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sábado, 14 de agosto de 2010

Cálcio aminoácido quelato

Cálcio e osteoporose

Dra. Jussara E. F. Guerra Rodrigues*




As funções do cálcio estão diretamente relacionadas à formação dos ossos e dentes, além de participar no crescimento e ser um cofator regulador em várias reações bioquímicas.

Existe um consenso que a ingestão adequada de cálcio durante o desenvolvimento ósseo e, possivelmente na idade adulta e no envelhecimento, ajuda a prevenir a reabsorção óssea e a osteoporose. A oferta de cálcio dietético dever ser suficiente para manter normal suas concentrações séricas bem como os níveis do hormônio paratireóide (PTH). Por outro lado, a baixa ingestão resulta no aumento de reabsorção óssea (Celotti, 1999).

O consumo de cálcio no Brasil é muito baixo. A ingestão média de leite é em torno de 300 ml por dia, que fornece aproximadamente 30% das necessidades de cálcio. Outros alimentos não correspondem a 15% do cálcio diário total (Dutra-de-Oliveira, 1998). Se quantidades adequadas de cálcio não estão sendo fornecidas pela dieta, o cálcio será mobilizado dos ossos para a corrente sangüínea. Isto reduz o conteúdo desse mineral nos ossos, o qual aumentará a sua fragilidade.

De todos os fatores que sustentam os ossos, a proporção cálcio magnésio é de primordial importância. Quando a quantidade de magnésio no sangue diminui, os rins reajustam o equilíbrio retendo menos cálcio. Quanto mais magnésio for ingerido, maior será a quantidade de cálcio armazenada automaticamente pelo organismo. O metabolismo do cálcio e do magnésio estão intimamente relacionados. A absorção intestinal e a excreção renal de ambos são interdependentes.

Sem quantidades suficientes de magnésio e outros minerais, qualquer cálcio adicional não se depositará em torno dos ossos, mas sim em outros lugares, como nas paredes das artérias, por exemplo (Tanimura, 199-).
A osteoporose é uma das patologias mais prevalente associada com a com a idade e um dos maiores problemas de saúde pública. A perda da massa mineral óssea ocorre com o passar da idade e, nas mulheres, é muito mais acentuada nas primeiros anos após a menopausa, onde 54% têm osteoponia e 30% apresentam osteoporose (OMS). Assim, a deficiência estrogênica representa fator de risco independente no desenvolvimento da osteoporose (Fernandes, 2000).

Somente nos Estados Unidos, o total aproximado de fraturas osteoporóticas chega a 1,3 milhões, a um custo aproximado de 15 bilhões de dólares anuais. O mais grave é que dos 250 mil pacientes com fratura do colo do fêmur, 10-20% tiveram seu índice de mortalidade devido a doenças relacionadas a fraturas, 33% desses portadores de fratura do fêmur passam a Ter uma vida limitada e 19% ficam com incapacidade total e precisam de cuidados constantes. Portanto somente 28-35% dos idosos com fraturas osteoporóticas do fêmur voltam a Ter uma vida normal (Knoplich, 1996).


Cálcio e prevenção

O cálcio deve fazer parte de qualquer esquema preventivo ou terapêutico que se faça para a osteoporose (Fernandes, 1998). Existe um consenso que a ingestão adequada de cálcio durante o desenvolvimento ósseo e, possivelmente na idade adulta e no envelhecimento, ajuda a prevenir a reabsorção ósseo e a osteoporose. A oferta de cálcio dietético deve ser suficiente para manter normal suas concentrações séricas bem como os níveis de hormônio paratireoidiano (PTH). Por outro lado, a baixa ingestão resulta no aumento de reabsorção óssea (Celotti, 1999).

Recomenda-se uma elevada ingestão de cálcio, particularmente na idade de 11-24 anos (National Research Council, 1989), para obtenção do pico de massa óssea e, assim, prevenir a osteoporose (Hallberg, 1992).
O aumento na ingestão de cálcio pode compensar o impacto negativo da proteína dietética na excreção urinária de cálcio, promovendo um efeito favorável da no esqueleto em idosos (Dawson-Hughes B., 2003).

A suplementarão com cálcio (1000-1200mg) diminui a perda óssea relacionada a menopausa e reduz a taxa de frutas vertebrais e não vertebrais.

A suplementarão com cálcio também é associada ao exercício aumenta o status mineral ósseo em adolescente.


Deficiência de cálcio

Apresenta uma Ingestão Diária Recomendada (IDR – Portaria no. 33, 1998) relativamente alto quando comparada a maioria dos micronutrientes. Sua ingestão varia muito entre os indivíduos, e de acordo com os dados apresentados durante o “Public Health Services and Nutrition Examinations Surveys”, os homens de todas as idades têm ingestão de cálcio mais alta do que as mulheres. Entre as idades de 18 a 35 anos, 60 a 70% dos homens pesquisados tinham ingestão excedentes ao RDA. Em contrapartida, metade das mulheres com idade acima de 15 anos consumia menos que a recomendação; aos 35 anos essa proporção tinha aumentado para 75% (National Research Council, 1989).

De acordo com a National Food Consuption Survey, nenhum grupo de mulheres adultas apresentou uma ingestão de cálcio igual ou maior que o RDA de 800 mg.

Admite-se, que menos de 25% da população adulta apresente consumo adequado de cálcio. A maioria da mulheres recebe menos de 500mg de cálcio através da dieta, quantidade esta abaixo das recomendações nutricionais de 1-1,5g para mulheres na pré e pós-menopausa (Fernandes, 1998).

O consumo de cálcio no Brasil é muito baixo. A ingestão média de leite é em torno de 300 ml por dia, que fornece aproximadamente 30% das necessidades diárias de cálcio. Os demais alimentos não lácteos correspondem a 15% das necessidades totais (Dutra de Oliveira, 1998). Se quantidades adequadas de cálcio não estão sendo fornecidas pela dieta, o cálcio será mobilizado nos ossos para a corrente sanguínea. Isto reduz o conteúdo desse mineral nos ossos, o qual aumentará a sua fragilidade .


Biodisponibilidade

Existem muitos fatores que podem promover uma diminuição na absorção de cálcio. Por exemplo, o cálcio é mais solúvel em meio ácido e, consequentemente, mais rapidamente absorvido na parte superior do intestino. Àqueles que apresentam maior acidez e não consomem antiácidos, absorvem melhor o cálcio.
Enquanto permanecer solúvel, o cálcio pode ser quelado com uma proteína ligante (calcium-binding) encontrada na membrana das células intestinais. Uma vez que absorvido na célula, o cálcio deve ser transportado em seu interior por outra proteína, cuja produção depende da vitamina D.

Além disso, a formação de componentes insolúveis de cálcio no estômago e no intestino certamente reduzirão sua absorção. Esses componentes insolúveis podem ser formados quando consumimos produtos à base de cereais, como pão integral que contém ácido fítico; ou certos vegetais, como o espinafre, que contém ácido oxálico. O cálcio insolúvel também pode se formar se houver muita gordura na dieta, pois os ácidos graxos saponificam o cálcio no intestino, tornando-o insolúvel.

Por fim, se houver uma quantidade excessiva de magnésio, alumínio, fosfato ou enxofre de certos aminoácidos, a absorção de cálcio será menor, pois esses minerais interferem na ligação de cálcio à membrana da célula intestinal. Além disso, alguns podem formar um precipitado insolúvel com o cálcio. Nesse caso, nenhum mineral poderá ser absorvido.
O Instituto Nacional de Saúde (NIH) Consensus Development Panel on Optimal Calciun Intake está indicando uma quantidade ainda maior. Porém, uma consequência do alto consumo de cálcio, especialmente na hora da refeição ou com suplementos de multivitaminas e minerais, é uma inibição de, aproximadamente, metade da absorção de ferro.

O mecanismo de interação entre cálcio e ferro ainda não é conhecido. Alguns estudos demonstram que separar alimentos ricos em cálcio de alimentos ricos em ferro, pode prevenir a inibição do cálcio na absorção do ferro.

O cálcio de suplementos e dos alimentos diários (ex. leite, queijo) normalmente inibe a absorção de ferro quando adicionados à refeição. A questão sobre qual das fontes de cálcio potencializa o efeito inibitório do cálcio sobre a absorção do ferro vem sendo pesquisada por muitos. O cálcio na forma de cloreto de cálcio inibe a absorção do ferro heme, com absorção variando de 52 – 76% do controle.

O tempo do consumo de cálcio em relação ao ferro é importante. Em estudos recentes, foi encontrado que o efeito do cálcio na absorção do ferro era anulado se o cálcio fosse oferecido mais do que 1 hora depois do ferro. Os resultados destes estudos indicam um declínio mensurável na absorção do ferro quando a maioria da dieta de cálcio foi consumida juntamente com refeições que continham ferro. Aproximadamente 45% a mais de ferro foi absorvido nesse período quando cálcio foi ingerido junto a uma refeição pobre em ferro. Quando o cálcio não foi consumido numa refeição rica em ferro, 0,44mg a mais de ferro foi absorvido pelos pacientes. Os autores estimam que esta quantidade reduz a deficiência de ferro em 14% em mulheres jovens. A absorção máxima de ferro é obtida pela separação da ingestão de cálcio e ferro.

A interação entre cálcio e ferro está documentada em vários estudos e ocorre, principalmente, quando ambos são ingeridos juntos (Allen, Wood, 1994). Cook (1991) avaliou o efeito dos sais de cálcio comumente utilizados como suplemento sobre a absorção de ferro. Os resultados mostraram que 600 mg Ca/ dia na forma de citrato ou fosfato de cálcio, reduziram a absorção do ferro heme em 49% e a do ferro não heme em 62%. O mesmo ocorre a partir do cálcio de fontes alimentares (Reddy, 1997).

Composto de cálcio

Os suplementos de cálcio chamados de naturais como o de ostras, oyster shell, ou como a dolomita são inadequados pela sua baixa absorção e por serem uma fonte de metais tóxicos como o chumbo. O chumbo como se sabe, afeta o desenvolvimento do sistema nervoso e atua como alto gerador de radicais livres, sendo muito difícil sua eliminação do organismo. O citrtato de cálcio pode incrementar a absorção de alumínio.

O carbonato de cálcio possui uma absorção muito baixa, é insolúvel, e, estando iônico, interfere com a absorção de outros metais como por exemplo o ferro e o zinco.

Cálcio aminoácido quelato®

A absorção Cálcio aminoácido quelato, se dá por transporte ativo, o que dispensa a utilização da vitamina D. Além disso, é solúvel e independe do pH ácido do estômago para ser absorvido. Indivíduos com acloridria ou mesmo idosos que possuem pH mais alcalino, pode prejudicar a absorção de cálcio, através da formação de precipitados insolúveis.

As formas de cálcio comumente utilizadas para a suplementarão, são insolúveis e pobremente absorvidas. O carbonato de cálcio, por exemplo, é 50% menos absorvido que o cálcio quelato, e, estando no estado iônico, interfere na absorção, superando inclusive a absorção de cálcio do leite (Heaney, 1990) (Gráfico1).



Fonte: Heaney, R. P. Calcif Tiss Int. 46:300-4, 1990.

Principais Indicações

- Prevenção ou tratamento de osteoporose
- Osteopenia
- Osteomalácia

* Nutricionista especializada em nutrição clínica, mestranda em nutrição humana aplicada – USP, nutricionista responsável pelo CELANEM – Centro Latino Americano de Nutrição e Estudos Metabólicos.


Referências bibliográficas

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HALLBERG L, ROSSANDER-HULTHEN L, BRUNE M, GLEERUP A. Calcium and iron absorption: mechanism of action and nutritional importance. Eur J Clin Nutr 1992;26:317-2

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