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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

III Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico

Essa é a reflexão que faz Dave Nielsen, uma das atrações internacionais do Consegi 2010. Para ele, o termo não se refere a uma nova tecnologia, mas a um modelo de serviço que dá poder ao usuário. Já em Brasília, o idealizador do Cloud Camp concedeu uma entrevista ao Serpro. Confira.
Dave Nielsen é um profissional da indústria de Web Services com mais de seis anos de experiência na orientação de programas de alto nível para empresas como PayPal e Strikeiron. Ele também é membro da Cloud Computing Society. Nessa entrevista, Nielsen aborda questões relacionadas à computação em nuvem, seu conceito, aplicação e segurança.

O especialista participa do III Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi 2010), no dia 19 de agosto, com a palestra "State of the open cloud" (O estado da arte da nuvem aberta). Acesse o endereço www.consegi.gov.br, conheça a programação completa do evento e faça sua inscrição.


O que é computação em nuvem?
“Computação em nuvem” não é um conceito definitivo. Eu passei uma parcela significativa da minha experiência em eventos, em vários países do mundo, debatendo sobre o que seria esse fenômeno. De início lidávamos com uma definição que reunia apenas dois elementos principais: o código de seu software deve estar armazenado em hardware que não o seu e, o que é importante, outra pessoa gerencia o serviço para você. O NIST (instituto norte-americano de padrões e tecnologia) possui uma definição, mas com o viés governamental, além de outras limitações. Já empresas privadas têm usado o termo “nuvem” baseadas somente em questões de marketing, o que eu, pessoalmente, considero uma afronta aos consumidores.

A ideia de computação em nuvem passou por algum tipo de evolução?
Sem dúvida. Hoje, quando falamos sobre o tema, nos referimos não apenas a tecnologias específicas mas, também, a uma maneira diferente de se utilizar a própria tecnologia. Temos um novo tipo de usuário que obtém, ele mesmo, o serviço via internet. Outros elementos importantes são a medição e a automação dos serviços. Devemos poder auferir o uso, além de oferecer a possibilidade do serviço poder se ajustar automaticamente levando em conta, digamos, um aumento de demanda no natal. Chegamos, então, à definição de hoje, que leva em conta quatro elementos: armazenagem e gerenciamento alheio, auto-atendimento, medição do uso do serviço e processos de adaptação automáticos.

O mercado também adota esse mesmo conceito?
Eu já me encontrei com executivos da IBM, HP ou Unisys que gostam de dizer que computação em nuvem não é novidade. Eles afirmam, por exemplo, que já dispõem de tecnologias de virtualização há anos. Aí eu pergunto: é mesmo? Em qual endereço da internet eu posso acessar o serviço? Obviamente, o URL não existe. Esses executivos se esquecem que computação em nuvem, hoje, não se trata realmente de uma nova tecnologia mas, sim, um modelo que dá poder ao usuário.

Como funciona a questão do software livre versus proprietário em relação à computação em nuvem?
Na verdade eu gosto da disputa entre código aberto e código fechado, eu acho a concorrência saudável. Me lembra o debate entre escolas públicas e privadas nos Estados Unidos. Se, por um lado, as empresas proprietárias dão um incentivo imediato, financeiro, aos desenvolvedores, por outro, o software livre permite ambientes muito ricos de colaboração. Na computação em nuvem nós temos uma situação um pouco diferente porque o que se vende, nesse caso, é um serviço de hospedagem. E, infelizmente, as empresas podem se valer dos programas livres sem dar absolutamente nada em troca. A Amazon, por exemplo, faz uso intensivo de software livre.

Não seria possível um modelo que reunisse o melhor das duas opções, digamos, o criador de software livre recebendo melhores recompensas financeiras?
Essa é uma questão que eu acho que deveria ser mais destacada pela imprensa. Contribuir para comunidades desenvolvedoras de software livre pode gerar ganhos e soluções inesperadas para as próprias empresas. A IBM, por exemplo, tem contribuído generosamente para fundação Eclipse mesmo em projetos não-ligados, explicitamente, aos interesses da empresa. O empresário pode se dar conta de que, talvez, sua futura solução dependa de um desenvolvedor desconhecido, que está esperando, apenas, pelas ferramentas elaboradas pelo desenvolvedor financiado por sua empresa.

Quando se fala em computação em nuvem, as pessoas se questionam a respeito da segurança. Essa preocupação é relevante?
Informações corporativas são como um bebê: uma coisa preciosa que precisa de cuidados permanentes para se desenvolver. A verdade é que, em relação à segurança, o ambiente em nuvem não é assim tão diferente do tradicional. Na verdade, eu acho que é até mais seguro. É claro que, não estando contidos pelo firewall da própria empresa, o nível de exposição dos dados é, potencialmente, maior. Mas as questões de segurança são tratadas de maneira absolutamente escrupulosas pelos hospedeiros em nuvem que, inclusive, adaptam seus serviços às exigências de legislação dos países hóspedes.

Qual o país que lidera, hoje em dia, o mercado de serviços em nuvem?
A empresa que é líder inconteste, até o momento é a Amazon. Mas isso não quer dizer, de forma alguma, que a competição esteja definida. Na verdade, eu acho que o modelo ideal seria diversos fornecedores em nuvem dentro de cada país. Quem sabe, com a a grande infraestrutura de web que já existe aqui, a empresa líder surja, em um futuro próximo, do Brasil.

Brasília - 16/8/2010

http://serpronet.serpro/serpauta/news_item.2010-08-16.5076046149

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