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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mulheres estão menstruando cada vez mais, diz especialista

Mulheres estão menstruando cada vez mais, diz especialista

Seção : Saude Plena - Saúde - 21/08/2010 14:57


Gabriel Miranda - Redação Saúde Plena




Uma mulher da tribo africana de caçadores e extrativistas Kung experimenta ao longo de sua vida reprodutiva, de aproximadamente 23 anos, 48 ciclos menstruais. Vive grávida em média quatro anos e passa 15 anos sem menstruar, amamentando sua prole. Já a mulher da sociedade urbano-industrial passa por 380 ciclos ao longo de sua vida reprodutiva, de 35 anos em média, considerando que a menarca vem ocorrendo cada vez mais cedo e a taxa de fertilidade não para de cair, inclusive nos países em desenvolvimento. É o que diz o ginecologista norte-americano Leon Speroff, autor de um dos guias de contracepção mais lidos pelos profissionais da área.

A invenção da pílula anticoncepcional, 43 anos atrás, contribuiu decisivamente para essa mudança. A diversidade atual de contraceptivos hormonais vem acrescentando outras modificações importantes no padrão reprodutivo feminino. Além da liberdade básica de evitar a gravidez, eles permitem hoje que as mulheres escolham menstruar ou não, além de resolver sintomas desagradáveis associados aos ciclos menstruais como anemia, cólicas intensas e TPM (Tensão Pré-Menstrual).

Tal liberdade é assegurada, ainda, por contraceptivos mais seguros, compostos de doses hormonais reduzidas. Vinte anos atrás, por exemplo, as pílulas continham em geral 150 microgramas de estrogênio e 9580 microgramas de progesterona. Hoje existem anticoncepcionais de 20 e até 15 microgramas de estrogênio e 60 microgramas de progesterona. As dosagens mais baixas dos anticoncepcionais atuais significam redução dos riscos de efeitos colaterais para as usuárias, lembra o ginecologista Nilson Roberto Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

"A diversidade atual de métodos, não só do ponto de vista da composição hormonal, mas das vias de aplicação, é fantástica para os médicos. Ela permite melhorar, e muito, a individualização do tratamento das pacientes", diz ele. São poucas as mulheres que não se adaptam aos níveis hormonais reduzidos e têm de voltar a usar contraceptivos mais potentes.

A escolha do método hormonal de contracepção deve levar em conta fatores como a saúde da usuária, frequência da atividade sexual, número de parceiros e a expectativa de ter filhos no futuro. A eficácia do método e os tipos de efeitos colaterais que eventualmente ele pode provocar também devem ser considerados. Os contraceptivos hormonais não devem ser usados por mulheres que tenham história de câncer de mama na família ou já tiveram a doença, nem por quem apresenta risco para problemas cardíacos e vasculares.

Mulheres que usam contraceptivos hormonais também são aconselhadas pelos médicos a não fumar. O cigarro favorece o risco de efeitos adversos associados a fenômenos tromboembólicos (formação de coágulos no sangue), principalmente em que tem tendência a desenvolver o problema. As fumantes de um maço de cigarros por dia, que têm 35 anos ou mais, estão particularmente sujeitas a esse risco e só devem usar anticoncepcionais hormonais que contenham baixa dose de etinilestradiol, de 15 a 20 microgramas.

Atividade física e equilíbrio hormonal

A prática de exercícios regulares, já se sabia, melhora a disposição física e a sensação de bem estar, além de manter em boas condições de saúde o corpo e a mente. Estudos recentes vem mostrando agora que a atividade física também reduz, comprovadamente, o risco de câncer de mama. Ou seja, a vida sedentária é um fator de risco para essa doença, como já imaginavam os médicos


http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_45/2010/08/21/ficha_saudeplena_saude/id_sessao=45&id_noticia=27647/ficha_saudeplena_saude.shtml

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