Carreira e Trabalho / Negócios - revista CLAUDIA
Dicas para você cuidar melhor do seu dinheiro e guardar para o futuro
Mesmo sem perceber, muitas de nós estamos cuidando mal das nossas finanças. Ao colocar sempre a família em primeiro lugar, parar de sonhar e deixar que outros administrem nossos recursos, nos arriscamos a ficar velhinhas com bem menos dinheiro do que desejamos. Veja como mudar, e já, a rota de sua vida financeira para que isso não aconteça. Aproveite e faça o nosso teste para descobrir como você lida com o dinheiro
Carla Aranha E Isabella D’Ercole
Emprestar dinheiro a quem precisa, dar prioridade à família, ficar feliz por ter um emprego, ainda que ele não seja excelente. Louváveis à primeira vista, essas atitudes podem colocar em risco a saúde das suas finanças. Mesmo as mulheres mais preparadas muitas vezes acabam cuidando mal de seus recursos – ou, pelo menos, não tão bem quanto poderiam – justamente por ser altruístas demais e dar mais importância aos outros do que a si mesmas, entre diversos erros que às vezes passam batidos. CLAUDIA investigou as dez maiores derrapadas que cometemos sem perceber e aponta caminhos para o sossego financeiro.
1 - Pensar mais nos filhos
Amar e cuidar são os pilares de qualquer família. Mas será mesmo necessário matricular os filhos na escola mais cara e oferecer a eles tantos cursos? Se isso significa sacrificar as economias que você poderia fazer para a sua aposentadoria privada, pense duas vezes. Ao agir assim, é provável que, quando parar de trabalhar, não tenha renda própria e passe a depender dos filhos. Para a financista Eliana Bussinger, autora do livro As Leis do Dinheiro para Mulheres (Editora Campus), essa postura pode causar conflitos familiares mais tarde. Pior ainda: transferir o próprio sustento para outras pessoas é sempre um grande risco.
2 - Não saber dizer “não”
Qual é a sua reação quando uma amiga ou um parente pede dinheiro emprestado? Dá um jeito de quebrar o galho, não é? Para a psicóloga Lana Harari, terapeuta de casais e família, a maioria das mulheres tem dificuldade em dizer “não” nessas situações. “Se você é rica e pode colaborar, ótimo. Senão, é melhor pesar se aquele valor vai lhe fazer falta e, se for o caso, avisar que não pode e pronto”, diz. Não precisa ficar oferecendo justificativas: o dinheiro é seu e você tem todo o direito de não emprestá-lo. Educadamente, diga apenas: “Sinto muito, mas não posso”.
3 - Casar sem refletir bem antes
Vai casar? Parabéns. Mas, antes de assinar a certidão, vale a pena checar se o candidato a marido é um bom pagador e não tem dívidas. No regime de comunhão parcial de bens, o mais comum, em caso de separação – é triste, mas pode acontecer – tudo o que vocês possuem será dividido igualmente, inclusive as pendências financeiras. Se as dívidas foram feitas antes do casamento, o outro cônjuge não tem de pagar a metade delas nem os juros. “De todo modo, é preciso ver bem qual é o perfil financeiro dele”, avisa Eliana Bussinger. O alerta se aplica às uniões estáveis, em que, mesmo sem formalização em cartório, duas pessoas dividem o mesmo teto como casal.
4 - Não pechinchar no banco
Que tal pedir para diminuir as taxas de administração e, assim, aumentar o retorno de seu investimento? “Os homens costumam fazer isso, mas as mulheres, não, até por inexperiência. Se você ficar quieta, instituição financeira nenhuma vai baixar o valor que cobra de sua conta”, diz Alexandra Almawi, gerente comercial da Lerosa Investimentos, em São Paulo.
5 - Poupar só no fim do mês
O problema é que, aí, o dinheiro já acabou. A sugestão dos especialistas é separar uma quantia assim que receber o salário. Mesmo que você só disponha de 50 reais, já vale. “Seu dinheiro vai render, ainda que as aplicações mensais sejam mais tímidas”, garante Alexandra Almawi.
6 - Contentar-se com pouco
Salário razoável, um bom cargo e colegas de trabalho cordiais. Parece tudo certo? Errado. “Não se contente com remunerações medianas se acredita que merece mais por sua experiência e qualificação”, alerta a psicóloga Lana Harari. “Peça aumento e, se não conseguir, tente melhorar a renda com atividades extras ou procure outro emprego”, recomenda.
7 - Misturar os gastos
Um erro comum entre empresárias novatas é não separar custos menores da empresa – como almoços com clientes e tíquetes de estacionamento – das contas pessoais. Resultado: a empreendedora fica sem saber de fato quais são os gastos da companhia, o que atrapalha o cálculo do lucro, que é uma subtração entre o dinheiro que entra e o que sai. “Isso prejudica muito o planejamento financeiro e pode resultar em margens de lucro falsas”, diz Etel Tomas, administradora e analista técnica do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
8 - Não sonhar com bens materiais
“Nas palestras que dou, pergunto à audiência feminina com o que as mulheres sonham. Elas sempre respondem que querem que os filhos sejam felizes e que o marido continue amando-as. Bem diferente dos homens, que querem carro, casa etc.”, observa Eliana Bussinger. Os bens materiais fazem parte da vida, e, ao desejar conquistá-los, nos esforçamos para poupar, investir bem o que ganhamos e alcançar um objetivo. Portanto, nada de pensar apenas no amor e na paz mundial – isso é importante, mas não impede que você tenha desejos palpáveis.
9 - Prender-se a mitos familiares
Muitas mulheres cansaram de ouvir quando pequenas e adolescentes frases como: “Você não pode ter tudo o que quer”, “Dinheiro não cresce em árvore” ou “Você precisa de um marido que lhe dê segurança”. Faz parte da cultura machista não acreditar que as moças podem se dar bem sem a presença de um homem”, diz a psicóloga Lana Harari. Mas o que valia para a sua mãe pode não ser bom para você. Procure se livrar de crenças familiares para definir o próprio caminho e prosperar, do seu jeito.
10 - Delegar demais
Quem cuida da sua renda: você mesma, seu marido ou seu pai? “Grande parte das mulheres delega essa função, até porque está sempre superocupada com a casa, os filhos, o trabalho, cursos, cuidados pessoais etc. Mas nós é que temos que decidir como queremos que os nossos recursos cresçam. Afinal, somos adultas e independentes”, alerta Eliana Bussinger. Mesmo que seja casada, não deixe de pensar em como você gostaria que aquela sobra financeira fosse aplicada. Pesquise em sites, leia revistas especializadas e se informe ao máximo para tomar essa decisão. Claro que pode haver uma conta conjunta para gerir a vida da família, mas é essencial ter o próprio dinheiro e investi-lo bem, tomando as rédeas de seus recursos.
http://claudia.abril.com.br/materias/4475/?sh=28&cnl=22
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