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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Obesidade: o que a mantém

Correio BRAZILIENSE

Obesidade: o que a mantém
Um alerta importante contra o uso dos remédios para emagrecer e dos adoçantes também
Por Dra. Meira Souza*




Hoje atendi uma paciente muito especial, uma jovem estudante de medicina com aquele olhar encantador dos jovens cheios de sonhos.

Ela confidenciou-me que é muito ansiosa e que desde que começou fazer medicina, engordou 20 kg. O curso de medicina coincidiu com a saída de casa para morar sozinha. Como não gosta de cozinhar, começou a comprar alimentos prontos e apoiou sua alimentação muito mais em lanches do que em refeições.

Durante nossa conversa, ficou muito claro que a ansiedade realmente tirava-lhe muito a qualidade de vida. Ela também disse que precisava emagrecer para ir a uma festa e fez uso de remédio para emagrecer (aquelas fórmulas horrorosas que fazem muito mal) emagreceu 8 quilos, porém já engordou tudo de novo. Tem uma irmã que já fez cirurgia do estômago e que as suas amigas tomam remédio para emagrecer e se mantêm magras com o remédio e que a estimularam a tomar o medicamento novamente emagrecer e depois controlar com dieta. Mas que ela, sinceramente, não gostaria de seguir este caminho, pois já percebeu que não funciona.

Ao longo da conversa, a estudante também disse que tem vários tios diabéticos e que sempre usou adoçante. Sem precisar aprofundar muito a avaliação clínica desta linda jovem, podemos perceber vários equívocos, que, infelizmente, são extremamente comuns.

Apesar de estar 20 quilos acima do peso, eu não a chamaria de obesa, diria que está com sobrepeso. Nada que uma melhor organização da alimentação não pudesse resolver, mas diante do apelo pela magreza que essa garota fez foi tomar medicamentos que devemos deixar bem claro que são considerados proibidos pelo Conselho Federal de Medicina. Antes de qualquer outra medida, foi essa a solução apresentada para ela. Essa medicação precisa ser prescrita por médicos, ou seja, temos médicos que se dispõem a iludir essa meninas. Isso é mais assustador ainda. E considerarmos que isso é rotina entre suas amigas, também estudantes de medicina, apavora-me mais ainda.

Sempre digo às pessoas que me procuram desejando ficar magras e usando remédios para emagrecer, que se existisse uma pílula do emagrecimento, não existia gente obesa no mundo.
Mas todas elas caem na mesma cilada, tomam as fórmulas para dar um impulso e se iludem que vão conseguir manter, esquecendo-se que essas medicações emagrecem porque causam um grande distúrbio metabólico, estimulam glândulas a funcionarem em ritmo mais acelerado, e isso acaba gerando inclusive, após parar de tomar a medicação, uma dificuldade muito maior em conquistar o peso ideal, e como já experimentou sentir-se magra, volta para as perigosas fórmulas como se fossem a única solução, até chegarem a uma atitude mais drástica de operar o estômago.

Nesta história ainda há um outro detalhe que preciso mencionar, que é o fato de esta jovem tomar adoçante desde a infância, como se tivesse fazendo uma coisa muito bacana. Precisamos parar de buscar soluções mágicas: o adoçante foi criado para diabéticos que não produzem insulina, portanto não converter glicose, para eles terem uma vida mais doce, o que a meu ver não foi uma boa idéia, mas isso é assunto para outro texto. Mas precisamos entender que não se trata somente do açúcar. Outros alimentos possuem índice glicêmico altíssimo, e não dá mais para ignorar o quando o uso de adoçante é gerador de ansiedade por causa de uma hiperestimulação de receptores cerebral. E algo que eu quero deixar aqui para reflexão: meus paciente usuários de adoçante são pacientes que têm pavor de se imaginarem usando açúcar, são em regra, ansiosos e , pasmem, OBESOS.

Vale a pena começar a pensar se o adoçante pode ser considerado um recurso para se manter magro.

*Dra. Meira Souza
Médica especialista em Tratamento da Dor
e Construção da Saúde.
CRM/MG 27345
www.clinicameira.med.br


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sessao_38/2010/07/14/ficha_mundoela_saude/
id_sessao=38&id_noticia=26210/
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