Tempo de repouso durante jornada melhora rendimento
Falta de organização pode tomar mais tempo do que pausa para descanso, diz especialista
Amariles Leite Pimenta, da Totvs, em pausa fixada pela empresa
SÍLVIA HAIDAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As pausas intrajornada, feitas durante o horário de trabalho, servem para que o empregado possa descansar e se alimentar. Mais do que atender a essas necessidades, as empresas começam a ver nessas interrupções uma maneira de aumentar a produtividade.
Para isso, a tendência é que as companhias flexibilizem cada vez mais os intervalos, afirma Maria José Tonelli, psicóloga e professora de comportamento organizacional da FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas).
De acordo com Tonelli, as pausas podem ser organizadas ou livres. "Não importa se é apenas um tempo de descanso ou se a empresa oferece alongamento e outras atividades, o essencial é que haja uma trégua."
Luiz Affonso Romano, consultor empresarial e presidente do IBCO (Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização), reitera que os intervalos são fundamentais para melhorar o rendimento. "Todos nós precisamos de um tempo para repor as energias", ressalta.
O cansaço causado pelo trânsito e a desorganização no ambiente de trabalho, diz Romano, atrapalham mais do que os minutos de repouso.
"Os telefonemas que não conseguimos desligar e as reuniões sem pauta definida furtam mais tempo útil que uma parada programada para fumar um cigarro", sublinha.
Desempenho
Na Totvs (desenvolvimento de software), faz dez anos que os 2.000 funcionários da unidade paulistana têm a mesma rotina: duas vezes ao dia, às 10h e às 15h30, eles interrompem as tarefas e vão tomar café em um dos três quiosques da firma, que são decorados com fotos dos trabalhadores.
Maria de Fátima Albuquerque, diretora de relações humanas, conta que, desde a implantação das paradas, o desempenho dos empregados melhorou tanto que há projetos para estabelecer intervalos fixos em outras instalações da companhia.
Segundo Tonelli, quando não há pausas, os trabalhadores encontram outros meios de lidar com o estresse. "Em uma equipe, um pode cobrir o outro para dar uma paradinha; se não é possível sair da mesa, dá para se alongar, navegar na internet e se distrair um pouco."
Para a professora, a pessoa estar sentada em frente ao computador não significa que ela esteja trabalhando. "Às vezes, é só o corpo presente."
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