descontentes com o encerramento da trama. Porém, mesmo assim ofereceram uma audiência estrondosa para o último capítulo de “Passione”. Média de 52 pontos, com 75% dos televisores ligados sintonizados na novela.
Começa “Insensato Coração”. Gilberto Braga não é mais o mesmo. Seu texto está pobre. Logo nos primeiros capítulos, o autor já estabelece quem são os mocinhos e os vilões. Não há mais uma análise moral e ética dos personagens, como em “Vale Tudo”, atualmente em exibição na TV paga, ou em “O Dono do Mundo”.
A audiência mais uma vez nota o comodismo do autor, mas nem por isso deixa de prestigiar a novela. Na estreia, marcou 37 pontos, mesma média do início de “Passione”. Os telespectadores voltam a se comportar como uma criança na primeira infância.
Mas é com o “BBB’ que o telespectador brasileiro expõe por completo sua imaturidade. Há anos, boa parte da audiência repete a mesma ladainha. Dizem que o reality show é uma perda de tempo, que a televisão deveria investir em programas educativos e que a Globo contribui para a ignorância da população, entre outras bobagens panfletárias.
A campanha mais recente defende a troca do “BBB” por um livro. Ora, eu posso ler e assistir ao reality show. Que crime há nisso? Quem adere a essa pretensa campanha educativa quer apenas posar de intelectual. Sejamos sinceros: ninguém trocará o “BBB” por um livro. Nem mesmo por programas educativos.
Fosse assim, neste momento a TV Cultura e a TV Brasil estariam arrebentando na audiência. Apenas falácia de telespectadores que desejam parecer superiores aos demais, mas que no fim revelam seu comportamento infantil. Se sentem os donos da razão, precisam da aprovação de terceiros (olhem para mim, sou intelectual!) e dão sua espiadinha escondida no reality show. Afinal, quem não assiste ou pouco se importa com o “BBB” sequer se manifesta. Lê seu livro, vai ao cinema, ouve música ou dorme sem carregar bandeira alguma.
http://colunistas.yahoo.net/posts/8018.html
domingo, 16 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
O DOCE SABOR DE UMA MULHER DESLUMBRANTE
Gabriel García Márquez
mulher deslumbrante não é aquela que mais homens tem a seus pés ,
Mas sim aquela que tem apenas um que a faça realmente feliz
Uma mulher formosa não é a mais jovem
Nem a mais frágil, nem aquela que tem a pele mais sedosa ou o cabelo mais chamativo.
É aquela que com apenas um sorriso franco e aberto e um bom conselho pode alegrar-te a vida.
Uma mulher de valor não é aquela que tem mais títulos ou cargos academicos,
E SIM AQUELA QUE SACRIFICA SEUS SONHOS TEMPORARIAMENTE PARA FAZER FELIZES OS DEMAIS .
Uma mulher deslumbrante não é aquela mais ardente e sim a que vibra ao fazer amor sómente com o homem que ama
Uma mulher deslumbrante não é aquela que se sente adulada e admirada por sua beleza e elegancia,
E sim aquela mulher firme de caráter
Que pode dizer “ NÃO ”
E UM HOMEM ........
UM HOMEM DESLUMBRANTE É AQUELE
QUE VALORIZA UMA MULHER ASSIM..............
Que se sente orgulhoso de te-la
como companheira....
Que sabe tacaricia-la como um músico virtuoso toca seu amado instrumento...
Que luta a seu lado compartilhando todas suas tarefas
desde lavar pratos e preparar a mesa, até devolver as massagens e o carinho que ela te proporcionou antes .
A verdade, companheiros homens, é que as mulheres com mania de serem ‘mandonas” não levam vantagens ...
¡Que tolos temos sido e somos quando valorizamos um presente sómente pela vistosidade do pacote...
¡ Tolo e mil vezes tolo o homem que come sobras na rua, tendo um deslumbrante manjar em casa !
Envía a quantas mulheres deslumbrantes você conheça para reforçar sua autoestima e a quantos amigos você tenha
Para que meditem sobre isto.
mulher deslumbrante não é aquela que mais homens tem a seus pés ,
Mas sim aquela que tem apenas um que a faça realmente feliz
Uma mulher formosa não é a mais jovem
Nem a mais frágil, nem aquela que tem a pele mais sedosa ou o cabelo mais chamativo.
É aquela que com apenas um sorriso franco e aberto e um bom conselho pode alegrar-te a vida.
Uma mulher de valor não é aquela que tem mais títulos ou cargos academicos,
E SIM AQUELA QUE SACRIFICA SEUS SONHOS TEMPORARIAMENTE PARA FAZER FELIZES OS DEMAIS .
Uma mulher deslumbrante não é aquela mais ardente e sim a que vibra ao fazer amor sómente com o homem que ama
Uma mulher deslumbrante não é aquela que se sente adulada e admirada por sua beleza e elegancia,
E sim aquela mulher firme de caráter
Que pode dizer “ NÃO ”
E UM HOMEM ........
UM HOMEM DESLUMBRANTE É AQUELE
QUE VALORIZA UMA MULHER ASSIM..............
Que se sente orgulhoso de te-la
como companheira....
Que sabe tacaricia-la como um músico virtuoso toca seu amado instrumento...
Que luta a seu lado compartilhando todas suas tarefas
desde lavar pratos e preparar a mesa, até devolver as massagens e o carinho que ela te proporcionou antes .
A verdade, companheiros homens, é que as mulheres com mania de serem ‘mandonas” não levam vantagens ...
¡Que tolos temos sido e somos quando valorizamos um presente sómente pela vistosidade do pacote...
¡ Tolo e mil vezes tolo o homem que come sobras na rua, tendo um deslumbrante manjar em casa !
Envía a quantas mulheres deslumbrantes você conheça para reforçar sua autoestima e a quantos amigos você tenha
Para que meditem sobre isto.
Nova identidade civil dos brasileiros começa a vigorar em 2011
Segurança Pública » Notícias
31/12/2010 - 12:26h
Nova identidade civil dos brasileiros começa a vigorar em 2011
Brasília, 31/12/2010 (Ministério da Justiça) –
"Os cidadãos contemplados nesta etapa inicial receberão uma carta indicando a possibilidade de troca do RG pelo RIC, além do local onde o novo documento poderá ser retirado. A perspectiva é que a troca de todos os atuais documentos de identidade pelo cartão RIC seja feita num prazo de 10 anos."
O novo Registro de Identidade Civil (RIC), documento que gradativamente substituirá as atuais cédulas do RG, foi lançado na quinta-feira, 30 de dezembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Luiz Paulo Barreto. Com investimentos de cerca de R$ 90 milhões custeados pelo Ministério da Justiça, os primeiros cartões serão expedidos em 2011 pela Casa da Moeda do Brasil.
O ministro da Justiça ressaltou que o RIC é um dos mais modernos documentos de identificação do mundo: “O RIC é mais seguro e mais prático, uma vez que incorpora em um só documento diversos itens de segurança”. A nova identidade integrará o CPF e o título de eleitor, entre outros documentos. A incorporação de novas tecnologias ampliará a segurança do cidadão em diversos processos hoje realizados, como abertura de contas, operações bancárias, concessão de créditos, reduzindo a possibilidade de fraudes e prejuízos.
Com o RIC, cada cidadão brasileiro passa a ser identificado por um único número em nível nacional, vinculado diretamente às impressões digitais e registrado num chip presente no cartão do RIC. Isso evita que uma mesma pessoa seja identificada por mais de um número de registro em diferentes estados da federação ou que o cidadão seja confundido com uma pessoa do mesmo nome. A vinculação do número do RIC às impressões digitais também impede que uma pessoa se passe por outra para cometer crimes, solicitar crédito ou cometer abusos.
Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowsky, presente na cerimônia, essas vantagens poderão contribuir para mitigar os graves prejuízos para o estado e para os cofres públicos, pois evita crimes.
O chip contido no RIC reunirá também informações como gênero, nacionalidade, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade, assinatura, órgão emissor, local de expedição, data de expedição e data de validade do cartão, além de informações referentes a outros documentos, como título de eleitor, CPF, etc.
Ao longo de 2011 serão produzidos dois milhões de cartões RIC. As primeiras cidades a participar do projeto-piloto serão Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Hidrolândia (GO), Ilha de Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN) e Rio Sono (TO).
Os cidadãos contemplados nesta etapa inicial receberão uma carta indicando a possibilidade de troca do RG pelo RIC, além do local onde o novo documento poderá ser retirado. A perspectiva é que a troca de todos os atuais documentos de identidade pelo cartão RIC seja feita num prazo de 10 anos.
Participaram também do lançamento do RIC o diretor do Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, Marcos Elias Araújo; o diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Renato da Silveira Martini; e o presidente da Casa da Moeda do Brasil, Luiz Felipe Denucci, entre outras autoridades.
http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ4E0605EDITEMID9CC41FF006764B908AF6DE644D282E77PTBRNN.htm
31/12/2010 - 12:26h
Nova identidade civil dos brasileiros começa a vigorar em 2011
Brasília, 31/12/2010 (Ministério da Justiça) –
"Os cidadãos contemplados nesta etapa inicial receberão uma carta indicando a possibilidade de troca do RG pelo RIC, além do local onde o novo documento poderá ser retirado. A perspectiva é que a troca de todos os atuais documentos de identidade pelo cartão RIC seja feita num prazo de 10 anos."
O novo Registro de Identidade Civil (RIC), documento que gradativamente substituirá as atuais cédulas do RG, foi lançado na quinta-feira, 30 de dezembro, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Luiz Paulo Barreto. Com investimentos de cerca de R$ 90 milhões custeados pelo Ministério da Justiça, os primeiros cartões serão expedidos em 2011 pela Casa da Moeda do Brasil.
O ministro da Justiça ressaltou que o RIC é um dos mais modernos documentos de identificação do mundo: “O RIC é mais seguro e mais prático, uma vez que incorpora em um só documento diversos itens de segurança”. A nova identidade integrará o CPF e o título de eleitor, entre outros documentos. A incorporação de novas tecnologias ampliará a segurança do cidadão em diversos processos hoje realizados, como abertura de contas, operações bancárias, concessão de créditos, reduzindo a possibilidade de fraudes e prejuízos.
Com o RIC, cada cidadão brasileiro passa a ser identificado por um único número em nível nacional, vinculado diretamente às impressões digitais e registrado num chip presente no cartão do RIC. Isso evita que uma mesma pessoa seja identificada por mais de um número de registro em diferentes estados da federação ou que o cidadão seja confundido com uma pessoa do mesmo nome. A vinculação do número do RIC às impressões digitais também impede que uma pessoa se passe por outra para cometer crimes, solicitar crédito ou cometer abusos.
Segundo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowsky, presente na cerimônia, essas vantagens poderão contribuir para mitigar os graves prejuízos para o estado e para os cofres públicos, pois evita crimes.
O chip contido no RIC reunirá também informações como gênero, nacionalidade, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade, assinatura, órgão emissor, local de expedição, data de expedição e data de validade do cartão, além de informações referentes a outros documentos, como título de eleitor, CPF, etc.
Ao longo de 2011 serão produzidos dois milhões de cartões RIC. As primeiras cidades a participar do projeto-piloto serão Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Hidrolândia (GO), Ilha de Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN) e Rio Sono (TO).
Os cidadãos contemplados nesta etapa inicial receberão uma carta indicando a possibilidade de troca do RG pelo RIC, além do local onde o novo documento poderá ser retirado. A perspectiva é que a troca de todos os atuais documentos de identidade pelo cartão RIC seja feita num prazo de 10 anos.
Participaram também do lançamento do RIC o diretor do Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal, Marcos Elias Araújo; o diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, Renato da Silveira Martini; e o presidente da Casa da Moeda do Brasil, Luiz Felipe Denucci, entre outras autoridades.
http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ4E0605EDITEMID9CC41FF006764B908AF6DE644D282E77PTBRNN.htm
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Ouvir música libera dopamina
Saúde - 10/01/2011 - 11:14 - Cérebro - revista VEJA
Ouvir música libera dopamina - e dá prazer
Até agora, não se sabia que substância estaria ligada a sensação abstrata
Resposta química: o nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer sentido enquanto a música é ouvida
O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro. De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Neuroscience, a dopamina serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou pode ainda desempenhar um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). O que não se sabia, no entanto, era como a substância poderia estar envolvida no prazer abstrato - como ouvir música.
Para chegar aos resultados, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, selecionaram dez voluntários, de 19 a 24 anos, entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiam sinais de extremo prazer ao escutar música. Por meio de aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe dos cientistas Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Cérebro - Os resultados mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro. Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes - como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro.
O nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em comparação com as medições realizadas ao escutar uma música "neutra" (indiferente aos voluntários). "Nossos resultados ajudam a explicar porque a música tem esse valor em todas as sociedades humanas", destacam os pesquisadores. A pesquisa permite ainda compreender "porque a música pode ser utilizada de forma eficaz em rituais, pelo marketing ou em filmes para induzir estados de humor". Como um prazer abstrato, a música contribuiria, graças à dopamina, para um fortalecimento das emoções, ao estimular noções de espera (da próxima nota, de um ritmo preferido), de surpresa e de expectativa.
(Com agência France-Presse)
Tags: dopamina, música, neuroscience, psicoestimulantes.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/ouvir-musica-libera-dopamina-e-da-prazer
Ouvir música libera dopamina - e dá prazer
Até agora, não se sabia que substância estaria ligada a sensação abstrata
Resposta química: o nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer sentido enquanto a música é ouvida
O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro. De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Neuroscience, a dopamina serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou pode ainda desempenhar um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). O que não se sabia, no entanto, era como a substância poderia estar envolvida no prazer abstrato - como ouvir música.
Para chegar aos resultados, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, selecionaram dez voluntários, de 19 a 24 anos, entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiam sinais de extremo prazer ao escutar música. Por meio de aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe dos cientistas Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Cérebro - Os resultados mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro. Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes - como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro.
O nível de liberação da dopamina varia com a intensidade da emoção e do prazer, em comparação com as medições realizadas ao escutar uma música "neutra" (indiferente aos voluntários). "Nossos resultados ajudam a explicar porque a música tem esse valor em todas as sociedades humanas", destacam os pesquisadores. A pesquisa permite ainda compreender "porque a música pode ser utilizada de forma eficaz em rituais, pelo marketing ou em filmes para induzir estados de humor". Como um prazer abstrato, a música contribuiria, graças à dopamina, para um fortalecimento das emoções, ao estimular noções de espera (da próxima nota, de um ritmo preferido), de surpresa e de expectativa.
(Com agência France-Presse)
Tags: dopamina, música, neuroscience, psicoestimulantes.
http://veja.abril.com.br/noticia/saude/ouvir-musica-libera-dopamina-e-da-prazer
domingo, 9 de janeiro de 2011
Salada de camarão
Salada de camarão crocante com tartar de manga (2 porções)
Ingredientes
6 camarões grandes (limpos, sem cabeça e com rabo)
2 ovos
5 ml de óleo de gergelin
150g farinha panko
Farinha de trigo para empanar
Sal e pimenta do reino à gosto
Óleo de soja para fritar
1 manga Haden
1/4 de pimenta dedo de moça (sem semente)
3 a 5 folhas de coentro fresco
25ml de suco de limão
Sal e pimenta do reino à gosto
Salada
Mix de folhas (alfaces, rúcula, agrião, radicchio etc)
Azeite de oliva extra virgem
Vinagre balsâmico
Flor de sal
Preparo
Camarões
Tempere os camarões com sal e pimenta. Passe-os pela farinha de trigo, depois pelos ovos batidos e temperados com sal e o óleo de gergelim e, por último, pela panko. Frite por imersão em óleo de soja.
Tartar
Corte a manga em brunoise (cubinhos de aproximadamente 2 milímetros). Pique a pimenta, o coentro e misture à manga. Caso prefira, substitua o coentro por hortelã ou salsinha. Tempere com suco de limão, sal e pimenta do reino.
Montagem
Rasgue as folhas e tempere com o azeite, o balsâmico e a flor de sal. Emprate o tartar usando um aro, ponha a salada ao lado formando um montinho e, por último, os camarões em pé, encostados na salada.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI195119-15201,00-DELICIAS+DE+VERAO.html
13/12/2010 - 08:25 - Atualizado em 13/12/2010 - 08:25 - revista - ÉPOCA
Ingredientes
6 camarões grandes (limpos, sem cabeça e com rabo)
2 ovos
5 ml de óleo de gergelin
150g farinha panko
Farinha de trigo para empanar
Sal e pimenta do reino à gosto
Óleo de soja para fritar
1 manga Haden
1/4 de pimenta dedo de moça (sem semente)
3 a 5 folhas de coentro fresco
25ml de suco de limão
Sal e pimenta do reino à gosto
Salada
Mix de folhas (alfaces, rúcula, agrião, radicchio etc)
Azeite de oliva extra virgem
Vinagre balsâmico
Flor de sal
Preparo
Camarões
Tempere os camarões com sal e pimenta. Passe-os pela farinha de trigo, depois pelos ovos batidos e temperados com sal e o óleo de gergelim e, por último, pela panko. Frite por imersão em óleo de soja.
Tartar
Corte a manga em brunoise (cubinhos de aproximadamente 2 milímetros). Pique a pimenta, o coentro e misture à manga. Caso prefira, substitua o coentro por hortelã ou salsinha. Tempere com suco de limão, sal e pimenta do reino.
Montagem
Rasgue as folhas e tempere com o azeite, o balsâmico e a flor de sal. Emprate o tartar usando um aro, ponha a salada ao lado formando um montinho e, por último, os camarões em pé, encostados na salada.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI195119-15201,00-DELICIAS+DE+VERAO.html
13/12/2010 - 08:25 - Atualizado em 13/12/2010 - 08:25 - revista - ÉPOCA
Tecnologias verdes
Tecnologias verdes - veja anexo - DOU
Lâmpada incandescente sai do mercado até 2016
Agência Brasil Sexta-feira, 07 de janeiro de 2011 - 10h34 - INFO ABRIL
BRASÍLIA- As lâmpadas incandescentes comuns serão retiradas do mercado paulatinamente até 2016. Portaria interministerial de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio regulamentando a retirada foi publicada no Diário Oficial da União. A finalidade é que elas sejam substituídas por versões mais econômicas.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a medida é fruto de um longo processo de negociação com setores da sociedade, por meio de consulta pública via internet e de audiência pública.
Técnicos do ministério estimam que a medida, publicada ontem (6), aliada a outra portaria que trata do Programa de Metas das Lâmpadas Fluorescentes Compactas, trará ao país uma economia escalonada até 2030 de cerca de 10 terawatts-hora (TWh/ano). Equivale a mais do que o dobro conseguido com o Selo Procel, utilizado atualmente.
Conforme detalhado na portaria, fazem parte da regulamentação as lâmpadas incandescentes de uso geral, exceto as incandescentes com potência igual ou inferior a 40 Watts (W); incandescentes específicas para estufas – de secagem e de pintura – equipamentos hospitalares e outros; incandescentes refletoras/defletoras ou espelhadas, entre outras.
De 30 de junho de 2012 até 30 de junho de 2016 – a não ser que surja uma nova tecnologia que permita às lâmpadas incandescentes se tornarem mais eficientes – esse tipo de produto será banido do mercado, segundo técnicos do Ministério de Minas e Energia.
No mercado brasileiro existem 147 modelos de lâmpadas incandescentes etiquetadas, de quatro fabricantes diferentes. Estima-se que a lâmpada incandescente seja responsável por aproximadamente 80% da iluminação residencial no Brasil. O mercado brasileiro consome atualmente cerca de 300 milhões de lâmpadas incandescentes e 100 milhões de lâmpadas fluorescentes compactas.
De acordo com o ministério de Minas e Energia, as tecnologias que envolvem os sistemas de iluminação se desenvolveram rapidamente, nos últimos anos, disponibilizando equipamentos com mais eficiência e durabilidade. Paradoxalmente, aumentou também a preocupação com a escassez de energia e a busca de soluções que contemplem a boa iluminação conjugada a equipamentos mais eficientes e formas inteligentes de utilização. Diante disso, a tecnologia utilizada nas lâmpadas incandescentes se tornou obsoleta. Tecnologias já consolidadas, como as lâmpadas fluorescentes compactas, podem fornecer quantidade maior de luz com um custo energético muito inferior à tecnologia incandescente
http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/lampada-incandescente-sai-do-mercado-ate-2016-07012011-7.shl
Lâmpada incandescente sai do mercado até 2016
Agência Brasil Sexta-feira, 07 de janeiro de 2011 - 10h34 - INFO ABRIL
BRASÍLIA- As lâmpadas incandescentes comuns serão retiradas do mercado paulatinamente até 2016. Portaria interministerial de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio regulamentando a retirada foi publicada no Diário Oficial da União. A finalidade é que elas sejam substituídas por versões mais econômicas.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a medida é fruto de um longo processo de negociação com setores da sociedade, por meio de consulta pública via internet e de audiência pública.
Técnicos do ministério estimam que a medida, publicada ontem (6), aliada a outra portaria que trata do Programa de Metas das Lâmpadas Fluorescentes Compactas, trará ao país uma economia escalonada até 2030 de cerca de 10 terawatts-hora (TWh/ano). Equivale a mais do que o dobro conseguido com o Selo Procel, utilizado atualmente.
Conforme detalhado na portaria, fazem parte da regulamentação as lâmpadas incandescentes de uso geral, exceto as incandescentes com potência igual ou inferior a 40 Watts (W); incandescentes específicas para estufas – de secagem e de pintura – equipamentos hospitalares e outros; incandescentes refletoras/defletoras ou espelhadas, entre outras.
De 30 de junho de 2012 até 30 de junho de 2016 – a não ser que surja uma nova tecnologia que permita às lâmpadas incandescentes se tornarem mais eficientes – esse tipo de produto será banido do mercado, segundo técnicos do Ministério de Minas e Energia.
No mercado brasileiro existem 147 modelos de lâmpadas incandescentes etiquetadas, de quatro fabricantes diferentes. Estima-se que a lâmpada incandescente seja responsável por aproximadamente 80% da iluminação residencial no Brasil. O mercado brasileiro consome atualmente cerca de 300 milhões de lâmpadas incandescentes e 100 milhões de lâmpadas fluorescentes compactas.
De acordo com o ministério de Minas e Energia, as tecnologias que envolvem os sistemas de iluminação se desenvolveram rapidamente, nos últimos anos, disponibilizando equipamentos com mais eficiência e durabilidade. Paradoxalmente, aumentou também a preocupação com a escassez de energia e a busca de soluções que contemplem a boa iluminação conjugada a equipamentos mais eficientes e formas inteligentes de utilização. Diante disso, a tecnologia utilizada nas lâmpadas incandescentes se tornou obsoleta. Tecnologias já consolidadas, como as lâmpadas fluorescentes compactas, podem fornecer quantidade maior de luz com um custo energético muito inferior à tecnologia incandescente
http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/lampada-incandescente-sai-do-mercado-ate-2016-07012011-7.shl
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