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domingo, 27 de junho de 2010

Leis de Ranganathan
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa
As leis de Ranganathan são cinco leis fundamentais instituidas para a Biblioteconomia pelo pensador indiano Shiyali Ramamritam e que vigoram até os dias atuais. Ranganathan era um professor de matemática indiano interessado em biblioteconomia que cursou na Inglaterra. Foi autor do livro "The Five Laws of Library Science" (1931), formado na Inglaterra, aborda pontos importantíssimos da Biblioteconomia moderna com suas cinco Leis.

Estas leis podem ser resumidas da seguinte forma:

1.Os livros são para serem usados - o livro é um meio que impulsiona o conhecimento. E podemos observar a importância de uma biblioteca na seguinte frase: "quem tem informação, tem poder". Aponta para o livro como um meio e não como tendo um fim em si mesmo.
2.Todo leitor tem seu livro - o bibliotecário deve fazer o estudo dos usuários, observando a clientela para preparar o acervo. Aponta para a seleção de acordo com o perfil do usuário.
3.Todo livro tem seu leitor - refere-se a disseminação da informação, em que se deve divulgar os livros existentes em cada biblioteca. Aponta para a importância da divulgação do livro, sua disseminação, antecipando a estética da recepção.
4.Poupe o tempo do leitor - a arrumação e catalogação dos documentos diminui o tempo necessário para encontrar a informação desejada. Aponta para o livre acesso às estantes, o serviço de referência e a simplificação dos processos técnicos.
5.Uma biblioteca é um organismo em crescimento - o bibliotecário deve controlar esse crescimento, verificando qual a informação que está sendo usada, através de estatísticas da consulta e empréstimo. Decorre da explosão bibliográfica que exige atualização das coleções e previsão do crescimento da área ocupada pela biblioteca.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Ranganathan



Aplicação das Leis de Ranganathan a WebPublicado em 26|09|2005 por ExtraLibris



Aplicação das Leis de Ranganathan a Web
AliReza Noruzi
Depto. de Ciência da Informação, Universidade Paul Cézanne, Marselha, França.
Tradução de Moreno Barros
Introdução
A World Wide Web é um sistema de Internet que distribui informação gráfica vinculada baseada no protocolo de transferência de hipertexto (HTTP – hypertext transfer protocol). A Web é o sistema global de hipertextos que disponibiliza acesso a documentos escritos em um script chamado Hypertext Markup Language (HTML), que permite que seu conteúdo seja interligado, local ou remotamente. A Web foi concebida em 1989 por Tim Berners-Lee, no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN), em Genebra (Noruzi, 2004).
Vivemos tempos excitantes. A Web, cuja história remete a meros 12 anos, figurará certamente entre as mais importantes e influentes tecnologias deste novo século. A revolução da informação não apenas concede o combustível tecnológico que guia a Web, mas abastece uma demanda sem precedentes por armazenamento, organização, disseminação e acesso à informação. Se informação é o ativo do conhecimento econômico, a Web será o banco onde este ativo será investido. É um grande valor agregado da Rede que seus usuários possam acessar eletronicamente recursos online, que para qualquer pessoa não estão contidos nas tradicionais coleções em papel. A Web fornece materiais e os torna acessíveis online, para que possam ser utilizados. Essa é a real diferença entre a Web e as bibliotecas. Além do mais, webmasters constroem coleções eletrônicas não por vaidade, e sim para uso.
É de interesse da Web que seus cibercidadãos (usuários) utilizem seus recursos para diversas finalidades: educação, recreação criativa, justiça social, liberdade democrática, melhoria da economia e negócios, suporte à alfabetização, educação continuada, enriquecimento cultural etc. O resultado desse uso é a melhoria individual e da comunidade em que vivemos – o bem estar social, cultural, econômico e ambiental de nosso planeta. A Web precisa, então, reconhecer e ir ao encontro da necessidade de informação de seus usuários e fornecer amplos serviços conectados em sua rede.
As Cinco Leis da Biblioteconomia
Shiyali Ramamrita Ranganathan (1892-1972) era considerado o pai da Biblioteconomia na Índia. Ele desenvolveu o que tem sido amplamente aceito como a constatação definitiva do serviço de biblioteca ideal. Suas ‘Cinco Leis da Biblioteconomia’ (1931) é um clássico da literatura especializada, atual hoje tal qual em 1931. Essas breves constatações permanecem válidas – em substância se não em expressão – hoje como quando foram promulgadas, representando concisamente o serviço ideal e filosofia de organização de muitas bibliotecas de hoje:
1. Livros são para uso.
2. Para cada leitor, seu livro.
3. Para cada livro, seu leitor.
4. Poupe o tempo do leitor.
5. A Biblioteca é um organismo em crescimento.
Apesar de essas definições parecerem óbvias hoje, elas certamente não eram para bibliotecários no início do século passado. A atual tradição de bibliotecas democráticas de que desfrutamos emergiu nos Estados Unidos e na Inglaterra somente no final do Século XIX (Sayers, 1957). Para Ranganathan e seus seguidores, essas cinco leis foram um primeiro passo no sentido de colocar o trabalho da biblioteca em uma base científica, fornecendo princípios gerais a partir dos quais todas as demais práticas pudessem ser deduzidas (Garfield, 1984).
Em 1992, James R. Rettig estabeleceu uma Sexta Lei, uma extensão das leis de Ranganathan. Ele concebeu a Sexta Lei “A cada leitor, sua liberdade”, aplicável somente para o tipo de serviço (i.e., instrução ou fornecimento de informação).
Novas tecnologias de comunicação e informação sugerem que o escopo das leis de Ranganathan podem ser estendidas apropriadamente a Web. Hoje em dia, as mesmas cinco leis são discutidas e reutilizadas em vários contextos distintos. Desde 1992, centenário de nascimento de Ranganathan, diversos acadêmicos modernos da Biblioteconomia tentaram atualizar suas cinco leis, ou apenas modificaram suas nomenclaturas para outros propósitos.
“Livro, leitor e biblioteca” são os elementos básicos das leis de Ranganathan. Mesmo se substituirmos essas palavras-chave por outros elementos, as leis continuam tendo sentido. Baseados nas leis de Ranganathan, vários pesquisadores apresentaram diferentes princípios e leis. Dentre estes, ‘Cinco Novas Leis da Biblioteconomia’, de Michael Gorman (1995); ‘Princípios da educação à distância’, de Sanjaya Mishra (1998); ‘Cinco Leis da biblioteca software’, de Mentor Cana (2003); ‘Cinco Leis da Biblioteconomia infantil’, de Virginia A. Walter (2004); ‘Cinco Leis da Conectividade da Web’, de Lennart Björneborn (2004) e ‘Cinco Leis da ação diversidade/afirmativa’, de Tracie D. Hall (2004).
As leis de Gorman são as mais conhecidas. Ele reinterpretou as leis de Ranganathan no contexto atual da biblioteca e seu provável futuro. Michael Gorman nos forneceu suas cinco novas leis da Biblioteconomia:
1. Bibliotecas servem a humanidade.
2. Respeite todas as formas pelas quais o conhecimento é transmitido.
3. Utilize inteligência tecnológica para melhoria de serviço.
4. Proteja acesso livre ao conhecimento.
5. Honre o passado e crie o futuro (Crawford & Gorman, 1995).
Gorman (1998a,b) acredita que S.R. Ranganathan inventou o termo Biblioteconomia e conseguiu demonstrar de uma bela maneira como suas leis são aplicáveis aos problemas e desafios futuros que bibliotecários irão enfrentar. As leis de Gorman não são uma revisão das leis de Ranganathan, mas um conjunto separado e diferenciado, sob o ponto de vista da prática biblioteconômica em uma sociedade tecnológica (Middleton, 1999).
Ainda, baseado nas leis de Ranganathan, Jim Thompson (1992), protestando contra os serviços de uma biblioteca, revisou-as para as seguintes constatações:
1. Lucros são para o lucro.
2. Para cada leitor sua conta.
3. Para cada cópia sua conta.
4. Tire dinheiro do leitor.
5. A biblioteca é um organismo mercenário.
Independentemente do olhar para as leis originais de Ranganathan ou qualquer uma de suas novas interpretações, uma idéia central é imediatamente clara: Bibliotecas e Web existem para servir às demandas informacionais das pessoas.
As Cinco Leis da Web
As ‘Cinco Leis da Web’ são inspiradas nas ‘Cinco Leis da Biblioteconomia’ que foram as sementes para toda a prática de Ranganathan. Essas leis formam a fundação para a Web, definindo suas exigências mínimas. Apesar de as leis parecerem simples em uma primeira leitura, atente para as conversações na Web e de que modo essas leis sumarizam precisamente muito daquilo em que a comunidade web acredita. Ainda que pareçam definições simples, essas leis são imensamente profundas e flexíveis. São elas:
1. Recursos web são para uso.
2. Para cada usuário, seu recurso web.
3. Para cada recurso web, seu usuário.
4. Poupe o tempo do usuário.
5. A Web é um organismo em crescimento.
A Web consiste de contribuições de todos os que desejam contribuir, e a qualidade de informação ou valor de conhecimento é opaco, devido à falta de qualquer revisão entre pares. De qualquer forma, a Web é um desestruturado e altamente complexo conglomerado contendo todo os tipos de distribuidores de informação produzidos por todos os tipos de pessoas e pesquisado por todos os tipos de usuários (Björneborn & Ingwersen, 2001).
Essa nova versão revista das leis de Ranganathan nos dá a base para a profissão dos bibliotecários exatamente como o original de 1931 fez. A Web existe para auxiliar seus usuários a alcançar sucesso através do fornecimento de informação em suporte com a comunidade mundial. Demandas por informação encontram-se em páginas web e documentos apropriados para usuários da Rede. Na verdade, as Cinco Leis da Web são realmente as fundações para qualquer sistema informacional de uso amigável na Rede. O que elas exigem é acesso universal como um direito da cibercidadania na era da informação. Como a maioria das leis, elas parecem simples até que você pense sobre elas. Explicamos cada uma aqui:
1. Recursos web são para uso
A Web foi concebida para ir ao encontro da necessidade humana de compartilhar recursos informacionais, conhecimento e experiência. Webmasters querem que as pessoas interajam com seus websites e páginas, que “cliquem” neles, leiam, imprimam se desejarem e se divirtam. Websites não são estátuas ou templos que os usuários admiram à distância. Essa lei implica em que a Web seja para uso e aprendizagem e a informação esteja lá para ser utilizada. Essa lei é muito importante por que a informação não serve de nada se não utilizada ou pelo menos disponível para que as pessoas tentem aprender algo com ela. O papel da Web é funcionar para o indivíduo, a comunidade e os serviços e maximizar a utilidade social no processo de comunicação.
A ética dominante da Web é servir à sociedade em geral. A questão “como essa mudança irá melhorar o serviço que a Web nos fornece melhor?” é uma ferramenta analítica muito efetiva. Outro aspecto dessa lei é sua ênfase na missão do uso tanto pelo indivíduo ávido na procura pela verdade como pelos maiores objetivos e aspirações da sociedade. Então “informação é para uso e não deve ser escondida ou alterada por pessoas” (Middleton, 1999).
A Web é central para a liberdade intelectual, social e política. Uma sociedade verdadeiramente livre sem a Web livremente disponível para todos é uma contradição. Uma sociedade que censura a Web é uma sociedade aberta à tirania. Por essa razão, a Web precisa conter e preservar todos os registros de todas as sociedades, comunidades e línguas e tornar estes registros disponíveis a todos. Nós devemos dar ênfase ao livre acesso à informação. Antigas páginas web devem ser protegidas pelo Internet Archive (http://www.archive.org) e bibliotecas nacionais para o seus futuros usuários. A Web do futuro precisa ser uma que retenha não apenas o melhor do passado, mas também um senso de história própria e de comunicação acadêmica.
A Web precisa adquirir materiais e os tornar acessíveis para que possam ser utilizados. A Web precisa ser acessível a seus usuários. Um webmaster que tenha fé nessa lei é feliz apenas quando os usuários lêem e usam suas páginas. Assim como alguns webmasters que atualmente fecham seus arquivos através de sistemas protegidos por senhas, e outros que cobram taxas de adesão e multas, a lei um adverte severamente: Recursos web são para uso.
Aquilo que estamos produzindo e distribuindo via Web e a qualidade em que estamos executando esse processo, são os resultados tangíveis da Web. Então qual é a melhor prática agora e o que isso indica para o futuro da Web?
Exatamente como a Primeira Lei de Newton sobre o movimento (“um corpo em repouso permanece em repouso até que seja atingido por uma força externa”) é uma constatação óbvia, a primeira lei da Web também estabelece um princípio elementar óbvio. Mesmo assim, é uma lei que é freqüentemente violada na prática de uso da Web. Bibliotecas medievais e monásticas, como um exemplo extremo, tinham seus livros acorrentados às estantes. Os livros literalmente eram presos às estantes com grossas correntes e poderiam ser utilizados naquele local apenas. Obviamente, esse método era utilizado primariamente para preservação dos livros. Por outro lado, poderia ser argumentado que esse método de acesso controlado aos livros prevenia roubos, que assim entendido, tinham conseqüentemente o seu uso facilitado.
Mas não é necessário que se volte aos tempos medievais para encontrar maneiras pelas quais os bibliotecários obstruem o uso de materiais da biblioteca. Limitar o acesso a livros e recursos informacionais prevaleceu no tempo, e existe ainda hoje. Manter coleções especiais na Web com acesso limitado; armazenar materiais off-site; restringir acesso a recursos web através de assinaturas, tarifas, ou mesmo selecionar materiais que por contrato limitem o uso a classes particulares de usuários (como quando as bibliotecas públicas ou bibliotecas que são abertas ao público, eliminam recursos impressos em favor de versões eletrônicas de materiais que são acessíveis apenas para certos usuários com senhas) são todos equivalentes modernos do acorrentamento de livros às estantes (Leiter, 2003). E tudo remete à questão de se a Web está aderindo à primeira lei: Recursos web são para uso.
Outro aspecto da primeira lei é saber se a Web é voltada para os serviços ou se é voltada para nada simplesmente. Para se extinguir as recompensas dos serviços, a Web precisa identificar os benefícios que a sociedade pode racionalmente esperar e então projetar as razões em prol desses benefícios. Serviços sempre têm um propósito e, é claro, um preço, e a Web tem um propósito. Se os recursos da Rede são para uso, o que acontece com recursos não utilizados?
A Web se baseia na orientação do usuário para justificar e desenvolver suas operações. Suominen (2002) chamou a isto “usuarização”. Resumindo, distingue-se entre a orientação do usuário valiosa e eficiente em uma mão e a usuarização ideológica, preconceituosa e ingênua em outra. Alguém pode argumentar que os interesses dos usuários são assumidamente auto-evidentes, como a única razão fundamental possível para as operações da Web, até o limite onde outras razões fundamentais são até consideradas. Isso pode ser ilustrado com um simples exemplo. Existe algo particularmente convincente no que concerne a
1. A Web existe para os usuários. Assim, o interesse dos usuários precisa ser a base das operações da Web;
2. A Web existe para pesquisadores e escritores, então os interesses de pesquisadores e escritores devem ser centrais nas políticas da Web;
3. A Web existe para a sociedade, e deve servir aos interesses da sociedade.
Pode-se argumentar que essas três afirmações não são mutuamente exclusivas, na certeza de que os interesses da sociedade são os interesses dos cibercidadãos, de modo que as constatações 1 e 2 estão incluídas na constatação 3.
Essa lei dita o desenvolvimento de sistemas que acomodam o uso dos recursos da Rede. Por exemplo, atualização e indexação regular de recursos de websites facilitam o uso de recursos locais e da Web em geral.
2. Para cada usuário, seu recurso web
Essa lei tem muitas importantes implicações para a Web. Ela revela a necessidade fundamental do balanceamento entre produzir recursos da Rede e o direito básico de todos os usuários terem acesso aos recursos produzidos de que precisem em qualquer parte do mundo. Isso torna a difusão e a disseminação muito importantes; cada recurso web deveria ter em mente um usuário em potencial.
Um website precisa formular políticas de acesso que assegurem que a coleção que está construindo e mantendo é apropriada e adequada para suprir as expectativas de sua comunidade de usuários. Em outras palavras, a coleção precisa ser condizente com a sua missão. Um website precisa dispor recursos apropriados às necessidades de todos os seus usuários. Qualquer website que limite o acesso de qualquer maneira precisa assegurar-se de que essa restrição não restringe o acesso adequado à coleção pelos usuários aos quais o website foi direcionado a servir. Políticas de acesso também possuem implicações para máquinas de busca.
Entretanto, existe um aspecto ainda mais prático dessa lei. Webmasters precisam conhecer seus usuários se são quem os proverão de materiais em resposta às suas necessidades de pesquisa e leitura. Uma responsabilidade, conseqüentemente, de qualquer webmaster, é a de instruir e guiar usuários no processo de busca por documentos na Web de que eles precisem para a pesquisa, a educação ou o lazer. Claramente, é papel dos webmasters conhecer seus usuários, conhecer os recursos da Rede e auxiliar ativamente na busca e resgate para qualquer usuário de seu recurso web, além de auxiliar as máquinas de busca no processo de indexação de websites. Webmasters precisam se questionar:
· Quem poderá querer acessar recursos informacionais?
· Quem vai ou não ter acesso?
· Quais são as questões envolvendo acesso a impressos, senhas etc.?
Webmasters precisam entender que usuários de websites, eles inclusos, utilizam e validam diferentes significados de comunicação na busca por conhecimentos, informação e entretenimento. Websites precisam dar valor a todos os meio de preservação e comunicação dos registros e conquistas da mente e do coração humanos. Essa segunda lei dita que a Web serve a todos usuários, independentemente de classe social, sexo, idade, grupo étnico, religião ou qualquer outro fator. Todo cibercidadão tem direito à informação. Webmasters e desenvolvedores de máquinas de busca devem dar seu máximo para ir ao encontro das necessidades dos cibercidadãos.
3. Para cada recurso web, seu usuário
Quando um usuário da Rede pesquisa na Web ou ganha acesso aos seus serviços, alguns recursos da Rede irão suprir suas necessidades. É responsabilidade do webmaster assegurar que a conexão entre o usuário e os recursos web é realizada e que a conexão seja a mais prática, fácil e veloz possível. Combinações apropriadas de documentos em um website são também importantes para que se alcance o objetivo dessa terceira lei.
Se um recurso web é secretamente publicado por um website, e a sua difusão e disseminação por outro lado mantiverem segredo, o recurso da rede poderá não ser descoberto e resgatado até que o usuário atinja uma crise em sua pesquisa. Nesse momento, um usuário frustrado poderá procurar auxílio de um webmaster ou alguém que tenha conhecimento do recurso web procurado, ou poderá simplesmente tropeçar sobre a descoberta por acidente. Enquanto ambos os cenários representam um final feliz para os esforços do usuário, eles não representam o melhor modelo de serviço de rede. E na pior das hipóteses, o recurso da rede pode continuar invisível indefinidamente.
Como um webmaster pode encontrar um usuário para cada recurso web? Existem muitas maneiras em que um website pode trabalhar ativamente para conectar seus recursos com seus usuários:
· Distribuição de novos recursos de rede através de listas, listservers e grupos de discussão;
· Criar uma lista de novos recursos de rede na home page do site etc.;
· Emitir recursos para máquinas de busca e diretórios populares, que é a maneira mais comum de se indexar os novos recursos de um website.
O uso de um índice/mapa estruturado, bem organizado e mais categorizado é uma necessidade, já que assegura uniformidade de tratamento de vários recursos da Rede em tópicos similares. Deve ser simples e fácil de usar. Isso é algo que a maioria dos webmasters acha que já fez, mas os mapas de seus sites não são sempre claros e fáceis de usar. Também importante é um link correto para o recurso web, posto que erros de links e indexação de um recurso podem torná-lo invisível ao usuário e, para todas as razões práticas, perdido. Para auxiliar os usuários no encontro de recursos que são relacionados em tópicos, webmasters devem utilizar links de navegação.
O ponto aqui é que webmasters devem adicionar conteúdo tendo em mente as necessidades do usuário, e devem ter certeza que os usuários podem encontrar com facilidade o conteúdo que procuram. Os webmasters devem se certificar que seu conteúdo é algo que os usuários identificaram como necessidade e, ao mesmo tempo, assegurar-se de que o site não esteja desordenado a ponto de o conteúdo não chamar a atenção de ninguém (Steckel, 2002). Webmasters precisam continuar adicionando conteúdo único aos seus websites, por que alta qualidade de conteúdo é tudo.
Essa terceira lei é a mais sensível, e é consistentemente quebrada pela maioria dos webmasters e editores web na maioria dos assuntos. Essa lei estipula que um recurso web existe para qualquer usuário, e que esse recurso deve ser bem descrito e indexado nos indexadores das máquinas de busca, apresentado em uma maneira atrativa no site e imediatamente disponível aos usuários. Essa lei leva naturalmente a práticas como acesso livre, ao contrário de acesso restrito, uma organização coerente do site, um mapa de navegação adequado e uma máquina de busca para cada site. “Deve ser fácil para os usuários pesquisarem por informação em qualquer página de um site. Cada página deveria incluir uma caixa de busca ou pelo menos um link para uma página de busca” (Google, 2003).
4. Poupe o tempo do usuário
Essa lei traz consigo o maior desafio aos administradores web, webmasters e designers de máquinas de busca. Webmasters precisam ter bastante claro em mente que o tempo dos usuários é precioso e muito importante. Um website precisa sempre formular políticas que beneficiem as necessidades informacionais dos usuários. Uma coleção de um website precisa ser desenhada e organizada de maneira que se evite a perda de tempo dos usuários enquanto pesquisam pelos recursos web de seu interesse.
Essa lei possui um componente de dois gumes (ter certeza que as pessoas encontrem rapidamente aquilo que estão procurando e ter certeza que os dados estejam estruturados de maneira que a informação seja recuperada rapidamente). É também imperativo que se compreenda quais objetivos os usuários pretendem alcançar em nosso site (Steckel, 2002).
Webmasters têm trabalhado para poupar o tempo dos usuários criando sites de utilização amigável. Quando um site é terminado, atualizado e testado com os usuários, os seus relatos serão de grande valia. Talvez a questão seja “o website é amigável ao usuário?” O webmaster deve pensar em como atrair usuários, desenvolver e fornecer para eles, se quiser satisfazer a comunidade web. Precisamos lembrar que o trabalho do webmaster é auxiliar o usuário a efetuar uma pesquisa eficiente e efetiva, atualizar websites e torná-los de fácil navegação. Assim, ambientes amigáveis e úteis são importantes.
Talvez essa lei não seja tão evidente quanto as outras. E por isso tenha sido responsável por várias reformas concernentes à administração de websites. Um website precisa examinar todos os aspectos de sua política, regras e sistemas de acordo com o simples critério que diz que poupar tempo de usuário é vital para a missão do website.
Existem outras maneiras de satisfazer essa lei. Um mapa do site bem planejado e executado salva tempo de usuário. Poupar tempo do usuário significa fornecer acesso eficiente e ininterrupto aos recursos da Rede. Significa usuários satisfeitos. Essa é a primeira medida de sucesso do website; usuários frustrados ou desapontados mostram que o website falhou em seus objetivos e suas responsabilidades. Essa lei precisa ser reafirmada como: servir bem ao usuário.
Para salvar o tempo do usuário, websites precisam desenhar eficientemente sistemas que irão permitir que os usuários encontrem o que estão procurando de maneira eficiente e veloz, bem como explorar o vasto volume de coleções de informações disponíveis, que poderiam ser potencialmente úteis. A quarta lei enfatiza serviço eficiente aos usuários, o que implica em um bom design e mapas/índices nos websites fáceis de serem usados.
5. A Web é um organismo em crescimento
A Web reflete as mudanças do nosso mundo e continuará crescendo enquanto vivemos e enriquecemos nossas vidas. É de fato um organismo em crescimento. Nós precisamos planejar e construir com a expectativa de que a Web e seus usuários irão crescer e se transformar ao longo de tempo. Similarmente, precisamos manter nossas habilidades em ritmo crescente (Steckel, 2002).
A Web apresenta um dilema interessante aos bibliotecários. Atualmente, enquanto somente 50.000 livros são publicados anualmente nos Estados Unidos, a World Wide Web possui um quadro crescente e mutante de aproximadamente 320 milhões de páginas na Rede. Quando um livro é publicado, ele já foi revisado por editores e, espera-se, possui valor. Ao contrário, quando uma página web é publicada, ela é simplesmente inserida em algum servidor. Não existem normas para a Web. Qualquer um pode publicar – e assim tem sido.
Bibliotecários podem executar um importante papel através de seleção e estabelecendo listas de links que os usuários podem sentir confiança em utilizar. Os infinitos recursos encontrados na Web se beneficiam da técnica que bibliotecários possuem em indexação e catalogação em certas áreas, bem como técnicas de pesquisa; vai ocorrer um aumento na demanda por essas habilidades de acordo com a necessidade dos usuários por mais valor nas pesquisam que conduzem (Syracuse University, 2004).
Hoje, o indexador do Google para a Web possui mais de 8 bilhões de páginas (Google, 2004) e a Web cresce a um índice elevado, fornecendo uma imensa fonte de informação para usuários e um grande potencial de clientela para os negócios presentes na Rede (Thelwall, 2000). O Internet Archive está construindo uma biblioteca digital de websites e outros artefatos culturais em formato digital. Como uma biblioteca tradicional, fornece livre acesso a pesquisadores, historiadores, acadêmicos e o público em geral. Sua coleção conta com 30 bilhões de páginas web. Sua máquina do tempo, que atualmente possui mais de 100 terabytes de dados e cresce a uma proporção de 12 terabytes por mês é a maior base de dados conhecida, contendo múltiplas cópias de toda publicação disponível na Web (Internet Archive, 2004). Por bem ou por mal, a Web possui um papel importante para todos os países e sociedades.
A quinta lei nos indica a última característica vital da Web e urge por um constante ajuste na maneira em que lidamos com a rede. A Web sempre crescerá e se transformará. Crescimento e mudança caminham juntos, e exigem flexibilidade no gerenciamento das coleções web no ciberespaço, na retenção e na expansão de usuários e na natureza de programas de rede. A coleção web cresce e se modifica. Tecnologias de informação mudam e as pessoas também. Essa quinta lei então reconhece que o crescimento ocorrerá indubitavelmente e precisa ser planejado para sistematização.
Discussão
As ‘Cinco Leis da Web’ ajudam na identificação da Web como uma poderosa inspiração para transformações tecnológicas, educacionais e sociais. O usuário é diretamente o centro das atenções nesse processo. Então, é somente entendendo as necessidades e características dos usuários que webmasters e designers de máquinas de busca podem construir ferramentas que auxiliem usuários a encontrar as respostas para suas necessidades de informação. Poupar o tempo do usuário através do fornecimento de mecanismos convenientes de acesso é a principal preocupação da Web. Além disso, alguns autores e webmasters gostam de compartilhar informação e conhecimento com outros através das páginas da Rede. Isso acontece por que a Web é para uso, e pode fornecer recursos informacionais dinâmicos para todos os tipos de usuários.
O crescimento recente da usuarização na crítica da Web pode ser entendida parcialmente como relacionada à visão neo-liberal prevalecente na sociedade. Quando humanos são reduzidos a clientes, consumidores ou usuários, a sociedade pode ser reduzida a um mercado. Uma crítica da usuarização é, porém, pertinente (Suominen, 2002).
Conclusão
O que devemos aprender com as ‘Cinco Leis da Web’? É nossa esperança que o leitor tenha ganhado duas coisas com esse artigo: primeiro, uma nova apreciação pelo trabalho do grande bibliotecário indiano; segundo, uma perspectiva renovada e apreciação sobre o nosso trabalho como profissionais da informação e bibliotecários. Nós iniciamos esse artigo com o questionamento “O que essas leis significam?”. As primeiras quatro refletem a linha de pensamento que chamamos de usuarização. De acordo com estas leis, a razão de ser da Web se baseia na sua relação entre usuários e utilização.
Essas leis são aplicáveis à prática corrente da Web, bem como serão para a Web de amanhã. Essas leis não são apenas aplicáveis a Web em geral, mas caracterizam o estabelecimento, melhoria e validação de serviços de bases de dados online e bibliotecas digitais. Essas cinco leis representam concisamente o ideal de serviço e filosofia organizacional da Web. Assim, podemos avaliar websites aplicando as Cinco Leis da Web.
Nós encerramos o artigo com outras questões para futuros leitores. Qual será a nova grande era da Web? A Web é uma força de civilização ou uma causa de exclusão? Um bastião de liberdade intelectual? Uma força vital de coesão social e cultural? O que quer que seja agora, irá assumir o papel essencial que as bibliotecas tiveram ao longo do tempo.
Agradecimentos
O autor deseja agradecer a Marjorie Sweetko por seus úteis comentários.
Referências
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Informações bibliográficas para citação deste artigo:
NORUZI, AliReza. Aplicação das Leis de Ranganathan a Web. ExtraLibris, 2005. Disponível em . Acesso em 14 mar. 2005.
Original: Noruzi, A. (2004). “Application of Ranganathan’s Laws to the Web”. Webology, 1(2), Article 8. Available at: http://www.webology.ir/2004/v1n2/a8.html
Obs.: Os textos traduzidos pela ExtraLibris têm suas citações e referências mantidas conforme os originais, que não necessariamente correspondem às normas oficiais nacionais. Dúvidas ou quaisquer observações devem ser remetidas diretamente aos tradutores, ou aos demais editores e leitores através da Lista virtual.
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